O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."
Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."
...
Bertolt Brecht
Bertolt Brecht (1898-1956) foi um dramaturgo e poeta alemão, criador do teatro épico anti- aristotélico. Seu teatro visava demonstrar e esclarecer questões sociais.
Encenou as suas primeiras peças em Munique, mas foi em Berlim que tomou contato com críticos que lhe chamaram a atenção para o teatro contemporâneo.
Brecht tinha influências marxistas, o que fez de seu teatro uma forma de conscientização do povo para questões da sua própria realidade. Por conta disso, foi exilado da Alemanha nazista.
Brecht é uma época. Uma época tumultuosa de rebeldia e de protesto. Refletem-se, em suas obras, os problemas fundamentais do mundo atual: a luta pela emancipação social da humanidade. Brecht tem plena consciência do que pretende fazer. Usa o materialismo dialético da maneira mais sábia para a revolução estética que se dispôs a promover na poesia e no teatro.
O teatro épico e didático caracteriza-se, em Brecht, pelo cunho narrativo e descritivo cujo tema é apresentar os acontecimentos sociais em seu processo dialético: Diverte e faz pensar. Não se limita a explicar o mundo, pois se dispõe a modificá-lo. É um teatro que atua, ao mesmo tempo, como ciência e como arte.
A alienação do homem, para Brecht, não se manifesta como produto da intuição artística. Brecht ocupa-se dela de maneira consciente e proposital. Mas não basta compreendê-la e focalizá-la. O essencial não é a alienação em si, mas o esforço histórico para a desalienação do homem.
O papel do autor dramático não se reduz a reproduzir, em sua obra, a sociedade de seu tempo. O principal objetivo, quer pelo conteúdo, quer pela forma, e exercer uma função transformadora, que atue revolucionariamente sobre o 'ambiente social.
por Edmundo Moniz
E aí juventude, vamos falar de política?
Comenta aí...
Comments
Estou aí...
Na minha opinião, o "Analfabeto Político" do Brecht é a resposta que vem do passado para aqueles que vivem o "não tô nem aí " no presente. Para mim, sempre foi uma inspiração para manter a atenção para as coisas da política. Não apenas para a "grande politica" dos partidos, decisões governamentais etc, mas também para a política das pequenas coisas do cotidiano que nos envolve a todo momento sem que nem mesmo percebamos de que se trata de "política". Por exemplo, se alguém faz uma piada racista ou preconceituosa, isso é política! Política conservadora e discriminatória que tem ser respondida com um ato político de crítica ao preconceituoso. Por isso que fazer politica é não ser indiferente. Aliás, me lembrei agora de um outro texto: "Os indiferentes". Este é do Antonio Gramsci, um importante marxista italiano. Publicarei na comunidade para seguirmos o diálogo sobre a política e o combate à indiferença. Valeu. Abraços, Paulo Carrano.
Difícil ser um Analfabeto Político
Talvez pelo cansaço de não ver as ações políticas evoluindo ,ou não danto resultado, ou simplesmente não acontecendo, dá vontade de não me importar com nada, apesar da política estar sempre presente.
Mas a esperança de que o conceito politico/corrupto foi algo que alguém generalizou e legitimou,existe e é autentica em mim.Acredito nas exceções e que um dia as exceções darão resultado.