O jovem é um sujeito com valores, comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades singulares. Ser Jovem é estar imerso em uma sociedade com processos transitórios, a partir de uma NOVA conjuntura familiar, política e social estabelecida. É, portanto, estar em meio a conceitos e formas amplas e diversas de leitura de mundo.Com o passar do tempo, novas descobertas, novas pesquisas, novos olhares foram tomando conta dos grupos e das comunidades. O mundo mudou. A sociedade aceitou o que antes não aceitava, abriu o que antes estava fechado, apagou o que antes escrevera e, hoje, tenta-se definir o seu perfil.
Em função de tais mudanças diante do que antes era dado como REFERÊNCIA, atualmente a maioria dos jovens acredita que a escola não atende às suas reais necessidades e expectativas. As vontades e interesses não se encontram no plano curricular vigente, e a juventude busca por identidades.
Hoje, os jovens convivem com o real de maneira virtual, vivem um mundo virtual de maneira real. Reconhece-se que, na formação humana, há falhas graves na construção cidadã, por inúmeros motivos, a começar pela diversidade de informações que geram inúmeros conceitos sobre tudo, e tudo isso não apenas está à disposição de todos, mas é também despejado ao acesso desta juventude, muitas vezes sem orientações ou encaminhamentos adequados.
O acesso às informações não possuem mais valor de mercado. Com apenas um click, qualquer cidadão as têm. Entretanto, a grande pergunta é: o que fazer com essa enxurrada de informações? Como organizá-las, classificá-las, distribuí-las, respeitando o cidadão jovem em sua formação e desenvolvimento pessoal e profissional? Tem-se percebido que, por não saber gerenciá-las, os jovens terminam em situações imediatistas, fruto do legado que está sendo deixado talvez de maneira errada: pela permissividade. Vivemos num tempo em que tudo pode, tudo se sabe. Porém muitos, sem orientações ou sem atenção, não têm tido limites e, em nome da curiosidade e ansiedade pela vida adulta e independente, têm-se jogado às aventuras e riscos, com amizades não confiáveis, namoros e vida sexual muito cedo e sem cuidados, utilização de drogas lícitas e ilícitas desregradas, irresponsabilidade familiar, doenças e outras situações inusitadas, numa vida precoce, sem sonho, sem expectativas, sem planejamento.
É possível notar o abismo que existe entre o que nós, hoje adultos, passamos enquanto jovem e o que nossos jovens vivem em suas experiências. Um exemplo disso está na tecnologia. Na escola, as redes sociais – comentadas no texto do Caderno II –, apresentam ferramentas como recursos pedagógicos existentes ou disponíveis na aprendizagem, porém nós não temos capacitação, formação, nem planejamento para sua utilização de forma coerente e adequada. Falta adaptar o ambiente escolar e seu corpo docente para receber esses jovens, o que gera desconforto e resistência, deles e de muitos profissionais da educação. Aliás, inserir em sala de aula práticas pedagógicas diárias com uso de tecnologias é, hoje, uma utopia, se olharmos para o sucateamento dos equipamentos oferecidos pelo governo. E não basta somente a aquisição dos equipamentos e materiais; há um conjunto de fatores materiais e humanos que contribuem para o desenvolvimento de um bom trabalho.
Consequentemente, em virtude dos avanços tecnológicos e frente às dificuldades e falta de condições para acompanhar este movimento, nós, professores, nos tornamos cada vez mais anacrônicos, fora do contexto destes mesmos jovens a quem atendemos; privados de certos grupos e redes sociais vemo-nos, muitas vezes, incapazes de acompanhá-los no processo de escuta, diálogo, acolhida, absorção, não só enquanto educadores, mas enquanto família também.
Os tempos são outros. As exigências da vida também. O dia a dia familiar e escolar também. Portanto, mais que necessário, é urgente que a escola, em parceria com as famílias e seu governo, busque conhecer seu papel, para contribuir na construção e descoberta da identidade deste jovem hoje. Assim, permeando seus projetos, talvez possamos indicar caminhos para que a juventude não apenas passe pela vida como tem feito, mas tenha condições de conhecer a realidade em que está inserido, vivencie seus desejos com responsabilidade, conquiste seus objetivos promovendo mudanças saudáveis para si e para a sociedade, com comportamentos e ações que sejam reflexos de virtudes assimiladas no seu cotidiano e também na escola.
É preciso ajudá-los a identificar e reconhecer a importância dos direitos ,sim, mas também dos limites e das consequências. Como educadores, a partir de nosso papel na vida acadêmica, incentivá-los a conhecer suas potencialidades, auxiliando-os a traçar projetos para vida profissional, vida social e vida familiar. Desta forma, poderão enfrentar os desafios que a vida moderna oferece, realizando seus sonhos e dando continuidade à sociedade numa gestão cidadã responsável e de qualidade humana.
COLÉGIO ESTADUAL PINHEIRO DO PARANÁ - CURITIBA
ORIENTADORA DE ESTUDOS : RENATA JARDIM
GRUPO: ANA CRISTINA GABRIEL DE ALMEIDA SOUZA;LOURDES CIVIDINI CASSAROTTI;LUCIANE BATISTA;MARCIA ELIZA ZANIN;MARIA HELENA LAURINDO;OLGA BAGATIN;VAGNA APARECIDA DA SILVA MUNHAO;