Maternidade na Adolescência
Maternidade na Adolescência
O tema maternidade na adolescência é muito amplo, polêmico e ultrapassa o conteúdo estrito da área científica, tanto que é um dos temas transversais presentes nos PCN.
Não é mais possível que os estudos sobre reprodução humana ignorem os valores culturais e sociais relacionados à sexualidade. Diante do estilo de vida da atualidade, devem ser salientados explicitamente o sexo protegido contra a Aids e outras DSTs e, ainda, a maternidade e a paternidade responsáveis, fruto da gravidez planejada.
A primeira vez
É muito importante para o equilíbrio emocional de qualquer pessoa que reflita bastante, tenha segurança e responsabilidade e se sinta preparada para iniciar a vida sexual ativa, já que implica risco de gravidez não planejada e de doenças sexualmente transmissíveis. É comum os jovens se acharem muito sabidos sobre sexo, mas fato é que se sabe muito pouco, mesmo entre os adultos. Conversar com os pais, pessoas mais velhas de sua confiança, professores ou profissionais da saúde e procurar se informar sobre o que pode acontecer são formas saudáveis de se preparar.
Quando a gravidez acontece sem ser planejada e desejada, torna-se um problema: surge, então, a opção de ‘’ tirar a criança’’. Como cuidar de um bebê quando não há condições econômicas ou psicológicas para isso? Começa aqui um drama.
De acordo com a lei, o aborto provocado é proibido no Brasil, a não ser em casos de estupro ou de risco de morte da mãe, com os atestados respectivos da polícia e de médicos.
Se a mulher for adolescente, é mais difícil ainda encontrar equilíbrio nessa situação, se não tiver o apoio de alguém em quem confiar. Um companheiro solidário nessas horas é muito importante, mas em muitos casos o pai da criança também fica confuso e não se compromete, cabendo à mulher o maior sofrimento.
Gravidez indesejada na adolescência
Feche os olhos e imagine-se pai ou mãe.
Provavelmente você se imaginou com um lindo bebê nos braços, cercado de carinho. Muita gente pensa como é gostoso ter um filho, mas é preciso lembrar-se também de que uma criança muda radicalmente a vida dos pais e, sobretudo, exige que eles sejam responsáveis por ela. Tomar conta de um filho pode não ser muito fácil, mas o difícil mesmo é se tornar mãe ou pai verdadeiro, que acompanha o seu crescimento, que dedica um longo tempo de sua vida para cuidar dele e ainda trabalha para mantê-lo.
Um estudo do Programa de Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde, em 2001, constatou em 28% dos casos de gravidez precoce ocorreram nos três primeiros meses após o início da atividade sexual, ou seja, pouquíssimo tempo após a adolescente ter iniciado a sexualidade adulta. Apenas 24,5% desejavam ter filhos, enquanto 2,8% declararam não se importar em engravidar.
Há outro dado dessa pesquisa no mínimo preocupante: cerca de 40% das adolescentes que tiveram uma gestação tornaram a engravidar em um curto intervalo de tempo. Em 1991, isso acontecia com 20% das adolescentes.
A gravidez na adolescência é um problema social?
O objetivo é colocar a discussão da gravidez na adolescência como questão psicossocial a ser encarada por toda a sociedade. Pode não ser necessariamente um problema, mas indica fatores preocupantes para a organização familiar dos jovens.
O objetivo do texto é discutir a gravidez precoce como hipótese possível para os alunos e não como problema social, para que reflitam profundamente na responsabilidade individual da paternidade e da maternidade. Outro objetivo é discutir as implicações de ser pai ou mãe muito jovem, colocando a necessidade de cuidados anticoncepcionais desde o início da vida sexual.
É importante informar que vários estudos mostram que a baixa escolaridade é tanto causa como consequência da gravidez na adolescência. Sabemos que quanto menor a escolaridade, maior a probabilidade de ocorrer gestação e que isso faz a adolescente parar de estudar: por vergonha das amigas, por pressão da escola e muitas vezes da família, por punição, por acreditar que essa é a única maneira de cuidar de seu filho, ou, ainda, por pressão do parceiro. Os meninos, muitas vezes, param de estudar para trabalhar a fim de sustentar a nova família. A pesquisa da UFC constatou que quase 50% das gestantes pararam de estudar. Após um ano e até mesmo cinco anos depois da gravidez poucas tinham voltado ao estudo. A baixa escolaridade tem como consequência menor qualificação profissional e desemprego, levando à perpetuação da pobreza.
O conhecimento dos aspectos socioculturais da comunidade escolar vem sendo levantado através de pesquisar nos últimos anos, devido ao crescimento populacional dos bairros, que apresentam evidências significativas de vulnerabilidade social. Algumas crianças e adolescentes são oriundas de famílias reconstituídas, formadas a partir de um segundo casamento ou de novos relacionamentos, de baixo poder aquisitivo, envolvendo filhos de uniões anteriores. A maioria dos moradores trabalhadores da indústria e comércio, muitos autônomos, porém, contamos com um número elevado de desempregados.
O início precoce da atividade sexual na adolescência também é realidade nos dias de hoje, trazendo com isso, sérias consequências para a vida dos mesmos, entre as mais preocupantes estão as doenças sexualmente transmissíveis e adolescentes grávidas.
Distúrbios de comportamento, emocional e de personalidade, é uma característica muito forte em boa parte dos alunos, devido a desestrutura familiar. Pais ausentes; conflitos entre pais e filhos adolescentes; a falta de tempo dos pais, facilitando a falta de diálogo com os filhos; falta de educação e limites são fatores que facilitam o desvio de conduta da criança e do adolescente, e com isso têm-se tornado prejudicial o processo de ensino aprendizagem, não sendo garantido os direitos jurídicos conforme o Artigo 4 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
A escola procura realizar trabalho conjunto com os órgãos encarregados pela infância e juventude, respeitando a legislação e buscando diminuir os problemas da comunidade escolar, garantindo a presença do aluno na escola.
A aluno gestante, por sua vez, tem seus direitos garantidos na Constituições Federal e Estadual, no Estatuto da Criança e do Adolescente, Leis nº 6.202/75 e 1.044/69.
É o atestado médico que assegura o direito ao afastamento das atividades escolares, para alunos com problemas de saúde e gestantes, devendo a escola garantir-lhes o direito de realizar exercícios domiciliares durante a licença.
A Lei FEDERAL Nº 6.202/75 permite que a aluna gestante a partir do 8º (oitavo) mês de gestação e, durante 3 (três) meses, seja assistida pelo regime de exercícios domiciliares.
Referências Bibliográficas
CONDEIXA, Maria Cecília Guedes; FIGUEIREDO, Maria Teresinha. Ciências: Atitude e Conhecimento. 1. ed. São Paulo: Editora FTD, 2009.
Santa Catarina. Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. [Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação básica] / Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação – 2014. 192 p.
* PPP (Projeto Político Pedagógico) da Escola de Educação Básica João Teixeira Nunes (Tubarão/SC).
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