CIEP 122 - RJ
Durante as oficinas EMDiálogo, realizadas no ano de 2012, a atividade fotografando minha escola parecia ser, a princípio, a que os alunos mais se interessavam. Acho que os jovens tem um certo fascínio pela máquina fotográfica. Porém, quando descobriam que um texto deveria acompanhar a imagem, de um modo geral, via-se que todo o entusiasmo inicial parecia se perder. Há muita resistência dos jovens em produzir um material escrito. Eles diziam que não sabiam escrever, ou que não tinham nada pra contar.
Era preciso, então, convencê-los de que não se tratava de nenhuma redação, nos moldes que estão acostumados a realizar para as provas, e muito menos uma poesia, era um simples relato de alguma situação vivida na escola. Para aqueles que diziam que não tinham nada para contar, era preciso dar um “empurrãozinho” para que eles se lembrassem de alguma história. Assim, eu citava algum exemplo, ou então contava alguma história que eu mesma vivi durante os tempos de colégio.
Depois de uma boa conversa com eles, começavam a brotar várias histórias. Agora a dificuldade era outra, decidir qual seria a selecionada, qual iria para o papel, qual a mais legal para ser fotografada. Em alguns casos eles até chegavam a escrever mais de uma história para depois escolher qual seria fotografada. Mas essa decisão ficava por conta deles mesmos.
Na maioria das vezes que realizamos essa atividade só tínhamos à nossa disposição um ou dois netboks, o que, nos casos em que vários estudantes estavam participando da oficina, tornava a tarefa de digitar o texto e inserir a foto um pouco demorada. Inclusive em alguns casos a finalização da arte não foi realizada na escola por falta de tempo, anotávamos quais as fontes das letras e as cores (tanto da letra quanto da página) que o estudante queria para o seu trabalho, finalizávamos o trabalho na sala do Observatório Jovem e depois inseríamos o material no Portal EMdiálogo. Apenas uma escola dentre as que visitamos dispunha de computador suficiente para vários alunos. Isso trouxe a possibilidade de que os estudantes demonstrassem suas próprias experiências. Eles e elas nos mostraram uma maneira de editar mais simples do que a que estávamos utilizando e ainda houve uma troca entre eles mesmos. Alguns já sabiam utilizar aquelas ferramentas e ensinavam aos outros que não as conheciam.
Para que os jovens já começassem a se familiarizar com o portal, o ideal seria que durante a oficina eles finalizassem toda a arte em sala de aula e ainda tivessem a oportunidade de inserir o material no portal. Mas muitas vezes não tínhamos acesso à internet da escola, ou a conexão era ruim, e essa tarefa só pode ser realizada pela equipe do EMdiálogo na universidade, na sala do Observatório Jovem, sem a participação dos estudantes.