A evolução científica na Língua Portuguesa, na Sociologia e na Biologia

Atividade PNEM – Ciências da Natureza

Objetivo geral: formar alunos autônomos no aprendizado e capazes de compreender que as disciplinas são interligadas.
Objetivo específico: desenvolver no corpo discente uma visão ampla acerca dos saberes e que isso se reflita na visão que ele possui da sociedade em que está inserido, podendo atuar como um cidadão mais consciente e crítico.
Justificativa: essa atividade justifica-se pela necessidade de formar cidadãos mais críticos acerca do meio em que vivem, com conhecimento mais amplo, sendo capaz de se tornar um trabalhador eficiente e consciente do seu papel na sociedade.
Recursos matérias: data show, note book, quadro branco e apostilas impressas.

ARTIGO

Ao longo da história da humanidade, observa-se o amadurecimento da concepção de conhecimento que o ser humano possui, assim como a evolução científica ocorrida ao longo dos séculos em diversas áreas. Hoje, não há conhecimento isolado, e sim uma interligação entre as disciplinas e ao longo das aulas nas escolas essa questão deve ficar cada vez mais nítida.
         Partindo-se do pressuposto, mencionado pelos parâmetros curriculares nacionais do ensino médio, de que as ciências da natureza são constituídas por atividades sociais e culturais produzidas no diálogo com inúmeros outros conhecimentos (ciência-cultura), venho, como professora de português e literatura, evocar minhas contribuições na prática docente que, demonstrarei, objetivam-se a estimular a atividade intelectual e social do aluno com vistas a torná-lo intelectualmente autônomo e portador de um pensamento crítico. Para tal exercício o conteúdo de literatura, em minhas aulas, é veiculado de forma a dialogar com o momento histórico em que se insere. Tomemos, pois, como exemplo o período medieval, em que o homem é submisso a uma filosofia teocêntrica, sem a possibilidade do questionamento dos fenômenos naturais e da estratificação social polarizada entre nobreza e plebeus. A produção artística e literária desse período é também uma obra que não se questiona, mas reproduz obedientemente um modelo de sociedade. Nesse período o conhecimento científico era um interdito e cientistas como Galileu foram obrigados pela igreja a negarem suas teorias, como a lei da gravidade, por exemplo, frente aos inquisidores católicos.Toda a fonte do conhecimento grego e latino estavam reclusos nos mosteiros, sendo reproduzidos por monges copistas e ao alcance apenas da igreja.
A partir dessas informações o aluno já passa a lidar com conteúdos (filosóficos, sociológicos, históricos, científicos) que vão além da literatura produzida na época, dispondo de elementos teóricos que o tornarão dotado de conhecimento para interagir com os próximos conteúdos a serem ministrados. Assim, o aluno agora conhecerá os períodos do Humanismo e do Renascimento, onde haverá uma reestruturação no modelo de sociedade, que passa através da queda do poder de um senhor feudal para as mãos do poder econômico mercantilista. Nessa sociedade haverá espaço para a manifestação de questionamentos humanos, que não mais serão respondidos por meio do sobrenatural, da vontade de Deus, mas pelo conhecimento científico. Agora o homem sabe sua localização espacial, seu lugar no universo graças à astronomia; pode deslocar-se no oceano, sem os temores medievais; há a bússola e os estudos de cartografia, descobre-se a América e, posteriormente, o Brasil entra na história. O conteúdo literário é o Classicismo português, Camões narrará as aventuras de intrépidos navegadores portugueses. A filosofia reinante passa a ser a do antropocentrismo em contraposição ao período teocêntrico anterior. As obras de arte dos pintores renascentistas enriquecem o período com suas imagens de figuras humanas que orgulhosamente expõem o corpo perfeito, celebrando-se um período onde o homem parece conhecer todas as respostas.Desta forma, demonstra-se que o conhecimento científico se transforma à medida que novas teorias e informações levam a interpretações diferentes dos fatos e  ainda que o processo da ciência e da tecnologia resultou de um esforço cumulativo da humanidade.  