Escola Estadual Hilário Ribeiro

Oficina EMdiálogo: fotografia Gigapan realizada na quadra esportiva do Colégio Estadual Hilário Ribeiro, no bairro de Fonseca, em Niterói, RJ.

Clique na panorâmica para aproximar a imagem. Clique nos quadrados para ver os zooms que selecionamos.

Niterói, 03 de julho de 2012

caros amigos,

na quinta feira passada, dia 28 de junho, nós, equipe EMdiálogo, visitamos a Escola Estadual Hilário Ribeiro, em Niterói. Dentro do programa de oficinas do projeto este foi o nosso primeiro encontro com alunos e alunas do ensino médio. Estiveram presentes mais de setenta jovens, incluindo uma professora de Espanhol. A conversa com esse grupo mostrou a dimensão do potencial que o portal pode ter no âmbito do cotidiano escolar. Não é possível afirmar com precisão, mas a sensação que tivemos é de que o exercício da escuta proposto pela equipe foi rapidamente aderido pelo grupo que lá estava. É claro que não estamos falando de totalidades e nem é essa a nossa intenção: eram muitos os jovens e, portanto, muitos os interesses. Entretanto, daqueles que se identificaram com a nossa proposta, podemos dizer que foi no campo das subjetividades que veio a resposta mais imediata. Sabemos que não é de hoje a visão que associa alunos e alunas aos problemas da sala de aula e dos chamados fracassos escolares, como se fossem eles (ou a tal da ‘juventude’) e somente eles a causa de todo esse embaraço pelo qual vem passando a educação. É comum ouvirmos falas como “eles não querem nada com os estudos”; “são uns preguiçosos” etc. falas estas que muitas vezes são reforçadas pelos próprios jovens, em uma espécie de entendimento naturalizado de si. Entretanto, tal visão totalizante sobre esse grupo (ao contrário) tão cheio de diversidade, se desconstrói quase sem esforço quando a prática estabelecida toma como princípio a escuta. Embora agora possa nos parecer evidente, fomos surpreendidos, naquele momento, com as propostas que iam aos poucos sendo apresentadas pelos participantes, deflagrando a cada fala preciosidades vindas do interior das suas experiências, das suas histórias de vida, sinalizadas ali como fundamentais para pensarmos a escola, a juventude e o ensino médio.
 

Fizemos apenas um encontro em uma escola e, perto de onde pretendemos chegar, podemos dizer que ainda nem começamos o nosso trabalho... mas mesmo com tão pouca experiência junto aos alunos e alunas, arriscamos dizer que é no campo das subjetividades que vamos encontrar mais de perto quem são essas pessoas e talvez até entender melhor o porquê de tantos “conflitos”, “evasões” e “preguiças”, como geralmente descreve o senso comum sobre o jovem na escola pública. Arriscamos dizer ainda mais: em geral não há preguiça, nem conflitos e as evasões não são exatamente desistências, mas talvez buscas (por novos estímulos). E é nesta perspectiva que entendemos o diálogo como um instrumento sensível para a promoção de alguma mudança.
 

Na foto acima vemos parte desses jovens junto da equipe EMdiálogo, multiplicados pela tecnologia do GigaPan e múltiplos em si pela tecnologia dos vários ‘eus’ ali presentes. Em breve voltaremos a essa mesma escola para fazer uma oficina de produção de conteúdos para o Portal EMdiálogo com aqueles que se interessaram em continuar dialogando. Daremos notícias!

Um abraço,
 

Equipe EMdiálogo/UFF