O jovem atual tem conquistado cada vez mais mobilidade entre diferentes manifestações culturais e espaços urbanos. Isso é o que afirma o geólogo e doutor em sociologia Jailson de Souza e Silva, professor da Universidade Federal Fluminense e coordenador do Observatório das Favelas do Rio de Janeiro, em seu mais novo livro "O novo carioca".
Em entrevista para o blog Encontro de Ideias (http://www.iebxcompartilha.org.br), o pesquisador comentou sobre como foi possível identificar certas mudanças no comportamento dos cariocas, principalmente dos jovens. "O que vemos agora é a emergência de um novo ser, principalmente jovens, que têm a mobilidade como eixo básico de sua inserção na cidade. São seres que afirmam uma mobilidade física, social, econômica e simbólica extraordinárias", ressalta o professor. Para ele, a juventude de hoje não faz mais uma severa distinção do que ele chama de "cidade partida", ou seja, entre a periferia e o centro, como antigamente.
Segundo Jailson, é cada vez mais comum identificar jovens de origem popular à vontade em espaços culturais, por exemplo, que eram de difícil acesso até alguns anos atrás. Ou o inverso, com exemplos de jovens dos setores médios que estudam, trabalham e se envolvem em ações coletivas nas favelas e periferias. Enfim, "são pessoas que aprendem o prazer de conviver e aprender com a diferença. E cujo número aumenta cada vez mais".
O professor afirma que o jovem é peça fundamental dessa nova conjuntura, é quem quebra as barreiras colocadas pela desigualdade e por espaços físicos do ambiente urbano. Esse é o processo do cidadão aprendendo a lutar pela igualdade, construindo assim um projeto pleno de espaço urbano.
Jailson acredita que a ampliação desse novo ser, com visões diferentes sobre o cotidiano nas cidades, vai além do âmbito carioca e que, progressivamente, esse novo sujeito se tornará comum no Brasil e em outros países. "É o ser médio de um mundo que se abre para a diferença e para o enfrentamento da desigualdade", finaliza.
E você, o que pensa sobre o assunto? Concorda com a idéia de que o jovem é a peça fundamental dessa nova conjuntura de inserção nas cidades? O jovem está transitando em diferentes espaços urbanos e manifestações culturais sem fazer distinção entre periferia e centro? O que você tem a dizer sobre isso? Vamos dialogar?