Texto final Pacto 2014
A necessidade do ingresso prematuro no mundo do trabalho faz com que os alunos abandonem ou apresentem baixo rendimento na aprendizagem, que pode resultar no abandono ou na reprovação escolar. A obrigatoriedade da permanência na escola representa um desafio em superar obstáculos historicamente e culturalmente advindos da educação elitista, pois os alunos estão na escola por obrigação e não por considerarem a escola importante para a sua formação como cidadão. Percebe-se o demasiado acesso por informações paralelas de redes sociais, aplicativos e jogos para o entretenimento que não agregam conhecimentos significativos e a falta de motivação pela busca de informações complementares sobre os conteúdos abordados na escola, assim temos a impressão de que as tecnologias e mídias concorrem com o nosso trabalho em sala de aula. Neste sentido é necessário destacar a falta de capacitação dos professores para usar as mídias e tecnologias em favor da qualidade da educação e a morosidade da chegada à escola das tecnologias e a insuficiência na qualidade e na quantidade das máquinas e espaço físico adequado para o uso das tecnologias.
No processo ensino aprendizagem encontra-se dificuldade em integrar os conteúdos acadêmicos em outras situações, bem como a dificuldade de interpretação e falta de leitura. A nossa sociedade vive uma crise na transmissão de valores éticos e morais. Observa-se a resolução de conflitos externos no momento das aulas (os alunos trazem conflitos familiares e/ou sociais para serem resolvidos no ambiente escolar). Muitas vezes ocorre a falta de princípios éticos e morais entre os alunos, família e a comunidade escolar. A realidade da nossa escola pode ser considerada heterogênea. Quanto à moradia, a maioria possui casa própria e mora na área urbana, mas todos os alunos advindos da zona rural tem transporte público gratuito para o acesso a escola. A renda mensal das famílias, em sua maioria, é de 3 a 5 salários, sendo que destes em torno de 10% recebem Bolsa Família e recebem Assistência da Secretaria de Assistência Social. No que refere-se à religião, a predominante é a católica, mas também há muitos evangélicos e batistas. Mais de 90 % tem acesso a internet e possui meios tecnológicos e de comunicação como: celular e computador. A maioria de descendência europeia, predominando a origem Alemã. Quanto a constituição familiar, a maioria mora com os pais mas percebe-se um grande número de alunos que tem constituições familiares diferentes, como: somente com o pai, somente com a mãe, com os avós, mães e padrastos e pais e madrastas. Nos turnos diurnos existe um percentual pequeno de alunos trabalhadores, já no noturno a maioria dos alunos são trabalhadores. Conclui-se portanto que as dificuldades enfrentadas pelos nossos alunos não são de origem sócio econômica, assim como a nossa escola possui um espaço físico adequado e oferece materiais de uso pedagógico aos professores e material escolar aos alunos deste estabelecimento escolar.
No novo cenário do Ensino Médio apresenta-se claramente a necessidade de um diálogo capaz de avançar positivamente nas discussões sobre os sujeitos diversos, presentes no espaço escolar e que atenda as expectativas e necessidades que positive as presenças de cada sujeito levando em conta seus pertencimentos caminhando rumo a uma educação de qualidade garantindo não só a permanência e o acesso a educação como também oportunizar a emancipação transformadora que possibilita a ampliação dos conhecimentos manifestos nas diferentes vozes que permeiam o contexto educacional. A interação entre educadores e educandos se torna essencial e ultrapassa os muros escolares agregando ao conhecimento formal as relações pessoais e suas experiências culturais. Nós professores nos tornamos mediadores ativos dos alunos ao tempo que somos vistos como parceiros e construtores de seus projetos de vida, fruto de um processo de aprendizagem no qual o maior desafio é aprender a escolher e consequentemente a enfrentar com responsabilidade os resultados de suas escolhas.
Para que se possibilite uma formação integral ,dinâmica e abrangente do Ensino Médio, capaz de contemplar na prática a pesquisa, a ciência, as tecnologias, as mídias e demais competências é necessária uma reestruturação ampla iniciando pela grade curricular. Deve-se contemplar disciplinas específicas voltadas as novas necessidades. E para a existência das mesmas é fundamental uma carga horária compatível, para a formação integral tempo integral! Ressaltando que para o ensino noturno faz-se necessária uma outra formatação, dadas as particularidades dos estudantes trabalhadores. Para todos esses itens é preciso investimentos: formação profissional de qualidade, infra estrutura das instituições escolares, etc. Não se sustenta mais, como exemplo, apenas o saber usar as tecnologias; é necessário saber interagir com ela e criar espaços efetivamente educacionais, promovendo reflexões e maior vinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem fora do âmbito escolar. O aluno como sujeito direto centrado na práxis escolar. Vincular os sujeitos a um contexto social significativo em prol da construção coletiva da autonomia intelectual e moral dos educandos.
Em nossa escola a música "não é sério" está sendo levada para as turmas do ensino médio para um debate sobre o assunto. Os estudantes estão confeccionado cartazes e fixando-os pela escola, a partir dos cartazes que já estão expostos em suas expressões percebe-se o que eles esperam da sociedade entretanto, quais os seus compromissos e responsabilidades com esta sociedade da qual eles também representam? acho que está faltando compromisso entre jovem e sociedade: a sociedade em perceber e compreender os anseios juvenis e os jovens em responder com seus direitos e deveres perante a sociedade.
