A verdade,somente a verdade,nada mais que a Verdade?

Difícil crer na credibilidade de uma emissora asim, com esse nome

Moças, a relação da verdade com a imagem vem de muito tempo. A fotografia fixa já foi o centro dessa discussão e em seguida a imagem em movimento (ou o chamado cinema) assumiu tal compromisso com maior força. Com o surgimento do cinema, ou melhor, mais precisamente com o surgimento do documentário como gênero do cinema, em 1922, uma série de investimentos foram feitos na tentativa de encontrar a 'imagem verdade', aquela capaz de imprimir a vida em sua essência, tal como ela é, original, sem nenhuma interferência externa, enfim. Mas seria isso possível? ...ou a vida será sempre efeito dos diversos fatores que a produzem? Bom, nesta perspectiva, o tempo foi preciso ao nos mostrar que se há alguma verdade na imagem, esta pode ser, no máximo, aquela produzida pelo encontro entre aquele que filma e aquele que é filmado. Mas nunca uma verdade exterior ao encontro, capaz de ser capturada objetivamente em sua totalidade pela lente de uma câmera e que daria conta da ‘verdade’ de uma determinada realidade. Assim, se vemos a imagem de uma pessoa varrendo uma calçada, por exemplo, podemos afirmar, no máximo, que esta é de fato uma pessoa varrendo calçada. Todo o mais vai depender da narrativa que usa essa imagem para contar o fato ou a história na qual essa imagem se insere. Os telejornais, sobretudo os do Brasil, como é o caso do mencionado no post acima ou ainda o famoso JN, da TV Globo, são modelos de informação que ainda se pautam pela ideia antiga de "verdade" e "imparcialidade", desconsiderando que antes de uma imagem ser mostrada ela é escolhida, por alguém, que tem interesses claros nessa escolha, sejam eles quais forem. É importante observar que, ao selecionar a imagem da ‘pessoa varrendo’ para usá-la , por exemplo, em uma matéria de telejornal, uma série de outras imagens que também poderiam estar alí são decididamente descartadas (a esse procedimento podemos chamar de 'edição' = a edição é um processo de escolha na hora de fazer vídeos). O que quero ressaltar com isso é o fato de que toda matéria jornalística, é ‘na verdade’ fruto de um processo de escolha daquele que a produz, implicando aí uma série de subjetividades... a informação pode até ser verdadeira, e costuma ser, mas o modo de contar tal fato será sempre particular. E é nesse sentido que nos cabe, como leitores críticos, observar como cada fato é narrado pela mídia, seja no JN, da TV Globo, ou no TV Verdade, da emissora X,  e assim por diante. Talvez por isso o debate sobre as redes sociais venha assumindo tanta importância nos últimos tempos: elas ampliam as possibilidades de escolha dos leitores mais comuns, mostrando não uma, mas ‘múltiplas verdades’, permitindo, assim, formas mais complexas de recepção. Pensem nisso! Bjsss,