Este artigo dá início ao compartilhamento de uma vivência da proposta da Roda de Diálogos sobre as Tags, feita pela equipe do Portal de Belo Horizonte. A partir de uma pesquisa no portal com tags relacionadas ao Tema "Juventude e Territórios: o campo e a cidade", fez-se uma discussão sobre os resultados. O tema Juventude Rural emergiu e foi proposta a realização de uma mística.
A Mística é um ritual inspirado na tradição dos movimentos sociais e tem o poder de direcionar nossa caminhada, fortalecer nossos sonhos e potencializar a formação para além do espaço escolar. É um espaço para formação, reflexão e manisfestação política em favor das lutas sociais. A Mística, portanto, promove indagações contra tudo o que nos torna menos humanos, mobilizando as pessoas no desejo de transformar e enfrentar as dificuldades. A mobilização promovida por essa atividade sustenta a esperança mediante o passado de fracassos históricos.
Geralmente, os participantes se organizam em círculo, demonstrando os laços de união e de adesão a uma causa política do campo. O cenário é ornamentado por diversos elementos: bandeiras dos movimentos sociais e sindicais, ferramentas utilizadas no trabalho do campo, frutos, sementes e outros símbolos camponeses e de luta pela terra. Há espaço para canções, recitações de poemas e também encenações que revelam significativos traços da vivência no campo.
Abaixo um link para o vídeo de uma mística realizada no Acampamento Nacional da Juventude:
http://www.youtube.com/watch?v=2bTejW8bkh4
Comments
Formigas gigantes, alecrim, Bnegão e a mística
O processo de participar de uma mística foi muito interessante, não sabia do histórico da prática com MST e os movimentos sociais, apesar de já ter participado de um rituais parecidos em encontros de permacultura.
Na nossa mística levei um copo com água para ficar no centro da roda e um ramo de Alecrim para cada participante esfregar na mão antes de iniciarmos a roda com a música dos Munduruku.
Aqui tem várias informações sobre os Munduruku (formigas gigantes ou formigas vermelhas)
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku/794
http://danielmunduruku.blogspot.com.br/p/daniel-munduruku.html
A música foi ensinada por uma amiga há algum tempo e significa: vamos para o centro da aldeia para brincar.
Funciona assim:
em roda, pé direito na frente, ele bate no chão primeiro e o esquerdo, atrás, bate depois (a roda vai andando pra direita, com todos de braços dados)
ô mama dô ô ô (todos repetem: ô mama dô ô ô)ô mama dô ô ô (todos repetem: ô mama dô ô ô)
ô ô ô ié ié pedé moié (ô ô ô ié ié pedé moié)ô ô ô ié ié pedé moié (ô ô ô ié ié pedé moié)
ô ié ié pedé moié (ô ié ié pedé moié)ô ié ié pedé moié (ô ié ié pedé moié)
ô ô ô ié ié pedé moié (ô ô ô ié ié pedé moié)ô ô ô ié ié pedé moié (ô ô ô ié ié pedé moié)
TUUUUUUUUUUUUU !!!!!
muda a direção da roda (que vai andando para a esquerda e agora todos ficam com os braços em cima dos ombros do que está ao lado) - repete a música
no outro TUUUUUU, a roda pára e todos ficam parados, jogam os braços para o centro da roda, chamando o "fogo"
termina juntando as mãos e agradecendo.
Já no final, li um trecho da música "O processo" do rapper Bnegão.
Que versa sobre a "Paciência que é a sapiência do espírito"
Culto sincrético sem religião
A atividade foi bem dinâmica. Começou com uma conversa explicando as influências do ritual. A apresentação é bem simples: há alguns objetos ao centro de uma roda, que acontece durante o canto das canções indígenas. Para finalizar, os três apresentadores da proposta, Ana Paula, Lucas e Michel apresentaram três idéias distintas; Ana Paula leu um trecho de uma história contada por um ex-aluno, Lucas encenou um trecho de uma música do Rapadura e Michel, como ele mesmo falou, leu versos de B-Negão. A fusão destas três últimas canções pareceu até combinada, mas eles montaram a oficina em separado e apresentaram sem ensaiar em conjunto.
Presentes também, a Cecilia (que fotografou), a Aline, a Silvia a Dóra e o Henrique.