As pesquisas sobre questões sócio-econômicas e sobre os pontos positivos e negativos de ser jovem, assim como sobre o uso das mídias com eles, nos clarearam as dúvidas relacionadas a esses aspectos e nos possibilitaram um melhor conhecimento da realidade dos nossos alunos. Nossos jovens do Ensino Médio, são 48% do sexo masculino e 52% do sexo feminino, com idade entre 14 e 23 anos. Dos 148 alunos que responderam aos questionários, quando questionados sobre a utilidade das mídias, 27% respondeu que as utiliza para ouvir música, 33% usam para ver vídeos, 77% respondeu que acessa as redes sociais, 38% utiliza para fazer pesquisas e apenas 13,5% lança mão das mídias para verificar os e-mails (sendo que muitos utilizam as mídias para vários fins e deram mais do que uma resposta). A partir deste questionamento percebemos que a maioria dos jovens acessa principalmente as rede sociais e tem a internet como opção de entretenimento. Questionados sobre o que é ser jovem para eles, as respostas com maior número de votos foram: ser livre, poder aproveitar as coisas, ter responsabilidade, ser feliz e ter diversão. Sobre os pontos positivos e negativos de ser jovem, nossos alunos apontaram como principais pontos positivos a liberdade, ter menos responsabilidades e muitas amizades. Como pontos negativos também mencionaram a questão da responsabilidade, de não poder frequentar alguns lugares e não poder fazer o que se quer fazer. Neste aspecto portanto percebemos que a palavra juventude está correlacionada à liberdade e responsabilidade, ora por falta ou por ocorrência, ou seja os próprios alunos se contradizem: ora dizem que tem liberdade e responsabilidade, ora dizem que não tem liberdade em suas escolhas e menos responsabilidades. Isso indica as diversidades enfrentadas por eles e na estruturação de sua identidade, realmente uma fase de incertezas e contrapontos. Quando questionados sobre o valor das conversas pela internet, 48% responderam que as conversas pela internet tem menos valor do que pessoalmente, 32% pensam que tem o mesmo valor e 20% ficaram em dúvida e não responderam. Neste aspecto percebemos que quase a metade dos alunos entrevistados não consideram a seriedade nas conversas por internet. Tendo em vista que este representa um potencial meio de comunicação com cada vez mais adeptos e cada vez com questões mais sérias, talvez estes jovens não consideram a formalidade nestas questões, pois como apontado na questão anterior a maioria acessa as redes sociais, onde as conversas podem ser consideradas informais mas é um potencial meio de divulgação e propagação de informações e expressão de opinião. Na mesma questão percebemos que a minoria acessa o e-mail que pode ser considerado um meio formal de comunicação, justificando o desconhecimento dos alunos das formalidades em comunicação pela internet.
Sobre o trabalho, aplicou-se um questionário que possibilitou a compilação dos seguintes dados:
Referente ao turno MATUTINO: Foram questionados 52 alunos quanto em relação ao trabalho, destes, 60% dos alunos do Ensino Médio responderam que trabalham, realizando serviços principalmente na Agricultura, como estagiários da prefeitura, babás, serviço doméstico e no supermercado como caixas ou repositores de mercadorias. Apenas um destes alunos respondeu que seu trabalho não é realizado com segurança e dois disseram não ter conhecimento de seus direitos como trabalhador.
Dos 31 alunos que trabalham, 12 disseram estar satisfeitos com o seu salário, o restante pensa que precisa estudar mais para evoluir na sua função ou até mesmo mudar de emprego. Apenas 07 dos nossos alunos do turno matutino que trabalham possuem carteira assinada e dos 21 alunos que não trabalham ainda, 03 responderam que não pretendem trabalhar em breve.
Questionados sobre os motivos que o levaram a trabalhar, 09 alegaram precisar ajudar nas despesas da casa, 21 disseram que é porque querem comprar suas próprias coisas e 11 disseram ter começado para adquirir experiência no mercado de trabalho.
Quanto ao horário de trabalho, apenas um respondeu que trabalha no período da noite, o restante dos alunos trabalha no período da tarde, sendo que um aluno também trabalha além de oito horas diárias.
Referente ao turno VESPERTINO: Do total de 31 alunos do vespertino que responderam ao questionário, 16 trabalham. As ocupações são em grande parte como na agricultura, serviço doméstico, babá e ajudante de supermercado e todos os alunos trabalhadores responderam que executam o seu trabalho com segurança, somente no turno da manhã, não excedendo as oito horas diárias e apenas treze alunos dizem ter consciência dos seus direitos como trabalhadores.
Do restante de alunos que ainda não está inserido no mercado de trabalho, apenas um, não em trabalhar logo, o restante almeja um emprego assim que for possível.
Quanto aos planos para o futuro, dez dos dezesseis alunos que trabalham dizem estar satisfeitos com o salário que recebem e seis pensam em continuar os estudos para evoluir na sua função ou até mesmo mudar de emprego.
Sobre o motivo que os levou a trabalhar, o principal seria adquirir suas próprias coisas.
