Desde a última quarta–feira (12), os alunos da Escola Municipal Paulo Mendes Campos, de Belo Horizonte, estão freqüentando as aulas no prédio da Escola Municipal Marconi, cerca de 3,5 km de distância uma da outra.
O motivo: a Paulo Mendes Campos foi interditada por não ter janelas, o que poderia facilitar a contaminação pelo vírus Influenza A (H1N1). Onibus foram colocados a disposição pela prefeitura para fazer o transporte até o novo prédio.
A falta de janelas não é exatamente um problema para a escola. Desde 1997, quando foi transferida para o prédio na Avenida Assis Chateaubriand, região movimentada da capital mineira, alunos e professores reclamavam do barulho provocado pelo trânsito.
“O ruído era ensurdecedor, muito professor perdia a voz. Então, iniciou-se uma batalha para fazer o isolamento acústico”, conta o vice-diretor da instituição, Severino Pereira dos Santos, o Júnior.
Em 2006, a Prefeitura de Belo Horizonte fez uma reforma na escola, em que as janelas foram substituídas por tijolos de vidro para manter a iluminação e a ventilação passou a ser feita por exaustores.
O vice-diretor Júnior explica que isso nunca gerou problemas à escola. Somente agora com o pânico gerado pela gripe suína, um pai enviou um e-mail para a prefeitura questionando as condições da escola para evitar a contaminação pelo vírus. Houve uma consulta à Secretaria de Saúde, que aconselhou o fechamento temporário do prédio.
A solução encontrada foi a transferência para a Escola Municipal Marconi, que há alguns anos vêm operando com metade de sua capacidade, visto que o Ensino Médio não é mais prioridade do município.
A previsão inicial era de que a mudança permanecesse até o fim do ano, mas isso gerou desconfiança na comunidade escolar. “A comunidade ficou indignada porque queria que fosse um lugar próximo, houve um temor de que a escola mudasse e não voltasse jamais”, afirma Júnior.
Assembléia decide pela mudança, mas com retorno marcado
Na última quinta (13), foi convocada uma assembléia para discutir o destino da escola. Foi apresentado um laudo da Vigilância Sanitária que garante que o prédio tem condições de receber os alunos sem riscos à saúde, desde que sejam seguidos os cuidados necessários e se faça uma limpeza nos dutos de ventilação. De acordo o vice-diretor, a prefeitura garantiu que assim que esses procedimentos forem seguidos, a escola poderá voltar ao seu antigo espaço.
Enquanto isso, na escola anfitriã, Marconi, a mudança gerou bastante expectativa por parte da coordenação. “Nós estamos recebendo a escola de braços abertos, para criar uma relação e ter espaço para fazermos nosso trabalho e eles, o deles”, fala Áurea Lanna, vice-diretora da escola.