Os alunos da rede estadual terão novidades para o próximo ano letivo. A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc) implementará duas novas disciplinas: Resolução de Problemas Matemáticos e Produção Textual. Elas terão caráter prático e serão obrigatórias para estudantes do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e ensino médio. A medida, entretanto, gerou algumas críticas do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe).
O objetivo da secretaria é melhorar o desempenho dos estudantes nessas duas áreas. A ideia surgiu a partir de uma dificuldade detectada através do Saerjinho, um sistema de avaliação do processo de aprendizagem nas escolas da rede, feito a cada dois meses, e do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj), criado em 2008 para analisar o desempenho dos alunos nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática do 4° ano do ensino fundamental a 3º ano do ensino médio. As disciplinas não servirão para reprovação, contudo os professores poderão criar métodos e critérios para contabilizar o desempenho nas notas de Língua Portuguesa e Matemática. Os alunos do 6º ao 9º ano do fundamental terão dois tempos a mais para as novas aulas. No caso do ensino médio, será feito um rearranjo da carga horária. Os jovens do 2º ano frequentarão as turmas de Resolução de Problemas Matemáticos e os do 3º as de Produção Textual.
Porém, na opinião de Alex Trentino, coordenador do Sepe, a prioridade deveria ser resolver a questão da carência de professores. Apesar de enxergar um aspecto positivo, já que as aulas ajudariam os alunos com dificuldade, o sindicalista acredita que o ideal é investir em profissionais para as disciplinas já existentes. "Não haveria necessidade de aulas de reforço caso não faltassem professores. A grande dificuldade dos alunos é que avançam pelas séries com pouco embasamento em razão da falta de docentes. Existem casos de turmas que ficaram um ano inteiro sem algumas matérias", comentou.
Em nota divulgada pelo Sepe, a categoria criticou a nova matriz curricular da Seeduc, que manteve a grade semanal de Filosofia e Sociologia com apenas um tempo de aula e aumentou os de Português, Matemática e Ciências. Uma resolução aprovada pela diretoria do sindicato, reivindica que todas as disciplinas tenham, no mínimo, dois tempos semanais. Para Trentino, o governo não está preocupado apenas com o estudante, mas também com o desempenho deles nas avaliações educacionais. De acordo com ele, é necessário que a Seeduc olhe para todas disciplinas. "Precisamos de uma grade curricular capaz de dar conta de todas as matérias de forma satisfatória. Hoje, temos apenas dois tempos semanais de História e Geografia e teremos, em 2013, apenas um de Sociologia e Filosofia. O
professor será obrigado a pegar 12 turmas com 40 alunos na média. Que tipo de educação é essa?", questionou, ressaltando que História e Geografia têm um histórico de falta de docentes. "Quando faltam professores, os maiores prejudicados são os alunos, que deixam de aprender", completou.