Referente ao turno NOTURNO: Dos 53 alunos entrevistados, apenas 04 não trabalham e destes, apenas um não planeja trabalhar em breve. Dos que trabalham, as principais funções exercidas são: Auxiliar de produção na fábrica de calçados e na fábrica de costura, ajudante de supermercado e babá.
Quanto a segurança no trabalho, quatro alunos responderam que não tem segurança, no entanto, todos disseram ter consciência dos seus direitos como trabalhador e 75% deles trabalha com carteira assinada e 67% almeja evoluir na sua função através dos estudos ou até mudar de emprego.
Quando questionados sobre o motivo que os levou a trabalhar, alegaram em primeiro lugar o fato de poder adquirir suas próprias coisas e em segundo e quase com a mesma quantidade de votos, ajudar no orçamento doméstico, sendo que 90% destes trabalham o dia todo e o restante ou apenas de manhã ou apenas a tarde.
Quanto a carga horária, 53% disseram trabalhar jornadas que excedem as 08 horas diárias.
Como proposta de ação expomos no mural e pelos corredores da escola a seguinte carta, elaborada por uma escola do Ceará, mas que nos identificamos muito e que vem de encontro com os nossos anseios e sentimentos como professores em relação aos nossos alunos: Você sabia que me preocupo muito com você? Por vezes me vejo pensando sobre a nossa convivência na escola, e aí me pergunto: por que nossa relação em alguns momentos é tão difícil? Estou percebendo cada vez mais a distância entre nós e sinto a necessidade de uma interação maior. Nem sempre é fácil encontrar um momento para discutir sobre a nossa relação dentro da escola e mesmo fora dela. Mas, acredito que não podemos mais fugir desta conversa ou deixar para depois. Então, por onde começar? Percebo que conheço você muito menos do que deveria, mas, o pouco que sei será a base desta nossa conversa. Sei, por exemplo, de sua curiosidade e desejo de saber das coisas. O simples ato de vir à escola me diz isso, mesmo que seu comportamento, às vezes, fale o contrário. Quero entender melhor os seus desejos, seus medos, seus anseios e aquilo que espera da escola e de mim. Sei que somos fruto de um meio social, cultural e familiar que cada vez mais cedo cobra e dá responsabilidades. Você está em uma idade de transformações na vida, onde é difícil conciliar diversões, namoro, festas, com a realidade de que em breve será adulto, e as responsabilidades aumentam nesse período da vida, de mudar, de crescer, quando ainda se é jovem. O jovem, na escola, na família, na sociedade, é cada vez mais, protagonista e atuante, um comunicador antenado nas mudanças sociais e tecnológicas, que anseia por elas, pois vive em um mundo cada vez mais globalizado. Você é esse jovem, com suas tribos, seus grupos e redes sociais. Traz a característica de possuir uma energia, capaz de fazer grandes mudanças. Seria possível trazer essa energia da juventude, suas experiências e saberes para juntos transformarmos a vida da escola? Como faria para usar seus esforços para se tornar mais rico culturalmente? Aceita o desafio do diálogo para que a escola seja um ambiente interessante para todos? Se aceita, vamos fazer da escola um lugar com significado, onde se ampliam os horizontes, na qual professor e aluno se compreendam e trabalhem pelo mesmo ideal: viver e conviver bem em sociedade.
A comunicação por carta realmente está em desuso ou com finalidades reduzidas, já o acesso virtual é o mais utilizado e mais prático. Devemos considerar que retomar alguns valores como a escrita de cartas é tão importante quanto valorizar a comunicação virtual dos jovens.
O Currículo do Ensino Médio, seus sujeitos e o desafio da formação humana e Integral
Pontuamos algumas relações cotidianas com conhecimentos culturais advindos de saberes populares que podem ser confrontados com os conhecimentos científicos do currículo, justificando alguns hábitos de culturas ou desmistificando costumes. Pensamos que estas relações contribuem indiretamente para a formação do mundo do trabalho, pois hoje a sociedade exige trabalhadores que possam utilizar de seus mais variados conhecimentos para ler e interpretar as mais diferentes situações que podem ocorrer no trabalho.
Em debate com os professores sintetizamos que nas diversas áreas procuramos desenvolver a maioria dos conteúdos a partir de situações do cotidiano, explorando as potencialidades dos alunos e agregando novos conhecimentos, que poderão ser aplicados na sua vivencia e no entendimento da aplicação das novas tecnologias. Entretanto, nem todos os conteúdos permitem relações e contextualização, alguns conceitos precisam ser abordados e inseridos para que depois se desenvolvam outros. A teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel vem de encontro com esta situação: segundo esta teoria os novos conhecimentos são ancorados em conhecimentos já existentes, assim a abordagem de novos conteúdos deve acontecer a partir de um contexto, mas pode ocorrer que em algumas situações seja necessário introduzir um conceito de maneira tradicional para que depois sejam feitas as ancoragens e assimilações dos conteúdos.
Em Leitura da Resolução Nº 2, de 30 de janeiro de 2012, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), os aspectos que mais se destacam ou chamam atenção são o dever do estado em ofertar o Ensino Médio gratuitamente à todos, afirmado pelo Artigo 3º. Também se destaca na leitura as finalidades do Ensino Médio, previstas na Lei nº9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), expressas no Artigo 4º:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática.
