MUDAR É PRECISO...

Módulo I - Etapa II - Página 31 a 40

O Papa Francisco, em seu livro:  Educar - Exigência e Paixão,  escreve: “Não resta dúvida que estamos vivendo uma época de mudanças profundas. Podemos dizer que é um tempo de crise”(Bergoglio 2013, p.65). Naturalmente que diante da crise é também hora de encarar a mudança. Poderia ajudar nesta reflexão a parábola da Vaquinha: “Empurre sua Vaquinha”! Isto é, empurre suas certezas e “Agarre seu medo do futuro e pergunte: Que posso fazer sobre isso já? Não tem que deixar o medo controlar você” porque “Sempre é possível colocar mais água no feijão!”
A última parte do primeiro módulo desta segunda etapa trata do papel do gestor e do coordenador pedagógico na reconfiguração da escola e aponta como desafio fortalecer os espaços educativos por meio de diálogos interativos.  O  caderno aponta o trabalho pedagógico em sua natureza e especificidade e afirma: “Na escola, a organização do trabalho pedagógico é ancorada nos fundamentos legais (Leis, Decretos, Portarias e Pareceres) e nos fundamentos filosóficos, sociológicos, políticos, antropológicos e pedagógicos que se materializam nas políticas educacionais que constituem as bases do Projeto Político-Pedagógico, da Proposta Pedagógica Curricular e do Plano de Trabalho Docente. (p. 33).
Este parece ser o nó górdio que precisa ser desatado em relação à gestão democrática da educação e da escola:  “Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares. (BRASIL, 2014) (p 34).
Dentre as respostas que a escola precisa ter com maior clareza fica posta a questão: “O Conselho de Classe precisa responder a alguns questionamentos: O que o estudante aprendeu, o que ele ainda não aprendeu, o que foi realizado para que ele aprendesse e, finalmente, o que pode se realizar para que ele ainda aprenda. (BRASÍLIA-DF, 2014). (p 38).
O Conselho de classe da nossa escola é mais uma instância que se realiza de modo precário, nenhum aluno ouviu falar que o conselho tem um antes, um durante e um depois. O pré-conselho que se realiza até levanta alguns problemas,  mas não encaminha proposições. Muitas das questões levantadas são queixas em relação ao professor X,  ao aluno Y, à situação tal. O processo do conselho não trata com profundidade as questões de aprendizagem, e a maioria das queixas se repetem a cada bimestre e algumas retornam todos os anos.
A solução clássica para as queixas se resumem em “dar uma bronca na turma” ou “chamar o aluno em questão”, algumas vezes falar com o professor X. Porém a sequência de queixas continua voltando a baila em cada conselho.
Como sugestão retomamos o que sugerimos na primeira atividade deste módulo: Organizar grupos de professores para estudar literatura e legislação dos seguintes aspectos:
1) Currículo, Matriz Curricular, Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio;
2) Plano Nacional e Estadual de Educação – metas e estratégias;
3) Política Nacional de Inclusão e diversidade;
4) Sistemas e modalidades de avaliação, conceitos de avaliação qualitativa e quantitativa;
5) Projeto Político Pedagógico; Conselho de Classe.
6) Plano de curso, Plano de Trabalho Docente, Projetos e interdisciplinaridade;
7) Grêmio estudantil, Representantes de turmas e professor regente;
8) Conselho deliberativo e APP;
9) Estatuto da Criança e do adolescente, Conselho Tutelar e organismos de proteção e defesa do adolescente;
10) Proposta curricular de Santa Catarina.

Esta proposta encontra respaldo no texto já citado da página 33 do módulo onde afirma que a especificidade do trabalho pedagógico consiste em conhecer os fundamentos legais e a literatura sobre o tema. É claro que a amplitude destas questões não permite que sejam estudadas no curto espaço de uma reunião pedagógica. Nossa sugestão é que se faça durante as tardes de planejamento e nos momentos de hora atividade conforme prevê a lei.
Para isso será necessário transformar a sala dos professores num espaço de estudo e não de encontro para bate papo, ou então organizar na escola uma sala para estudo com vistas ao cumprimento das horas atividades e de planejamento.