Primeira Desembargadora Negra do Brasil visita Cep Scarpa

PRIMEIRA DESEMBARGADORA NEGRA DO BRASIL VISITA SCARPA
 

Por: Wellington da Silva Carneiro, 3º A.
No último dia 15 de agosto, a primeira desembargadora negra no Brasil, Luislinda Valois esteve no Centro de Educação Profissional Comendador Umberto Scarpa (CEP), em Pinhais, para dar uma palestra sobre a discriminação e a capacidade do jovem. Luislinda, que é natural de Salvador, é filha de um vaqueiro de bonde e uma costureira, e ainda neta de escravo. Na infância ela sofreu com o preconceito racial.
Toda a família Scarpa esteve presente ao evento. A abertura da palestra contou com a apresentação teatral dos alunos do Serviço Social da Industrial (SESI). Através da dança os estudantes mostraram como a cultura africana influenciou e influencia o nosso dia a dia. Com um toque de originalidade e através de coreografias bem elaboradas, os alunos fizeram com que a platéia vibrasse com cada movimento.
Ao iniciar a palestra, a desembargadora agradeceu aos jovens que fizeram a apresentação, e em seguida agradeceu a todos da platéia. Ela afirmou que cada vez mais se sentia uma paranaense e demonstrou que estava realmente feliz com a recepção dos estudantes e colaboradores da família Scarpa.
Durante toda a palestra a desembargadora contou como foi sua vida e sua luta para estudar. Foram momentos de emoção. Luislinda falou um pouco de sua carreira, de como foi influenciada a ser uma juíza, e de como lutou para chegar ao cargo de desembargadora. Afirmou várias vezes que os negros não têm muitos direitos e são muito discriminados no Brasil. Mas mesmo em uma época em que o valor do negro era menor do que agora, ela correu atrás, e não se deixou abater por obstáculos em seu caminho. A desembargadora estudou muito até conseguir o que queria.
De acordo com Luislinda ela sugeriu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que coloque os jogadores brasileiros em instituições de ensino, para que assim não sejam enganados e tenham uma vida melhor. A desembargadora também destacou a proteção a jovens que engravidam precocemente
Para influenciar e dar determinação aos jovens que estavam assistindo a palestra, Luislinda falou sobre o problema das drogas, e pediu para que ninguém se tornasse um usuário de tal problema da sociedade. A desembargadora destacou ainda a garantia de direitos da juventude. “Os jovens devem lutar pelos seus direitos e não podem ficar aceitando qualquer coisa. Além disso, o jovem negro deve se interessar mais por profissões como medicina, direito, e outros cursos superiores, pois são poucos os que atuam nestas áreas”, disse.
A desembargadora enfatizou ainda a importância da juventude em saber escolher os seus representantes. De acordo com Luislinda cabe aos eleitores cobrarem dos seus representantes. “Não devemos vender nosso voto, pois assim nada vai mudar”, destacou.