O apocalipse no olhar dos anjos
“O fantástico é a vacilação experimentada por um ser que não conhece mais que as leis naturais, frente a um acontecimento aparentemente sobrenatural”. Essa afirmação é do teórico Tzvetan Todorov, que se propôs a estudar já nos anos 80 a literatura fantástica, um gênero que se popularizaria muito anos depois. Bella, Edward, Harry Potter, Frodo, Legolas são personagens criados por autores estrangeiros e conhecidos por protagonizarem livros de fantasia de grande sucesso no mundo (que renderam até filmes) e atraíram milhares de jovens brasileiros para a literatura.
Mas a literatura nacional conta com diversos autores que cresceram lendo as histórias de J.R.R. Tolkien e H.P. Lovercaft e se inspiraram para criarem seus próprios universos fantásticos. Um deles é Eduardo Spohr, publicitário e jornalista carioca que apostou num universo até então sem precedentes no Brasil e conquistou uma legião de fãs com seu romance inaugural “A Batalha do Apocalipse – da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo”.
Quando o personagem principal é um anjo exilado que está na Terra escondido de outros anjos que querem eliminá-lo é possível esperar qualquer acontecimento. E o leitor é levado à uma viagem pela história da humanidade sob o olhar do anjo renegado Ablon e da feiticeira Shamira, uma necromante com o poder de enganar a morte. No universo criado por Spohr, nem todos os personagens são desconhecidos do público: Lúcifer, o Arcanjo Miguel, o anjo Gabriel assumem características e sentimentos humanos e participam dos acontecimentos históricos de maneira jamais imaginada.
A trama se desenrola quando Lúcifer convida Ablon para se juntar ao seu exército contra Miguel, que está de vigília e no controle enquanto Deus está dormindo. A partir daí começa uma caçada ao anjo exilado na Terra e único sobrevivente de um levante que aconteceu muito antes da humanidade existir. Com um enredo permeado de detalhes, a leitura é intrigante e viciante. A cada capítulo um mistério é desvendado e surge um novo responsável por manter o leitor fiel à história e imparcial até certo ponto.
Um romance digno do best-seller que se tornou e altamente recomendado para quem gosta de histórias bem narradas e tem a mente aberta para novas aventuras.