NOVA MELODIA NO CRC - BANDA CAZULUZ


                                                       NOVA MELODIA NO CRC - BANDA CAZULUZ

Prof Guilherme Rosa


Na unidade prisional do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), também conhecido como o antigo Presídio do Carumbé, existe um novo tom no ar. Trata-se da Banda Cazuluz, esta banda  formada exclusivamente por reeducandos está mostrando vigor, qualidade e sobretudo força de vontade para enfrentar as adversidades e conseguir demonstrar à sociedade que através da arte os homens podem ser ressocializados.
O líder da banda Ronny (Onivaldo) é músico profissional, e conta que tudo começou quando conseguiu a   autorização da direção para entrar  com seu violão na Unidade . Alvair Maria Barbosa Ferreira(Gerente Administrativa e Penal) quando tomou conhecimento que havia na Unidade um músico profissional, pediu para conversar com ele e na oportunidade lhe falou sobre  a inauguração da compostagem dentro da Unidade e convidou-o para cantar  nesse evento. De imediato o Ronny aceitou e pediu se poderia convidar  o Alysson  (outro reeducando) para cantarem juntos, então logo em seguida  começaram os ensaios, isso por volta de Junho de 2009. Apresentaram-se como dupla em um primeiro momento.
Após este primeiro passo, outros reeducandos que mostravam aptidão para música e também bom comportamento e comprometimento, se juntaram a eles, e assim, montaram a Banda. Existe uma rotina de disciplina, ensaios diários, estudos e pesquisa. Hoje a banda se concentra no Setor de Educação do CRC, coordenada pela Alvair, com formação e pós-graduação na área da educação. Ela incentiva esta e outras ações na unidade, ações que buscam ocupações de qualidade para os reeducandos. Segundo Ronny, Alvair foi quem conseguiu abrir as portas para a estruturação da banda e colocá-los em eventos fora da unidade. O primeiro evento que eles participaram fora da unidade foi na Unidade Prisional Ana Maria do Couto “May”.Ali as meninas da Unidade Feminina apreciaram o som da Banda Cazuluz e por alguns momentos  sentiram-se fora da prisão.
A banda apresentou-se em vários eventos dentro da unidade, desde Junho de 2009: dia das mães, dia dos pais,  semana natalina (encerramento do ano letivo), semana da Ressocialização na Unidade, inauguração da biblioteca, festa junina etc; e em eventos externos, novamente na Unidade Prisional Ana Maria do Couto durante a Festa Junina, na UFMT,  no Hotel Fazenda Mato Grosso, durante evento da SEJUSP e a última no Hotel Mato Grosso no centro da cidade (21 à 28 de agosto).
A mais recente apresentação da banda aconteceu durante a 4ª Semana Estadual de Ressocialização. Hoje a banda conta com seis integrantes: Ronny, Hernandes, José Ricardo, Alysson e Renner. Alguns ex-integrantes: Danilo, Anderson, Laerte e Cleiton. Os poucos instrumentos musicais que compõe a banda são dos próprios integrantes. Mesmo com todas as dificuldades e falta de aparelhagem e recursos de estúdio, a banda gravou um CD de boa qualidade, que está sendo vendido juntamente com uma camiseta com o nome da banda( logomarca), trabalho realizado pelo reeducando Marcos André, dentro da unidade. O kit tem tido uma ótima aceitação em todos os eventos que a Banda já participou.
O nome “Banda Cazuluz” discutido e rediscutido pelos reeducandos mostra ao mesmo tempo esperança e consciência da situação.  Este exemplo mostra uma organização entre as Unidades Prisionais, os agentes, diretores, professores e os próprios reeducandos. Tomara esta ação vislumbre o futuro dos presídios em Mato Grosso, buscar na prática uma conduta educadora e ressolializadora.
Professor Guilherme Rosa de Almeida, atua na unidade.

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imagem de Daiane Tavares

Tive o prazer de conhecer

Tive o prazer de conhecer essa banda e pude perceber o quanto a música, a arte e outros projetos educativos são importantes na vida dos privados de liberdade. Além disso, vale ressaltar o empenho da Gerente Penal que deu um pontapé inicial desse trabalho, pois se todos os agentes de segurança, assim como Alvair, se percebessem enquanto educadores no Sistema, a relidade das unidades penais seria bem diferente...

Obrigada pela contribuição Prof. Gulilherme! 

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