O giz e a tela - uma imagem como metáfora do aprendizado

Pesquisando sobre este trabalho da artista Cinthia Marcelle encontrei este interessante relato da professora

de artes Lívia Seber sobre a instalação artística intitulada "Sobre este Mundo Mesmo":

" Quando estive visitando a 29ª Bienal, esta obra chamou demais minha atenção.

Lá estava um dos meus objetos de trabalho, um símbolo da vida docente, onipresente nas escolas (especialmente as públicas) do Brasil.
A lousa e o giz. Essa dupla, tão usada há anos e hoje tão criticada, faz parte do meu cotidiano e não pude deixar de me identificar. A lousa da obra estava cheia de marcas, textos escritos, fórmulas, palavras mal apagadas, rastros de um professor. É certo que um mestre deixa sempre algo para trás.
Como aluna, lembrei do que presenciei em sala de aula. Muito do conteúdo que vemos, que nos ensinam, é esquecido com o tempo. A lembrança de algumas matérias se torna tão borrada quanto uma lousa mal apagada.

É lógico que hoje a tecnologia media a relação professor-aluno. Desde o quadro branco até a lousa digital, inúmeras telas, conteúdo digitalizado e internet estão presentes no contexto escolar. Mas enquanto a relação entre professor-aluno for totalmente vertical e a escola for conteúdista, a informação não será convertida em conhecimento e pouco tocaremos a vida dos alunos. A escola não pode ficar restrita a um borrão na memória. Ou só sobrará o pó.

Por fim, gostaria de propor um diálogo: A lousa reflete um ritmo anterior, mais lento, da leitura em papel, da leitura de um livro de cada vez. A tela digital reflete um ritmo atual, de multitarefas, várias coisas acontecendo, e uma informação mais efêmera e superficial. Pensando nisso, a tela digital na escola será capaz de se tornar um apoio sólido ao aprendizado?"
 

http://livia.seber.com.br/blog/

Comments

imagem de wanda Meguins

A tela digital também mas, não somente ela

As novas tecnologias tem se constituído um interessante instrumento pedagógico, mas elas não é suficientes para promoverem as mudanças profundas que desejamos, a leitura, as rodas de conversas, o teatro as aulas expositivas que instiguem a curiosidade do aluno serão complementos mais que necessários, sempre!

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