O Artigo 5º da citada resolução acima apresenta as bases do Ensino Médio, as que mais se destacam ao meu parecer são: a formação integral do estudante; trabalho e pesquisa como princípios educativos e pedagógicos, respectivamente; sustentabilidade ambiental como meta universal; integração de conhecimentos; aceitação da diversidade e da realidade dos sujeitos; integração entre educação e as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como base da proposta do desenvolvimento curricular.
No Artigo 12 percebe-se a preocupação de garantir e orientar os processos avaliativos que seguem as prioridades e definições do currículo, segundo este artigo o currículo do Ensino Médio deve:
I - garantir ações que promovam:
a) a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes;
b) o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura;
c) a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotar metodologias de ensino e de avaliação de aprendizagem que estimulem a iniciativa dos estudantes;
III - organizar os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação de tal forma que ao final do Ensino Médio o estudante demonstre:
a) domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
b) conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.
A resolução define também, em seu Artigo 13 que "As unidades escolares devem orientar a definição da proposição curricular, fundamentada na seleção dos conhecimentos, componentes, metodologias, tempos,espaços, arranjos alternativos e formas de avaliação..."
Por último também destaca-se as orientações para a elaboração do projeto político-pedagógico das escolas, descritas no Artigo 16.
Em debate com os professores, os aspectos mais pertinentes de discussão são:
o A imposição de uma grade curricular que não leva em consideração o dia a dia vivenciado nas instituições escolares e pelos professores e a falta de suporte físico e assistência profissional em recursos de laboratórios de informática e ciências, entre outros.
o A necessidade do aumento da carga horária das disciplinas na educação integral, e não apenas na aplicação de projetos e programas.
o A necessidade e a dificuldade de abordar questões relacionadas aos problemas sociais atuais e que interferem em nossas vidas.
o Os estudantes não tem a percepção do trabalho como um princípio educativo e no sentido ontológico, apenas como fonte de rendimentos financeiros. Além disto busca-se apenas a solução imediata de problemas, necessidades ou outras situações.
Sobre as finalidades da educação básica, podemos afirmar que em nossa escola são motivadas e realizadas atividades que visam atender as finalidades da educação básica e possibilitar uma formação humana e integral, tanto em disciplinas específicas em sala de aula, quanto em atividades de integração que são realizadas com toda a comunidade escolar, como feiras, mostras, festivais, etc. Assim é possível propiciar os conhecimentos básicos e desenvolver habilidades de pensamento crítico, raciocínio lógico, a criatividade e a sociabilização. Acreditamos que a principal dificuldade é atender a demanda de conteúdos obrigatórios e disciplinares e avaliação escolar pautada em notas. Concordamos que o aluno deve ser avaliado qualitativamente, pois as avaliações do currículo em nossa escola são variadas e valorizam as habilidades, potencialidades e particularidades dos estudantes, pois consideram sua produção do conhecimento de diferentes modos: atividades, trabalhos e provas. No entanto, o fator tempo tem se mostrado o principal empecilho para as atividades e avaliações.
Percebemos que é possível trabalhar os conteúdos de forma contextualizada e significativa, propiciando a aplicabilidade dos mesmo nas situações cotidianas. O preparo e o desenvolvimento de atividades com este objetivo demandam maior tempo, sendo necessário uma ampliação da carga horária (educação em tempo integral), para um bom desenvolvimento. Por outro lado o que percebemos é uma cobrança de formação específica para as avaliações externas, como vestibular, que nem sempre estão em consonância com esta metodologia, valorizando os conteúdos na sua especificidade e não no contexto. É necessário que haja uma reflexão e uma reforma no sistema de avaliações e de objetividade do Ensino Médio, para que haja uma consonância entre o currículo, as avaliações e as expectativas da sociedade.
Áreas do conhecimento e integração curricular
Sugestões para a abordagem do tema "Educação Alimentar e Nutricional" com os estudantes:
-Questões históricas e sociais da alimentação
- Produção dos alimentos
- Métodos e processos de industrialização
- Relação entre qualidade de vida e hábitos alimentares.
- Doenças causadas por alimentos
- Conservantes e aditivos químicos: riscos a saúde
- Valores energéticos e nutricionais dos alimentos
- Dietas: tipo, funcionamento e necessidades diárias
- A alimentação e o comportamento cultural da sociedade em vivemos
Com a leitura da carta podemos atribuir às dimensões culturais na maneira em que o autor, trabalha com o material mais conhecido na época; optando pelo método tradicional. Evidencia que para seu trabalho não importa o material utilizado mas sim o resultado final, desta forma percebe-se que ele deixa de lado os recursos mais novos e utiliza técnicas conhecidas. Na dimensão do trabalho o autor valoriza a utilização dos recursos naturais existentes na época, porém aparece na carta diferentes forma de produção onde o artista prioriza técnicas tradicionais . Ao nos referirmos a dimensão da ciência utiliza os recursos naturais disponíveis na época como carvão misturado a água, a pena e a tinta. E por fim a dimensão da tecnologia, o autor mostra ter conhecimento da tecnologia (carvão misturado com água) porém sabe que pode melhorar a qualidade de seu trabalho ao misturar carvão com óleo mas acomoda-se e opta por manter-se no desenvolvimento de técnicas comuns.
