Caderno II - Os jovens na busca de direitos de suas realidades
Pressupondo que uma ação diferente no comportamento, no modo de agir, de acordo com os ditos “padrões” normais da maioria das pessoas, venha em alguns momentos a causar espanto, e um despertar para as novas estruturas sociais que a globalização atraiu. Reconhecer que a busca de uma identidade para se estabelecer como pessoa atuante ao meio social, é o que produz comportamentos não muito reflexivos por parte da juventude atual. Já que nos aspectos culturais, biológicos e sociológicos é compreensível, pois no momento que compreendemos que fazermos parte de múltiplas teias e ao mesmo tempo, de um todo, até determinado ponto seria aceito, se não houvesse a busca do aprender, e com isso o questionar. Quem questiona, em busca de uma verdade, quer respostas das situações em que se encontram o que para Chauí na filosofia estaria em dois exemplos célebres da busca da verdade: Sócrates andando pelas ruas e praças de Atenas indagando aos atenienses o que eram as coisas e idéias em que acreditavam. O segundo exemplo é o filosofo Descartes. Descartes começa sua obra filosófica fazendo um balanço de tudo o que sabia: o que lhe fora ensinado pelos preceptores e professores, pelos livros, pelas viagens, pelo convívio com outras pessoas.[...] Decide, então, não aceitar nenhum desses conhecimentos, a menos que pudesse provar racionalmente que eram certos e dignos de confiança. – dúvida. Ele os submete à análise, à dedução, à indução, ao raciocínio e conclui que, até o momento, há uma única verdade indubitável que poderá ser aceita e que deverá ser o ponto de partida para a reconstrução do edifício do saber. Essa única verdade é: “Penso, logo existo”, pois, se eu duvidar de que estou pensando, ainda estou pensando, visto que duvidar é uma maneira de pensar, A consciência do pensamento aparece, assim, como a primeira verdade indubitável que será o alicerce para todos os conhecimentos futuros. Entretanto, deixar de lado o ser pensante e reflexivo, que são os jovens seria retroceder nos conhecimentos que a filosofia já despontou, deste modo teremos mais é que desenvolver essas novas modalidades já conquistadas por esses conhecimentos, um tanto estagnadas para o nosso dia á dia. Jovens seriam situações que todos já passaram, onde no âmbito do processo educativo repassa por uma forma hoje, antiquada, trazendo ainda a forma de imposição de acordo como o governo e a política que para alguns seja razoável e que para a maioria interessada nada podem contribuir. Idealizar uma Escola, que apenas prepara ainda não está longe em decorrência preparada para orientar, apenas disciplinar. Já que na graduação universitária pouco se dá ênfase nessa situação que se depara nas salas de aula, ou dessas habilidades, que teriam de ter assimilado, para a compreensão do momento de ser um jovem. Neste sentido percebe-se que os diálogos norteiam diferentes concepções no que vibra no individuo, o seu modo de agir de ser verdadeiro e coerente para as suas necessidades. E o jovem dependendo de sua cultura, desenvolve aptidões de sobrevivência de acordo no que seja mais cômodo. Pedagogicamente vem sendo um fator marcante, reproduzir um envolvimento diário com uma juventude que compartilha os momentos políticos, sociais, culturais na tentativa de encontrar soluções para uma sociedade desacreditada. Não podemos nós esquecer que somos integrantes de grupos que se reconhecem mutuamente, capazes de transformar quando atuam de forma organizada , o que de alguma maneira os jovens o fazem através de identificações para eles necessárias, como os grupos do rip-rop, dos grafismos, dos Black boys, enfim um grupo que tenha força no decidir o que querem. Sendo assim, as transformações acontecem apenas para sobrepor uma realidade não aceita, por mais que para alguns possa parecer agressão é apenas sobrevivência. Não poderia deixar de eximir o seguinte panorama da estrutura educacional que vem sendo vivida por todos e principalmente pelos jovens, tal bem retratada e questionada por Jean e Tania(2011): ... o papel a ser desempenhado pela educação é de indubitável centralidade. Cada vez que somos tentados a afirmar ter ela perdido toda a importância nessa nossa sociedade determinada pelo mercado, estamos como que tateando a verdade, sem nela tocar de fato. Afinal, terão sido inocentes as grandes reformas educacionais de meados e do início da segunda metade do século XX? Terá sido por caso que conteúdos programáticos voltados para valores humanistas foram sumariamente sacrificados e/ou substituídos por conhecimentos “profissionalizantes” ou meramente “práticos”? Ou que, dando continuidade ao processo, as provas discursivas deram lugar aos parênteses das múltiplas escolhas? Por que os cursos seriados, em que se formavam coletivos, conhecidos e amigos, foram substituídos pelos regimes de créditos fragmentadores? E os campi foram exilados dos centros nervosos das