PERFIL SÓCIO CULTURAL E ECONÔMICOS DA CLIENTELA DOS COLÉGIOS ESTADUAIS HELENA SUNDIN E ALBERTO GOMES VEIGA DE PARANAGUÁ - PR

Equipe dos professores dos Colégios Estaduais Helena Sundin e Alberto Gomes Veiga

Cidade: Paranaguá

Reflexão e ação II - caderno I

Caro colega professor, em um trabalho coletivo — envolvendo colegas professores, funcionários da instituição, membros da equipe gestora e os próprios alunos — levante dados que permitam conhecer aspectos que vocês julguem importantes do perfil social, cultural e econômico dos sujeitos matriculados no Ensino Médio de sua escola.

Todos os dados colhidos foram fornecidos pelas equipes pedagógicas e administrativas das Instituições.

Colégio Estadual Helena Sundin

O Colégio Estadual Helena Viana Sundin possui um alunado de nível social médio e baixo. Os alunos são oriundos da comunidade local, alguns vêm das ilhas e outros, na grande maioria, de bairros mais distantes. Alguns alunos estão desmotivados, outros não estão comprometidos com o estudo, deixando muitas vezes de lado os afazeres escolares. Esta desmotivação e descomprometimento, muitas vezes se dão porque o aluno está com problemas familiares ou é usuário de algum tipo de droga, o que consequentemente vem afetar o ambiente escolar.
Nosso Colégio também recebe alunos vindos através do Conselho Tutelar. Tentamos atendê-los sem distinção dos demais, mas quando o aluno foge do nosso controle, pedimos auxílio à Patrulha Escolar.
A Equipe Pedagógica procura sempre manter contato com os pais com objetivo de mantê-los informados sobre a vida escolar de seus filhos, seja na entrega de boletins, ou quando necessário através de telefonemas e comunicados, solicitando a presença dos mesmos no Colégio. Quando a presença do responsável é solicitada e o mesmo não comparece, a equipe pedagógica insiste através de telefonemas.
Nota-se que os pais, muitas vezes não se interessam pelos filhos, alegando falta de tempo. Claro que existem pais comprometidos com a educação de seus filhos e são estes que fazem com que o Colégio busque novas alternativas tanto de ensino quanto disciplinar, pois nada melhor que a família para ajudar no enfrentamento das dificuldades e atitudes apresentadas pelos alunos. Percebe-se também, que os alunos provenientes da fase inicial de Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) que conduzem aos anos  6º ao 9º , apresentam muita dificuldade de adaptação.
O Colégio, nas pessoas do Diretor, Vice-Diretora, Equipe Pedagógica e Corpo Docente, também estão preocupados com a aprendizagem e com o rendimento dos alunos. A equipe pedagógica sempre questiona os professores, para juntos buscarem metodologias diferentes das que o professor usa em sala de aula, com vistas ao aprendizado dos alunos. Pretende desta forma, garantir aos alunos um ensino diversificado que lhes permita serem capazes de enfrentar, com competência, as transformações da sociedade. Desta forma, desenvolve projetos que proporcionam aos alunos experiências, para que possam construir seu próprio conhecimento, com o entendimento da realidade e sua vinculação em relação a ela, tornando-se empreendedores.
A escola, ao educar os alunos como seres sociais inseridos numa comunidade, promove sua aceitação simultaneamente na compreensão e no compromisso de preservarem o meio ambiente e o desenvolvimento do ambiente escolar e social de modo saudável e produtivo.

Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga

Os alunos da Escola Estadual Faria Sobrinho, com oferta de ensino fundamental, (6º a 9º anos), escola esta situada no centro do município de Paranaguá, são oriundos de diversos bairros de nossa cidade, dentre eles, Costeira, Ilha dos Valadares e Ponta do Caju. Evidentemente que, a partir do instante que a escola recebe alunos de bairros distantes, significa dizer que este aluno acolhido pela Faria Sobrinho, já não é mais bem vindo em seu estabelecimento de ensino de origem.
Alunos vindo da ilha dos Valadares, só estão matriculados e efetivamente estudando na Faria Sobrinho, devido à falta de sala de aula, isto é, ao porte escolar do colégio daquele bairro da cidade. Há algumas colônias e distritos do município, freqüentando esta escola, por conta deste mesmo problema ou pelo fato de que não existe em suas localidades ensino estadual, ou melhor, dizendo, grupos escolares estaduais. Estes alunos são trazidos por ônibus cedidos pela prefeitura local.
Sabe-se que a situação sócio-econômica destes alunos não é muito boa, sabe-se também que pais ou responsáveis pela educação destes jovens muitas vezes tem que trabalhar, deixando inclusive, este jovem à mercê de coisas ou situações desconhecidas. Sabemos que, o jovem, do século VVI, não é muito “ligado” ao modelo de educação imposto a ele, principalmente pela falta de atrativo diante do ensino falido em que se encontra o ensino público, levando-o a buscar outros afazeres extracurriculares que se conhece muito bem (drogas lícitas e ilícitas), fora do ambiente escolar, entretanto, há muitos outros jovens interessados sim, em um modo melhor de vida para o seu futuro, tanto que, aspectos relacionados à percepção dos jovens sobre a escola é muito boa e, que quando não o é, busca com bastante interesse formas e meios de conduzir o ensino a outros patamares, e que o aluno que percebe o “clima da escola” como importante para seu aprendizado teria uma atitude mais positiva em relação a ela.
Observa-se também que, pais ou responsáveis têm pouco ou, quase nenhum interesse em receber notícias sobre a situação escolar de seus filhos (reunião de pais e mestres, entrega de boletins, etc.), muitas vezes, acreditando que estes estão sendo bem cuidados dentro da instituição escolar, são pouquíssimas às vezes em que colegas brigam na escola, pois o modelo de educação da escola é bastante diferenciado devido ao espaço escolar (oito salas de aula), e que funcionários os conhecem bem, observando-se um atendimento personalizado.
É muito comum encontrar ex-alunos da escola bem encaminhados, seja trabalhando no comércio local, ou continuando seus estudos em outras escolas, estando bem encaminhado profissionalmente.
Uma dessas escolas é o Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga, que com ensino médio regular e profissionalizante é de bastante destaque no município de Paranaguá, dando a seus alunos oportunidades em empregos nas empresas locais.
O AGV, como é conhecido pela ala jovem estudantil, recebe com freqüência, anualmente uma média de jovens procedentes de outros bairros ou localidades para matricula em sua instituição escolar, e também alunos provenientes das regiões da Costeira, Ilha dos Valadares e Ponta do caju, alunos estes, vindo da escola Faria Sobrinho.
Do ponto de vista social, os novos alunos do ensino médio, no AGV, têm outra expectativa com relação ao aprendizado e ao futuro, pois buscando novas experiências ou, novo colégio, eles entendem que a partir de sua idade deve-se pensar em como crescer através da obtenção de novos rumos e conhecimentos, amadurando sua mentalidade, assim, relacionando o aprendizado à sua vida, em sua rotina diária, percebe que ele tem que estudar a fim de obter conhecimentos e experiências quer elas sejam com a educação, quer elas sejam com as experiências através da vida. Afinal, a escola em que, agora estudam, costumam ser desafiadoras proporcionando a eles um novo método de aprendizagem.
O ensino profissionalizante, agora aplicado no Colégio Alberto Gomes Veiga, trata-se, de um nível de ensino destinado à formação de profissionais gabaritados para a entrada no sistema portuário (cursos técnico em Portos e COMEX), e vem sendo de uma busca constante por jovens que encerram suas atividades escolares no ensino fundamental, uma vez que a instituição aplica-o integralmente e, para quem já tem o ensino médio, oferta-o de modo subseqüente. Então, espera-se que estes novos alunos, agora fazendo parte do corpo discente do AGV, façam se disponham a um novo rumo e currículo escolar a seguir.