Esta carta pode ser utilizada em sala de aula mostrando a evolução da construção do conhecimento: podemos empregar desde formas tradicionais (ler e escrever) até as o uso tecnologias (internet, computadores, tablets entre outras). No processo de ensino aprendizagem não podemos deixar de lado práticas que por muitos anos vem gerando resultados positivos, devemos sim aprimorar o processo acrescentando formas mais atrativas como é o caso das tecnologias.
Na disciplina de Física por exemplo, pode-se utilizar do contexto da carta para abordar a evolução do conhecimento e da teoria científica, bem como do desenvolvimento de novos métodos e tecnologias, que vão desde a luneta até os telescópios mais avançados, e sua contribuição para o desenvolvimento da Ciência, tudo isto inserido dentro do contexto histórico.
Para a elaboração de uma proposta curricular optou-se em abordar um fato que tem se mostrado frequente em nosso ambiente escolar.
Tema: Gravidez na Adolescência
1. Problematização: Por que atualmente há um número tão grande de adolescentes grávidas? Os nossos adolescentes tem conhecimento dos métodos contraceptivos? Qual o entendimento de sexo que nossos alunos tem? Qual a relação da carência afetiva com a gravidez na adolescência? Por que os adolescentes não usam os métodos contraceptivos? Qual é a influência do álcool na gravidez na adolescência? Os pais sabem orientar seus filhos sobre os métodos? Qual a influência das amizades na gravidez na adolescência? Nossas adolescentes prosseguem com os estudos após a gravidez ou o nascimento do filho? O que seria o exercício responsável da sexualidade? As novas constituições familiares influenciam na questão? Quais as consequências acarretadas numa gravidez precoce?
2. e 3. Conceitos fundamentais a serem abordados para a compreensão da problematização e localização das teorias nos campos disciplinares: A) História – histórico da gravidez no país, estado e município; B)Sociologia – aspectos comportamentais da adolescência, identidade e confusão de identidade, necessidade de independência e autonomia dos adolescentes, compreensão das relações sociais, movimentos sociais (Movimento Feminista), Instituições sociais da evolução histórica até a atualidade e dados estatísticos;C)Matemática – estatísticas e gráficos, levantamento de dados, valor da pensão alimentícia e debate da questão que os avós que precisam assumir caso o filho não possa pagar ou seja menor de idade; D)Biologia – Reprodução humana (menarca precoce), métodos contraceptivos, influência da alimentação e hábitos ao desenvolvimento do feto, DST’s e Aids; E)Geografia – classes sociais, regionalismo (como a gravidez na adolescência é vista em determinadas culturas), densidade demográfica, controle de natalidade; F)Língua Portuguesa – Questionários e debates, diálogo e conversa sobre expectativas e incertezas, questões afetivas e psicológicas; G)Química – Composição química da pílula anticoncepcional e seus efeitos no organismo; H)Física: composição dos preservativos; I)Educação Física – pesquisa sobre quantas das meninas grávidas estavam envolvidas com atividades esportivas antes de engravidar e durante a gravidez o cuidado com a saúde; J)LEM – estatísticas com os países vizinhos, entrevistas com as meninas que já tem filhos, depoimentos.
4. Relações das teorias e conceitos com outros do mesmo campo (disciplinaridade): *Exatas (biologia, física, química, matemática) - hormônios sexuais, métodos contraceptivos e aborto. Custo do pré natal e custo de vida pós nascimento do filho; *Em todas as disciplinas - declaração dos direitos humanos; *Humanas (geografia, filosofia, história e sociologia, Educação Física) - IDH, expectativa de vida, cultura, tabus e preconceitos sociais, temas transversais que focam no assunto; *Linguagens (língua Portuguesa, LEM, arte) - Depoimentos de casos de gravidez precoce, entrevistas, debates, leitura e escrita de materiais informativos, produção de cartazes, folders, oficinas práticas com discussão sobre o tema, mesa redonda. Aproveitar esses momentos para abordar a prevenção.
5. Relações com outros conceitos de campos distintos (interdisciplinaridade): Depoimentos, entrevistas com os primeiros colonizadores, valorizando a história oral, focando no histórico do lugar onde vive, pesquisando a razão do nome da escola e o motivo da mudança de nome, visita ao museu municipal, trabalhar com documentos históricos.
Ensaio de proposta curricular do tema alimentação saudável:
a) Todas as disciplinas devem e podem contribuir;
b) Pode-se abordar a questão do cálculo das calorias, massa corporal, composição dos alimentos industrializados, alimentos orgânicos e transgênicos, taxas de obesidade, transtornos alimentares, hábitos alimentares que acarretam doenças, nutrientes necessários ao organismo, fast food, gorduras saturadas e insaturadas, aditivos químicos nos produtos industrializados, estética e saúde, cuidados com o corpo, comportamento e cultura, fatores sociais que interferem na alimentação, propagandas, indústria cultural, queima de calorias por atividade física;
c) Trabalha-se conforme o conteúdo for relacionando-se ao tema.
