Reflexões sobre os cadernos I e II Grupo do Colégio Estadual Jorge Schimmelpfeng - Foz do Iguaçu - NRE Foz do Iguaçu
O que significa formação humana integral? Como somos, ou podemos ser, formados integralmente? O projeto do Pacto Nacional para o desenvolvimento do Ensino Médio prevê a união entre cultura e trabalho. Ainda assim, como isso é possível dentro de um espaço como a sala de aula, povoado por todos os tipos de anseios diferente e, principalmente, objetivos diferentes? Lembrando que ensino médio diurno e noturno são situações de ensino completamente diversas, entendo que todos os alunos devam ter seus direitos de formação respeitados.
O maior desafio do ensino médio hoje é a união dos saberes necessários para o bom desenvolvimento do jovem. Algo que seja atrativo intelectualmente e também tecnicamente. Momento de descoberta do que é científico e cultural. Através dos indicadores, verifica-se que os números de alunos matriculados e concluintes do ensino médio no Brasil estão estáveis há alguns anos, conclui-se que há muito espaço para melhorias e desenvolvimento, contando com o número de alunos que estão no ensino fundamental.
No Portal EMDiálogo encontra-se a entrevista de Domingos Leite Lima Filho, falando sobre os Desafios do Ensino Médio. Esta entrevista fala sobre muitos aspectos que já estão sendo discutidos em nossa comunidade escolar e também apresenta novos pontos que devem ser analisados. Ao falar de desafios do ensino médio, devemos lembrar que os desafios iniciam nas condições de cidadania, ou falta delas, em que os alunos estão inseridos. Essas condições, como transporte, saúde, alimentação e material didático podem influenciar na sua permanência, ou não, no tempo esperado para o ensino médio. Então, ao verificar os sujeitos que fazem parte de nossa comunidade escolar, encontramos essas necessidades satisfeitas de várias maneiras - completa ou parcialmente. Pode-se então confirmar que a evasão escolar parte da completude ou não dessas condições de cidadania.
Os desafios são muitos e devem ser encarados para que as soluções apareçam através de diálogo, formação e investimento financeiro.
Os questionamentos sobre o que é ser jovem atualmente e sobre que bases construir o relacionamento com os jovens, mostra vários aspectos a serem analisados. As constituições de poder na escola e na sala de aula são consideradas relevantes para essa discussão, pois, há a alternância de poder entre professor e aluno em diferentes momentos. Detemos o poder no que diz respeito ao rendimento escolar e ficamos reféns dos jovens - na maioria das vezes - no que diz respeito ao uso das tecnologias.
Ao idealizar o jovem e não valorizar sua participação social, sua cultura e tratando a juventude como um problema social, não levando em consideração os aspectos mais íntimos de sua diversidade há uma violação da subjetividade deste jovem, e isso ocorre tanto por parte dos professores, como da equipe pedagógica e de direção. Os jovens sofrem por faltas de políticas de afirmação de sua característica como sujeito de direito e de cultura dentro da sociedade, em consequência, dentro da escola também. O papel principal da comunidade escolar seria de dar chance ao jovem, utilizando seu olhar especial de educador, para fomentar o seu protagonismo. Isso se dá através de afirmações de sua característica de agente de mudança. Os jovens devem ser convidados a participar ativamente de decisões que envolvam seu crescimento escolar e social. O Grêmio Estudantil é um passo para isso, apenas deve contemplar mais ações por parte dos integrantes e principalmente, serem ouvidos pela comunidade escolar, de maneira a se sentirem parte do desenvolvimento de seu momento educacional.