Este foi um dos assuntos discutidos pelos participantes da V RODA JUBEMI, na UFSM, culminando em sugestões de novos temas e propostas para as aulas do ensino médio.
Nas conversas relacionadas ao ensino médio sempre aparece algum comentário de que “os jovens gostam de ir à escola, mas cobram aulas mais atrativas”. Não se trata de deixar a responsabilidade somente com o professor, além de que não existe uma receita eficiente para todas as disciplinas. A aula sai a contento da maioria dependendo de vários fatores, como: o planejamento do professor, a participação dos alunos nas tarefas, os recursos oferecidos pela escola, o contexto da aula (dia da semana, hora, local, período de provas...). Compartilho alguns critérios que ajudariam na melhoria da qualidade das nossas aulas.
Que tipos de atividades tornam as aulas mais atrativas para os jovens?
I. Que dialoguem com suas linguagens. Não estamos sugerindo que o professor adote a linguagem dos jovens, mas que seja capaz de transitar entre a linguagem própria de cada cultura juvenil, dosando formalidade e informalidade;
II. Que sejam negociadas, e não impostas, evidenciando autoridade sem autoritarismo por parte do professor. A negociação implica respeito, o qual é pautado na conquista, e não na imposição. Não é raro ouvirmos dos jovens: “eu respeito quem eu admiro”;
III. Que exijam autonomia, responsabilidade e confiança;
IV. Das quais eles se sintam parte integrante, e não apenas cumpridores de tarefas, demandando participação efetiva no desempenho de tarefas importantes;
V. Que permitam ao aluno dar sua opinião e apresentar dúvidas;
VI. Que sejam dinâmicas, não rotineiras, pautadas em experiências. Nesse aspecto, a maior reclamação é ter que ficar sentado, sem conversar, apenas ouvindo o professor e copiando do quadro;
VII. Que valorizem suas capacidades e seus saberes. A questão do estímulo, do elogio e do incentivo é muito importante;
VIII. Que apostem no potencial do aluno. É importante que o professor demonstre confiança, pois se o jovem sente que o adulto espera pouco ou nada dele, é provável que ele corresponda a essa expectativa;
IX. Atividades em grupo: eles são muito mais propensos a desenvolver atividades em pares do que individualmente;
X. Que considerem o ritmo pessoal. O jovem tem tendência a lidar com o tempo de forma diferente do adulto, por isso alguns acabam deixando as coisas para fazer na última hora;
XI. Que lidem com a ansiedade de “querer pronto”, envolvendo-os desde o planejamento ao produto final, e não os deixando desistir durante o processo;
XII. Que utilizem tecnologias, como internet, aparelhos de celular, músicas, imagens, vídeos, filmes, programas de rádio, apresentações visuais, etc.;
XIII. Que retornem técnicas e saberes utilizados por seus familiares e sua comunidade, dando valor à cultura local e relacionando-a com o aprendizado escolar;
XIV. Que tenham, ao final, um produto. É muito importante para eles entender por que estão fazendo determinada atividade, onde e como utilizarão e quais resultados terão.