Referente a Notícia:
Problematização: Por que as pessoas precisam fazer gato? O que leva as pessoas a morarem neste local e nestas condições? Falta de políticas públicas para atender estas demandas, habitação, saneamento, infra-estrutura básica. Quem arca com as despesas das práticas ilícitas? Há situações semelhantes na nossa comunidade? O que leva as pessoas a terem este tipo de atitude?
Contribuições disciplinares: A)Física – formas de produção e distribuição de energia elétrica; B)Matemática – Quem arca com as despesas dos desvios, educação fiscal, situações problema envolvendo o consumo médio de energia elétrica por eletrodoméstico, debate sobre o motivo de que na cidade paga-se mais energia elétrica do que no campo; C)História, Geografia e Biologia – distribuição de rendas, capitalismo, socialismo, mais valia, desigualdades sociais, questão ambiental, desperdício de energia; D) Filosofia e sociologia – ética, cidadania, comportamento humano e social; E)Língua Portuguesa – debates, produções de texto, leitura, posicionamento crítico perante o fato, artigo de opinião e interpretação de texto.
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA
Reflexão e Ação 1
Situações de Exclusão: construção do projeto político pedagógica sem tempo hábil para discuti-lo, calendário escolar muito restrito com datas pré-estabelecidas, questão burocrática do livro registro de classe, recesso desnecessário para a Copa do Mundo, a construção do novo Colégio com projeto sem flexibilidade e possibilidade de analisar as questões ambientais, problemas no repasse de informações e recados.
Situações de Inclusão: Elaboração do PTD na questão do plano de ação e das formas de avaliação. Quando surgem imprevistos e os professores do dia são consultados sobre a situação.
Motivos: bom entrosamento do grupo, cumplicidade, organização de um espaço para a discussão do plano de ação.
Posturas: Buscar mais informações quando não estamos presentes , participação ativa das discussões coletivas.
Quanto ao Conselho Escolar, vamos primeiramente a definição do que o mesmo significa. O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento da Escola/ Colégio, para o cumprimento da função social e específica da escola. Possui função deliberativa, que refere se à tomada de decisões relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar. Assim, analisando o Estatuto do Conselho Escolar proposto pela Secretaria de Estado da Educação, podemos perceber que o texto referente ao Conselho Escolar, constante no PPP do nosso colégio, está em consonância, com as políticas e diretrizes educacionais da SEED.
Para verificarmos sobre a rotina de funcionamento do Conselho Escolar, realizamos uma entrevista com alguns membros, e, notamos claramente que os objetivos propostos estão sendo atingidos, porém, há uma lacuna muito grande entre os membros que representam a comunidade, que não possuem vínculo direto com o educandário, e os profissionais, como professores, funcionários, diretor, que representam o colégio, visto que durante as reuniões são tratados de assuntos pertinentes ao dia-a-dia escolar, e que não são de conhecimento de pessoas alheias, de certa forma, ao processo ensino-aprendizagem.
Quanto a descrição das atividades de funcionamento, o Estatuto propõe reuniões periódicas (Art. 43 XXI - estabelecer anualmente um cronograma de reuniões ordinárias.), fato que não está ocorrendo, bem como as reuniões previstas para ocorrerem trimestralmente também não estão ocorrendo. As reuniões acabam ocorrendo com convocação de caráter extraordinário (quando ocorre a convocação por um fato especifico).
Ao nos referirmos às reuniões extraordinárias, devemos levar em consideração: a convocação dos membros do conselho escolar, juntamente com membros da APMF, realizada pela direção do Colégio Estadual, que se dá pela necessidade de realizarmos planos de ações e/ou planos de aplicações, em relação as verbas recebidas pelo programa PDDE –Programa Dinheiro Direto na Escola, do FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Ministério da Educação. Quando há necessidade de um estudo de caso de indisciplina por parte de um aluno, quer seja ele, estudante de ensino fundamental ou médio, onde após terem sido realizadas pela equipe pedagógica, todas as medidas disciplinares cabíveis e constantes no regimento interno deste estabelecimento, o conselho escolar delibera de forma coletiva, sobre o que de melhor poderá ser feito para a resolução das adversidades diagnosticadas. O Conselho também poderá ser reunido para ser deliberar sobre denuncias, reclamações realizadas por alunos, ou pais, contra um determinado professor.
Considerando as questões levantadas para analise com conselheiros, podemos perceber por parte deles, que a Gestão Escolar possui uma gestão democrática, visto que participam de decisões que envolvem tanto questões financeiras, como administrativas e pedagógicas. Podemos citar como exemplo O Programa Ensino Médio Inovador- ProEMI, o Mais Educação, reuniões com pais e reuniões para tomarem decisões relacionadas a indisciplina de alunos.
Quanto às decisões tomadas em reuniões, os conselheiros afirmam que as administrativas e financeiras ocorrem na prática, enquanto as pedagógicas nem sempre ocorrem, devido a burocracias, ou seja, muitas vezes as decisões tomadas não podem ser aplicadas porque ferem a outras “leis”, ficando dessa forma muitas vezes, sem ser aplicadas. Outro fator levantado pelos conselheiros foi o fato de que muitos membros conselheiros desconhecem as leis e regras, o que faz com que suas sugestões não podem ser colocadas em prática. Aproveitam neste momento para questionar a falta de cursos de capacitação dos membros escolares, visto que outrora já houveram esses encontros de formação.