Após o estudo destes dois períodos históricos e todas as possíveis manifestações culturais, científicas e artísticas que os caracterizam, o aluno já possui elementos teóricos suficientes para posicionar-se diante do objeto estético  ( obras de arte, textos literários) com autonomia intelectual e criticidade. Ainda dentro da perspectiva interdisciplinar de docência, proponho aos alunos um exercício de análise crítica de um texto literário do século XVI, redigido em português arcaico, a Carta de Pero Vaz de Caminha. A proposta é que discutamos o estilo carta de forma comparativa à produção escrita da contemporaneidade. O que é observado pelos alunos, ou melhor, o que são direcionados pela professora a observarem é a relação do homem contemporâneo com o tempo em contrapartida ao homem do início da Idade Moderna. Assim, questões como a relação urgente do homem contemporâneo com o passar do tempo, propiciadas pela era da tecnologia da informação trazem ao aluno mais uma contribuição científica para a formulação de teorias e reflexões autônomas e emancipatórias.
A contribuição da Sociologia para o estudo do contexto histórico apresentado, seria a analise do filme  “O nome da Rosa”, baseado na obra de Umberto Eco, que nos apresenta uma trama que envolve mistérios em torno do assassinato de monges que estabeleceram contato com obras proibidas pela Igreja Católica no período medieval. O filme demonstra como o conhecimento científico e das ciências naturais sofreram um atraso no período devido à censura religiosa. No contexto social, há o estabelecimento de uma sociedade estamentada, com quase nenhuma mobilidade social, o que intimida as iniciativas de desenvolvimento individual tão necessárias ao desenvolvimento da ciência, do mercantilismo e subsequentemente, do capitalismo. 
Após a exibição do filme aos alunos, o contexto histórico apresentado nos leva ao debate sobre as condições sociais, politicas e tecnológicas diante da hegemonia da Igreja Católica como promotora da ordem social e suas consequências. Após o debate, buscamos compreender como esse período influenciou no atraso científico e tecnológico da sociedade e também como desestimulava iniciativas empreendedoras da burguesia para o desenvolvimento do capitalismo.
Há passagens no filme que demonstram o medo da ciência e de suas descobertas o que promove a reflexão sobre a importância do período seguinte da história, a idade moderna, para o desenvolvimento econômico, politico, filosófico e social do ser humano. As ciências naturais que antes eram vistas com cautela- alguns de seus postulados forma considerados heréticos- agora são parte de uma engrenagem que mudaria a sociedade e serviria de base para as sociedades modernas. Com base em descobertas cientificas e o através do uso da razão, vários tipos de pensamentos  se desenvolveram e contribuíram para a transformação do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista, algo que viria a revolucionar a sociedade e transformar o mundo no que conhecemos hoje. 
A contribuição da biologia parte do princípio de quando surgiu o pensamento científico. Dentro da linha do tempo da história humana, a investigação científica é algo extremamente recente. Nossa espécie, Homo sapiens, originou-se a cerca de duzentos mil anos atrás. Por volta de 500 a.C, Tales que viva na Grécia antiga, segundo a literatura, foi o primeiro a desenvolver a idéia de que o mundo possa ser compreendido e que acontecimentos complexos que ocorrem no planeta Terra podem ser reduzidos a princípios mais simples e explicados sem o recurso a argumentos míticos ou teológicos.Surgia na Grécia a ciência jônica que caracterizou-se por um forte interesse em desvendar as leis fundamentais que regem os fenômenos naturais com uma abordagem racional. Os jônios representavam apenas uma das muitas escolas de filosofia grega antiga. Além disso, a maioria das idéias dos antigos gregos não poderiam ser considerada uma ciência válida nos tempos atuais, pois ainda não existia o método científico e suas teorias não foram elaboradas visando a verificação experimental.
Na ciência moderna, as leis naturais são em geral expressas matematicamente ou provadas pelo método científico. Elas podem ser exatas ou aproximadas, mas devem ser válidas, se não universalmente, ao menos sob um conjunto de condições preestabelecidas.
Antigamente a ciência era baseada somente em observações do mundo que nos rodeia. Posteriormente, a ciência ficou cada vez mais experimental. Porém, somente observar já não era mais suficiente para explicar tais fenômenos. Hoje em dia, é primordial que qualquer experimento passe pelo método científico e use modernas tecnologias para se afirmar como uma teoria válida.
A interdisciplinaridade pode ser praticada através da análise do desenvolvimento do raciocínio científico a partir do surgimento das sociedades antigas até os dias atuais.