Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular revela que 46,4% dos jovens de 16 a 24 anos acreditam que a maior vantagem de abrir um negócio próprio é poder fazer aquilo que gostam. Segundo o estudo, atualmente, no Brasil, existem 1,5 milhão de empreendedores nessa faixa etária. José Alberto Aranha, diretor do Instituto Gênesis da PUC-Rio, ressalta que o aumento do número de jovens com negócio próprio é reflexo de uma série de fatores, como mudanças culturais e mais facilidades para abrir uma empresa.
Novos empreendedores investem em hobbies
A confeiteira Rosane da Costa Coelho começou a fazer bolos aos 15 anos, para ajudar a mãe. Aos 20, já administrava a própria empresa, sozinha. Hoje, com 35 anos, Rosane expandiu o negócio e comprou uma casa, no Bairro de Fátima, onde prepara bolos, salgadinhos, docinhos e bem-casados.
No futuro, ela quer dar aulas de confeitaria. “Adoro ser confeiteira. É muito cansativo, mas depois que o bolo fica pronto, eu tenho uma satisfação muito grande”, conta. Hoje, toda a sua renda mensal vem das encomendas que recebe na confeitaria.
É cada vez mais comum encontrarmos jovens que, como Rosane, escolheram transformar o hobby em profissão e foram bem sucedidos. “Atualmente, temos uma cultura empreendedora maior, principalmente entre os jovens, que querem ser mais ativos na sociedade”, afirma José Alberto Aranha, diretor do Instituto Gênesis da PUC-Rio.
Um dos donos da oficina de skate El Phante, Matheus Voto, 22 anos, explica que no início não havia a intenção de abrir uma empresa, mas o processo aconteceu de forma natural. “A gente foi numa onda de hobby. Fomos gostando e fazendo. Com o tempo, começamos a nos dedicar cada vez mais e acabamos abrindo a empresa”, conta Matheus.
Para Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, os jovens desejam também autonomia. “Eles querem fazer seus próprios horários, ter flexibilidade para administrar seu tempo e aproveitar melhor os momentos com família e os amigos”, afirma.
Jovens que percebem a oportunidade
Uma das principais habilidades dos jovens empreendedores é a capacidade de perceber as oportunidades de mercado. É o caso do estudante de Hotelaria Leonardo Viana, 22 anos, e de André Paixão, 37, e Eduardo Guerini, 36, que trabalham em um hotel de luxo no Rio. Os jovens perceberam que empresas especializadas em bebidas vinham de São Paulo para fazer eventos no Rio, pois a cidade não tinha quem oferecesse o serviço. “A gente viu que poderia fazer isso, pois temos o know how”, explica Leonardo. Surgiu, assim, o Black Cherry Bar, que presta serviço de bar e coquetelaria para eventos e festas de luxo.
Quem também soube aproveitar a oportunidade foram os estudantes de engenharia Gabriel Biangolino, 22, e Fabiano Leoni, 23, que criaram a Yolo, consultoria de entretenimento corporativo. “As empresas estão preocupadas com a qualidade de vida dos funcionários. Nossa missão é proporcionar isso”, afirma Gabriel.
E você, o que pensa sobre o assunto? Ser um jovem empreendedor é um "bom negócio"? Na sua cidade, há possibilidades, condições e opções a serem exploradoras para quem deseja abrir um negócio próprio? Vamos dialogar?!