Notícia mais do que esperada: o Ministério da Educação (MEC) incluiu conteúdos de ciências humanas e ciências da natureza nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O objetivo oficial é ampliar a coleta de dados em nosso país e suprir o sistema educacional de informações que sirvam à formulação, reformulação e ao monitoramento das políticas institucionais voltadas à melhoria da educação básica no país. A meta, segundo apresentada no documento básico Inclusão de ciências no Saeb, é “ampliar o acesso ao direito às aprendizagens básicas, consolidando saberes essenciais dessa apropriação sobre áreas e componentes curriculares obrigatórios”.
Lendo essa apresentação surge de imediato uma importante questão: será que as ciências passarão a ser realmente consideradas ‘aprendizagens básicas’, ‘saberes essenciais’, além de apenas ‘componentes curriculares obrigatórios’? Se sim, ótimo, bem-vinda a inclusão de ciências no Saeb. Estamos de fato precisados desse reconhecimento. Se, ao contrário, isso só for mais um arremedo de inspiração oficial, é uma pena – se perderá mais uma oportunidade de dar às ciências o seu devido valor como referencial importante no desenvolvimento humano.
Por que o temor? Porque a avaliação em ciências está sendo introduzida de forma experimental e parcial. Foi aplicada nas últimas semanas de novembro a uma parcela mínima, apenas 1,7% dos alunos que fizeram a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), ou ‘Prova Brasil’, e a Avaliação Nacional de Educação Básica (Anaeb), ou ‘Saeb’. Além disso, os resultados agora obtidos não serão ainda considerados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), como já acontece com as notas de língua portuguesa e matemática.
Sendo bem realista, portanto, melhor encarar a inclusão de ciências no Saeb ainda como um balão de ensaio.
Matéria na íntegra disponível no link: http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2013/12/balao-de-ensaio
