Estudantes de São Gonçalo encenam Eles Não Usam Black Tie

Teatro na Escola Estadual Lauro CorrêaA Revolução Industrial que aconteceu no século XVIII modificou a organização do mundo de diversas formas. Os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Lauro Corrêa em São Gonçalo (RJ) resolveram explicar a matéria para seus colegas por meio de uma peça de teatro.

 

O clássico texto de teatro “Eles não usam black tie” de Gianfrancesco Guarnieri foi adaptado para uma versão mais curta, com 15 minutos, pela aluna Letícia Chagas. Produzida unicamente por estudantes, a peça teve o apoio de professores e da diretoria do colégio.

Tudo começou na aula de geografia, quando a professora Ana Vidal recomendou aos alunos que assistissem o filme inspirado na peça para que entendessem a matéria. Foi aí que um dos estudantes lembrou-se de ter visto o livro na pequena biblioteca da escola.

Olhos atentos ao drama de um sindicalista assassinado

Teatro na Escola Estadual Lauro CorrêaComo a escola não tem auditório ou palco, a apresentação foi feita em uma sala de aula. Foi aí que os estudantes montaram o cenário da peça e o separaram do “público” com uma cortina também improvisada. Como a sala não comportava mais de uma turma por apresentação, o grupo apresentou a peça várias vezes, para que mais alunos do colégio pudessem assisti-la.

O espetáculo foi adaptado pelos estudantes e começa com meninas recitando letras de músicas, entre elas, Ideologia, de Cazuza:

“Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...”

Teatro na Escola Estadual Lauro Corrêa

A peça conta os conflitos de uma família durante a Revolução Industrial. As indagações de um rapaz que descobre que vai ser pai e precisa redefinir a sua vida e do pai dele que, na luta por melhores condições de vida, se envolve em protestos reprimidos com violência pelo governo e acaba sendo assassinado.

Para Letícia Chagas, aluna do 3º ano da tarde, esta possibilidade de aprender fazendo arte é uma grande oportunidade, principalmente para quem está participando. “Nós já apresentamos outra peça que montamos em outras escolas, o que nos dá a chance de fazer contato com pessoas de fora e experimentar um pequeno intercâmbio.” comentou.

E você leitor? Na sua escola existe alguma iniciativa que misture o ensino de artes com outras disciplinas?