Outro fato levantado pelos entrevistados foi de que muitos conselheiros, mesmo convidados, não participam ativamente de reuniões, fato que promove o desconhecer do andamento da própria escola, ou algumas vezes, as decisões ocorrem mais individualmente, direção do educandário e membros da APMF, o que é contrário as atribuições mencionada no artigo X, que diz: “definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante Planos de Aplicação, bem como, prestação de contas desses recursos, em ação conjunta com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF ou similares”.
Quanto ao Grêmio Estudantil, em nossa escola, tem se mostrado atuante. Nomeado de Grêmio Estudantil Carlos Lacerda (GECAL), teve sua última eleição de representantes no decorrente ano de 2014. O Grêmio Estudantil está organizado de modo a realizar duas reuniões mensais como o apoio de um professor responsável. Nestas reuniões são discutidos promoções ou eventos que poderão ser realizados pelo Grêmio Estudantil para a promoção da integração estudantil e arrecadação de fundo monetário para ser utilizado como retorno aos estudantes do colégio. Sempre que possível são realizadas as promoções e eventos, em parceria com as demais organizações escolares. Durante as reuniões as decisões são tomadas por consenso, nas quais todos expressam sua opinião. Tendo uma proposta consolidada, a mesma é encaminhada para o parecer da direção da escola e com a aprovação, após alguns ajustes se necessário, a proposta é colocada em prática.
Em conversa com o atual presidente do Grêmio Estudantil o mesmo afirmou que “a atuação do Grêmio Estudantil é fundamental para a valorização dos alunos e a direção da escola está sempre apoiando e incentivando nossas propostas”.
Percebemos deste modo que o Grêmio Estudantil ganha corpo na comunidade escolar quando demonstra-se atuante. Para isto no entanto é necessário que tenha seu espaço e seja apoiado pelas demais instâncias escolares.
Conforme o apresentado, podemos afirmar que o Grêmio Estudantil se apresenta de uma forma democrática, pois todos tem voz para expressar sua opinião e as decisões são tomadas em consenso entre os estudantes atuantes no grêmio estudantil e a direção escolar.
De momento, não identificamos ações de caráter patrimonialista em nossa escola e consideramos que temos autonomia concedida e efetiva no desenvolvimento de nossos planos de trabalho docentes, das aulas e projetos de autoria dos professores. Também participamos do processo de tomada de decisões da escola, pois normalmente as decisões são tomadas no coletivo. Embora haja uma orientação pedagógica, sempre que necessário, os professores tem liberdade para trabalhar o seu conteúdo da forma como julgar mais conveniente, utilizando as metodologias e instrumentos de avaliação que considerar mais adequados a turma.
Ações de estímulo a uma maior participação por parte dos pais:
- A possibilidade da rede entre sociedade organizada local e o serviço público (saúde, cultura, etc);
- Ações da APMF de estímulo a participação dos pais, como: vinhetas na rádio e campanhas de conscientização para que os pais colaborem financeiramente e com ações em prol da escola, o que consequentemente melhorará a participação;
- Muitas ações já vem sendo desenvolvidas pela escola, como: entrega de boletins em horários que possibilitem aos pais trabalhadores comparecerem a escola, Mostra Cultural onde os pais vem prestigiar seus filhos, Semana da família na escola, acompanhamento pedagógico individualizado com pais e filhos.
- Festa de inauguração do Colégio novo, envolvendo toda a comunidade escolar (montar comissão);
- Intercâmbios entre as escolas;
- Formatura – chamar os pais do segundo ano e outros membros da comunidade escolar para que tenham conhecimento do funcionamento;
- Escola itinerante nas indústrias e empresas com apresentações, um dia em que os pais vem à escola e falam sobre suas profissões;
Sobre o PPP da escola temos conhecimento, sobre seu processo de criação e implementação podemos dizer que: as informações começaram a chegar nos anos 90, sem muitas informações, pois era uma nova exigência vinda com pouca clareza, até mesmo da real importância desse instrumento.
No Colégio realizou-se reuniões com docentes e discentes ,pais e comunidade. No entanto não se tinha conhecimento amplo sobre o mesmo. Desde os anos 90 até ao dias atuais, se faz revisões e adaptações constantes do PPP levando em conta a nossa realidade e os objetivos principais a serem atingidos. O PPP é um norteador importante para nos conduzir no rumo ideal da educação permanente e transformadora.
O maior objetivo é estar sempre melhorando e agregando práticas que venham a contribuir para a formação do educando em sua plenitude formando cidadãos críticos e conscientes. Ao longo dessa caminhada mais temas vieram ao encontro do PPP como os temas da diversidade, os da Equipe Multidisciplinar(história e cultura afro-brasileira, africana e indígena),da Brigada Escolar entre outros.
