Ensino Médio é a área da educação com menor avanço de rendimento

 

Presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Luiz Cláudio Costa, afirma que o ensino médio é a área da educação que apresenta menos avanços e incentiva a revisão de propostas para o curso

Embora o Brasil tenha superado as metas propostas pelo MEC (Ministério da Educação) para os ensinos fundamental e médio no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2011, a situação na segunda categoria ainda é crítica e as melhorias acontecem de maneira mais lenta.

De acordo com o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Luiz Cláudio Costa, o ensino médio é, na verdade, um dos grandes desafios para os próximos anos. Segundo ele a formatação do ensino deve ser repensada, já que é nesse estágio que as taxas de aprovação são menores, enquanto os índices de abandono crescem cada vez mais. “Precisamos atuar nessa faixa, que é aquela em que estamos tendo o menor avanço de rendimento", pontuou.

O presidente ressaltou que na faixa etária de 15 a 17 anos o Brasil tem cerca de 10,5 milhões de jovens, dos quais apenas metade está matriculada no ensino médio com a idade adequada. De acordo com Costa, 978 mil jovens não frequentam escola nenhuma e quase 167 mil são analfabetos.

Para tentar resolver o problema, nos próximos meses propostas como a flexibilização do currículo e ensino em tempo integral serão debatidas, tanto com a sociedade quanto com o Congresso. Para o presidente do Inep é necessário refletir se o modelo curricular atual é adequado ou se é possível migrar para o trabalho em grandes áreas, visando a integração das disciplinas.

Luiz Costa acredita que a melhor saída é a implantação da escola em tempo integral, desde que combinada com outros recursos. “A adoção também me parece profundamente adequada, além do ensino profissionalizante, que dá uma opção ao jovem que queira encerrar o ensino médio e já ter a sua profissão”, concluiu.

Mas a situação não é de todo negativa. Segundo o presidente do Inep, o número de alunos do ensino médio que estudam durante o dia aumentou de 44% em 1995 para 88% atualmente. Costa mencionou que os estados que melhoraram os índices de qualidade do ensino médio investiram, especialmente, em aumentar a frequência no período diurno, além do aumento da carga horária e da capacitação de professores.