São várias as possibilidades e recursos utilizados hoje no ensino de deficientes visuais; conhecidos no ambito da deficiência visual e universo tecnológico como por exemplo: reglete, sorobã, punção, livro didático adaptado, livro falado, sistema Dosvox, tecnologias assistivas, recursos táteis, entre outros.
Com o desenvolvimento da Informática, nas últimas décadas abriram-se novas possibilidades para o processo de aprendizagem do aluno com deficiência, de modo que há atualmente, vários projetos na área da informática que tem auxiliado no trabalho com deficientes visuais, um exemplo é o projeto do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul voltado a deficientes visuais.
"A conquista do prêmio de melhor protótipo na Feira de Ciências e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fecintec), em setembro, garantiu a participação dos estudantes Fernanda de Barros Vidal e Pedro de Brito Espinosa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul, na exposição da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada em Brasília, de 13 a 19 de outubro.
Alunos do terceiro ano do curso técnico em informática no campus de Campo Grande, os dois criaram uma placa de estimulação tátil de auxílio a deficientes visuais para aprendizagem da assinatura e do alfabeto romano.
“Ao buscarmos um tema para o trabalho de conclusão de curso (TCC), percebemos que tínhamos interesse de trabalhar com um grupo que tivesse algum tipo de limitação”, explica Fernanda. Por sugestão de um professor, eles resolveram se dedicar ao tema da deficiência visual.
“O professor nos falou da possibilidade de tratarmos dessa temática com José Aparecido da Costa, que tem deficiência visual congênita, com quem ele havia trabalhado, durante dez anos, no Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florivaldo Vargas (Ismac).
E foi por sugestão de José Aparecido que os dois acabaram por seguir esse caminho, que na premiação.
O projeto usa a vibração para auxiliar os cegos a sentir a formação da letra.
“Começamos a estudar e pesquisar para ver quais as melhores possibilidades. Fomos fazendo adaptações até chegar aonde estamos hoje”, ressalta Fernanda. “Nossa intenção, com esse projeto, é oferecer uma tecnologia assistiva a pessoas com deficiência visual,” resume Pedro.
Orientação — O projeto foi orientado pelo professor de informática Luiz Fernando Delboni Lomba. Há sete anos no magistério, ele dá aulas tanto no curso de técnico em informática quanto no curso de tecnologia de sistemas para internet.
“Todos os trabalhos de conclusão de curso de meus alunos são na área de computação aplicada”, revela.
Segundo ele, outra dupla de alunos desenvolveu um projeto para medir a intensidade sonora.
“O dispositivo colocado na sala de aula pode indicar, por meio de luzes coloridas, como em semáforo, se o som está alto demais, baixo demais ou adequado aos ouvidos”, esclarece o professor.
De acordo com Luiz Fernando, o interesse pelo magistério surgiu por acaso, apenas quando resolveu fazer também a opção de licenciatura, depois de haver concluído o bacharelado, na graduação.
Apesar disso, ele se define, antes de tudo, como um professor.
“Hoje eu diria que não sou um profissional da área de informática. Sou um professor e a informática é apenas a área em que atuo”.
Fátima Schenini"