Quanto a avaliação, os maiores desafios tem sido a compreensão dos próprios estudantes sobre a função da avaliação. Na minha formação inicial e durante a caminhada docente o caráter avaliativo assume a perspectiva proativa, utilizado a favor da aprendizagem e útil à todos os envolvidos no processo, não sendo considerada apenas como uma atividade concebida para selecionar, classificar, comparar e excluir. Neste sentido incorpora-se a avaliação pra averiguar o nível de compreensão dos estudantes em torno do assunto, o alcance dos objetivos da aula propostos pelo docente e ao mesmo tempo utilizar a avaliação como aliada da aprendizagem ao estimular o pensamento crítico e o estabelecimento de relações dos temas abordados por parte dos discentes. O processo avaliativo deve ser conduzido durante todas as aulas, observando a evolução dos discentes frentes à debates, discussões, exercícios teóricos e atividades propostos. Com estas avaliações, aliadas à avaliações de caráter individual e escrita, é possível, averiguar a posição dos estudantes face às novas aprendizagens e constatar se os objetivos pretendidos estão sendo atingidos, determinar o domínio dos estudantes na área da aprendizagem e diagnosticar continuamente possíveis melhorias no processo ensino/aprendizagem e habilidades adquiridas ou aprimoradas pelos estudantes.
Outras dificuldades apontam pelo comportamento dos estudantes frente ao processo avaliativo. Com experiência na docência de física particularmente posso citar: Falta de interesse, motivação e concentração, deixando os estudantes de realizarem as atividades e estudarem para as avaliações; Falta de domínio da lógica e da interpretação; Falta de domínio da matemática como ferramenta para a Física.
Em socialização das dificuldades com as demais disciplinas podemos sintetizar e sincronizar os seguintes itens:
o Os alunos apresentam dificuldades na linguagem matemática;
o Dificuldade de interpretação de texto, o que dificulta a resolução de problemas;
o Dificuldade de abstração;
o Dificuldade de leitura, falta de hábito de leitura, interpretação de gráficos, tabelas e imagens;
o Falta de concentração, memorização e associação de conteúdo;
o Os alunos não realizam as atividades avaliativas;
o Não estudam para a prova;
o Falta de interesse e comprometimento;
o Dificuldade de interpretação de tabelas e gráficos, leitura de imagens, charges e documentos;
o Dificuldade de letramento;
o Dificuldade na produção escrita, ortografia e grafia;
o Não relação das teorias estudadas com o cotidiano;
o Falta de comprometimento com o estudo extra/classe;
o Falta de interesse na pesquisa;
o Falta de empenho para realizar as avaliações práticas, de dar importância à disciplina de Educação Física (Uma minoria ainda não dá importância para a disciplina como sendo importante para o próprio bem estar e não como aquela disciplina que prepara o atleta para os jogos, etc. e não querem se envolver em todas as atividades pois acham que não tem habilidade);
o Dificuldade na releitura de obras, de imagens (interpretação);
o Dificuldade de coordenação motora;
o Falta e dificuldade na prática da Oralidade;
o Dificuldade de contextualização espaço/tempo.
DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO: Em consulta ao PPP do nosso Colégio, podemos perceber que nossa escola entende a avaliação como um dos aspectos de ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem dos alunos e de seu trabalho com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de ensino aprendizagem. Um processo contínuo e sistemático, diagnóstico, funcional, orientador e integrador.
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS: Quatro avaliações somatórias e ou divisórias podendo ser: prova escrita, oral, auto-avaliação, trabalho de pesquisa extra-classe, pesquisa na web, trabalhos em grupo, participação, entre outros escolhidas pelos professores como mais adequadas para trabalhar e avaliar determinados conteúdos.
CRITÉRIOS: Composto da somatória da nota de 2,0 pontos referentes a atividades diversificadas (trabalhos, tarefas, organização do material didático) e mais 8,0 pontos em avaliações, atingindo a média mínima de 6,0 pontos em 3 notas trimestrais.
As instâncias envolvidas nos resultados finais dos alunos são: o conselho escolar e o conselho de classe.
OSERVAÇÕES: Em grupo, discutindo a questão avaliação, acreditamos que a média nacional para aprovação deveria ser aumentada para 7,0, pois isso aumentaria o nível de aprendizagem dos nossos alunos.
Observa-se que na primeira série do Ensino Médio, o número de reprovações foi maior e alguns alunos também deixaram de frequentar a escola a partir desta série.
O aumento das disciplinas, o desinteresse por parte dos alunos e a entrada no mercado de trabalho são as maiores desafios enfrentados pela escola. Percebe-se que com o Programa Busca Ativa os alunos até retornam para a escola, mas somente porque a lei os impede de fazer diferente, e não há qualidade na sua permanência na escola, nem resultados positivos, estes alunos normalmente reprovam no final do ano letivo.
Quanto as disciplinas que mais reprovam, na nossa escola são as da área das exatas, como matemática, física e química, no entanto, os alunos normalmente ficam retidos em um número maior de disciplinas.
Quanto a abordagem das avaliações externas na escola, passamos a utilizar esses resultados como base diagnóstica para verificação de quais eixos devem ser melhor trabalhados. ocorre a realização de simulados online pelos professores, simulados impressos por disciplina e também um simulado aplicado pelo Colégio nos segundos e terceiros anos para a preparação para o ENEM e vestibulares.