Bacia hidrográfica e o uso consciente da água
OBJETO DE ESTUDO
Estudiosos preveem que em breve a água será causa principal de conflitos entre Nações. Embora o Brasil tenha o privilégio de “deter” aproximadamente 12% da água doce superficial no mundo, isso não impede que algumas regiões sofram com a falta de água. A distribuição desigual deste recurso, o uso não racional da água, poluição e mudanças climáticas imprevistas são algumas causas de possível escassez de água em determinada região do Brasil.
O Distrito Federal possui, atualmente, disponibilidade hídrica de aproximadamente 1.400 m³ habitante-1 ano-1, considerada baixa com base nas classificações das Nações Unidas e do Banco Mundial, o que indica a possibilidade de futura ocorrência de conflitos pelo uso da água e a necessidade de gestão dos recursos hídricos existentes. Isso se deve, principalmente, ao aumento populacional do DF.
Diante desse futuro nada animador, o uso consciente da água unido a um melhor aproveitamento e menor desperdício desse recurso, é o único caminho que devemos seguir para que futuras gerações tenham garantia de água de qualidade. Algumas ações são necessárias, e o reuso da água é um caminho para o melhor aproveitamento e preservação desse recurso.
PROBLEMATIZAÇÃO
O uso consciente da água e sua reutilização.
ORGANIZAÇÃO CONCEITUAL
Biologia: ciclos biogeoquímicos, biomas, importância da água para os seres vivos, poluição.
História: história hídrica da região, processo de urbanização e exploração do recurso hídrico.
Geografia: desperdício, reciclagem, mananciais, ciclos hidrológicos, bacia hidrográfica.
Química: química e meio ambiente, sistema internacional de medidas (razão e proporção), substâncias, misturas e suas propriedades.
Português: leitura e interpretação de texto, produção de texto verbal e não verbal, argumentação, tipologia textual.
ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS POR DISCIPLINAS
Português: júri simulado, entrevistas direcionadas e produção textual.
Química: processo investigativo pela comparação de volumes de água no seu uso consciente e não consciente.
Geografia: pesquisa de campo (bacia hidrográfica), estudo do solo, levantamento de dados em empresas públicas (ex.: CAESB).
História: pesquisa em mapas, internet, livros e apresentações em formato de seminários.
Biologia: vídeos, debates, saídas de campo e comparações entre água potável e poluída.
DISCIPLINA – GEOGRAFIA
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE BACIAS HIDROGRAFICAS
A analise ambiental de bacia hidrográfica possibilita uma visão integrada dos diferentes processos de ocupação do solo e seus impactos ao meio natural e à população local nesta bacia.
Segundo Alves (2001), “o estudo do diagnóstico ambiental aplicado em microbacias urbanizadas constitui como um elemento de estudo das inter-relações da sociedade-natureza, das transformações do meio ambiente mediante o modo de apropriação, uso e ocupação do espaço”. “(...) esta abordagem encontra-se atual para referenciar o entendimento das transformações ocorridas no interior da bacia hidrográfica” ( Alves, 2001, p. 3).
A bacia hidrográfica funciona como um sistema aberto. Conforme Leal (1995) “(...) cada um desses elementos, matéria, energias apresentam uma função própria estão estruturados intrinsecamente relacionados entre si. O que ocorre a qualquer um deles terá reflexos sobre os demais” (leal, 1995, p. 102). A bacia hidrográfica é constituída por uma compartimentação geomorfológica dinâmica, e qualquer alteração das condições naturais ocorridas em qualquer uma de suas partes refletirá em consequências danosas, mais sensíveis no corpo hídrico que recebe toda a carga de detritos.
A urbanização não só agride a bacia hidrográfica pela maior capacidade erosiva ou retirada da vegetação original, mas nota-se um desequilíbrio no ciclo hidrológico, muitas vezes. Com as alterações no microclima local, rebaixamento no lençol freático, ou problemas relacionados a inundações ou desmoronamentos.
Verifica-se que qualquer alteração gerada no sistema ambiental bacia hidrográfica, repercute numa cadeia de consequências. Este processo de urbanização provoca modificações no meio ambiente, alterando suas características. As condições climáticas de uma região, o seu relevo, tipos e formação de solos, os recursos hídricos, a cobertura vegetal, os ecossistemas, entre outras, são características de um ambiente que estão relacionados com a urbanização, influindo no processo ou sendo modificadas por ele. As atitudes antrópicas provocam mudanças nas características do meio natural, causando, alterações prejudiciais ao ambiente e ao próprio homem, como já vimos.
As mudanças ambientais urbanas são produzidas na alteração dos sistemas naturais pela ação humana, gerando desequilíbrios e impactos de modo geral. Os agentes dessa mudança originam-se de processos socioeconômicos que atuam na organização da paisagem urbana. Nessas paisagens, as ações antrópicas com seus respectivos problemas ambientais, são geralmente mais intensas.
O planejamento ambiental é essencial para a minimização de impactos e preservação do meio natural, proporcionando ao homem uma melhor condição de vida imediata e futura.
A Agenda 21, em seu cap. 7, nos relata a necessidade do Planejamento Ambiental, afirmando que a redução da pobreza urbana só será possível mediante o planejamento e a administração do uso sustentável do solo. Também reconhece que o planejamento ambiental deve fornecer sistemas de infraestrutura, ambientalmente saudáveis, que possam ser traduzidos pela sustentabilidade do desenvolvimento urbano, o qual está atrelado à disponibilidade dos suprimentos de água, qualidade do ar, drenagem, serviços sanitários e rejeito de lixo sólido e perigoso.
Na construção da sustentabilidade, o planejamento ambiental tem papel preponderante e deve pautar-se na participação social para a tomada de decisões e o estabelecimento de prioridades de intervenção, subsidiados por planos elaborados em escalas adequadas.
Visando um levantamento das ações antrópicas na bacia hidrográfica em que nossa escola esta inserida, e de métodos de atuação para preservação ambiental e minimização de impactos causados por ações da comunidade que ali reside, e nos preocupando com o bem estar das gerações futuras, propomos um projeto, onde os alunos partirão de um recorte na paisagem (bacia hidrográfica, e bairro onde se encontra a escola), e atuarão em favor da conscientização e do aprendizado das questões relacionadas ao meio ambiente, contribuindo para a construção de um programa de planejamento ambiental na área de estudo.
A geografia enquanto disciplina escolar, além das informações relevantes que disponibiliza ou favorece aos estudantes, contribui para a formação em dois sentidos relacionados: a formação do cidadão ativo e crítico, e a formação e desenvolvimento de formas e estratégias de pensamento deste sujeito critico. Os alunos também aprendem a ler, escrever e a pensar também estudando geografia. E é nesse sentido que esperamos capacita-los para pensar o ambiental, o coletivo, e desenvolver uma consciência preservativa e sustentável.
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