cidades? Por que se deu o processo de desvalorização, humilhações e desestruturação da profissão e da própria autoestima dos professores? Tudo não terá sido parte imprescindível da receita para a imposição da ignorância, da alienação e da aceitação de valores que desrespeitam as nossas culturas, realidades, sonhos e diversidades? Sendo a proposta educativa uma fonte de delimitar ou expandir determinados conhecimentos, que aponto como saída para a nova geração nem-nem já que a vida um momento único de aprendizado, e se enriquecem a medida que depura os objetivos do que se queira alcançar. Para isso temos que compreender que os jovens são sujeitos de direitos e de culturas, diferentes das demais categorias pensantes na sociedade e diferente daquele que se encontra em sala de aula. Entendermos esse desafio, está um tanto arenoso, mais que com o passar do tempo e de acordo com os entendimentos do espaço, poderemos desenvolver novas concepções em lidar com essa nova geração. Afinal ainda não sabemos nem trabalhar ainda com os jovens oriundos de uma sociedade consumistas de várias ordens, que busca na educação de instrução, uma via para uma profissionalização no mercado de trabalho, de fundo capitalista. Neste momento ressalto que se faz necessário criar critérios que apontem para dar sustentáculos às escolhas certas, para suas expectativas de vida que traga equilíbrio para seus valores e conhecimentos respaldados em verdades próprias do que se queira alcançar como pessoa. Cada jovem tem seus mundos de experiências que se vão conectando a te se tornarem, conhecimentos próprios, dando inicio a uma vida adulta. É nesse momento que passam de alunos à pessoas que contribui e anseia em se posicionar na sociedade. Fomentar esses interesses como motivo de mudanças para se alcançar condutas éticas, com valores de significados a vida, passa a ser um ponto de referência para uma Educação que venha trabalhar essa transformação de dentro para fora. O poder público enfatiza a necessidade de se colocar no mercado de trabalho essa mão de obra e que de preferência seja qualificada, porém as estruturas físicas das Escolas, conteúdos defasados, praticam educativas nada inovadoras pouco estimula a continuidade dos estudos. Porém eles existem, fazem número, buscam suas tendências políticas, seus direitos em detrimento de suas verdades, ora de acordo com o governo presente, ora em favor dos benefícios renegados a sua cidadania. E o que fazer para se colocar em pauta esses jovens tão presentes na sociedade, sem que lhes ultrajem seus pontos de vistas suas tendências de pessoas adultas que serão com o passar do tempo. Assim temos no artigo de Severino, “A busca do sentido da formação humana: tarefa da Filosofia da Educação”, o entendimento que trás Émile Durkheim, nos propondo o seguinte: É o que podemos conferir na obra de Émile Durkheim. Na esteira da perspectiva positivista, inaugurada por Auguste Comte, Durkheim dedica todo o seu engenho em mostrar a consistência e a centralidade do social como elemento explicativo do modo de existir humano. O social não reduz jamais ao individual nem a Sociologia a uma Psicologia de grandes número de indivíduos. Sua obra teórica sistematiza a solidariedade social, o trabalho social, a consciência coletiva, a autonomia social, enfim, a vida autonomizada da sociedade, uma entidade que, embora formada pelos indivíduos, tem uma realidade própria, distinta. É independente das condições particulares dos indivíduos; estes passam, ela permanece. É sob a prática do trabalho que os indivíduos se vinculam intrinsecamente à sociedade, fortificados por uma solidariedade orgânica que os mantém unidos, como se estivessem atraídos por uma força centrípeta. Por isso mesmo, a realização dos indivíduos em particular depende da boa realização da sociedade. Só que essa realização está sempre ameaçada pela autonomia que pode impedir que a sociedade preencha sua função de regulação e controle. Desta maneira confirma-se o papel que a filosofia e a sociologia podem contribuir para os conhecimentos da Educação dentro do âmbito humano, para a compreensão do comportamento dos adolescentes ou jovens da sociedade. Trata-se de inovar as situações que estão acontecendo no seio da sociedade, onde os comportamentos dos jovens refletem em atitudes diferenciadas, daquelas antes “pacatas’’, pois os direitos das pessoas foram violados, foram deixadas de lado por políticas de poder. Logo a transformação de querer perspectivas melhores para o meio em que estamos inseridos, são fatores de mudanças de algo estagnado que precisa ser removido, limpo e renovado. Para tanto a maneira de lidar com a juventude e seu processo de adquirir os conhecimentos necessários para as gerações futuras, devem aliar as tecnologias e informações do cotidiano real e não mais, subjetivo, através de uma proposta educativa condizente com o contexto vivenciado.
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