SITUAÇÕES VIVIDAS NA ESCOLA QUE PODEM SER OBJETO DE DECISÕES COLETIVAS

(Caderno V página 18)

Fazer acontecer gestão democrática, como já se disse no início deste caderno V, repetindo afirmações já feitas no caderno II embasadas na legislação vigente, implica mais do que colocar em prática o que determina a lei. No processo de formação inicial dos docentes e na formação continuada falta a percepção de que formação docente não pode se limitar a técnicas didáticas, pedagógicas e conhecimento de leis e princípios. Um dos sérios limites na educação é a formação humana, questões relativas ao SER do professor, à pessoa com suas limitações e necessidades humanas.
A capacidade de organizar reuniões e discussões que redundem em discussões produtivas e evitem posturas corporativas e a criação de grupos internos. Isso significa facilitar aos envolvidos a disposição para conversar sobre problemas do cotidiano com maturidade que não envolva interesses pessoais e favoritismos. Gestão democrática não se resume a realização de reuniões que não chegam a lugar nenhum. As discussões coletivas exigem capacidade de argumentação com conhecimento de causa, não basta todo mundo falar tudo, é precisa falar sabendo o que se diz, com fundamentos legais pedagógicos e humanos.
A função de quem dirige uma instituição escolar consiste também na capacidade de criar diálogo sincero entre as partes. Gestão democrática não permite “puxação de tapete”, “culto ao ego do chefe”, “insensação de personalidades”, “desconstrução da imagem alheia”.
Gestão democrática pede muito mais do que respostas rápidas, superficiais, atribuição de culpas e punições. Não faltam motivos para que se estabeleçam processos de gestão democrática coletiva e obviamente o primeiro deles reelaborar coletivamente e com ampla participação o PPP da Escola.
Em nossa escola algumas situações clamam por participação que se sobreponha a realização de reuniões onde todo mundo fala e se toma decisões corporativas.  Para elencar algumas conforme pede a tarefa:

1) O que você sabe sobre a construção do plano de gestão escolar que foi apresentado pela diretora em abril de 2014?
2) Como se deu o processo de escolha dos membros do Conselho Deliberativo da Escola? Quando ocorrem as reuniões quais foram os últimos encaminhamentos?
3) Como se desenvolveu o processo de seleção dos professores orientadores de estudo no programa do SISMEDIO?
4) Quem e com que critérios foram promovidos a discussão para implantação das “Provas de Recuperação Bimestral”. Do modo como estão sendo aplicadas contraria a resolução 158 do Conselho Estadual de Educação, sobre avaliação escolar. O Plano de Gestão Escolar (PGE) apresentado por nossa escola foi reprovado também neste particular.

5) Houve alguma consulta à comunidade escolar para a criação do Grêmio Estudantil? Também neste ponto o PGE recebeu avaliação negativa.
6) Quais critérios foram levados em conta na organização da comemoração dos 80 anos da escola que, embora impecável do ponto de vista organizacional, foi um desastre em termos de inclusão e de participação dos interessados?
7) Nossa escola repete problemas há anos para os quais se apresentam as mesmas sugestões dadas pelas mesmas pessoas e aplicadas nos mesmo moldes que se mostram ano após ano ineficaz. O que fazer?

A meu modo de ver a criação de espaços onde a palavra seja ouvida integralmente com conclusões firmadas em princípios legais e com capacidade para vencer os estrelismos e favoritismos muito presentes no cotidiano da escola, em que algumas situações beiram o ridículo da “lei de Gerson”.