Neste filme, jovens estudantes do Ensino Médio de Salvador, Bahia, que passaram pelo PROJOVEM, contam suas histórias e esperanças de futuro. E você, que histórias tem para contar?
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Levantamentos oficiais revelam que no Brasil menos de 54% dos alunos que entram no ensino fundamental chegam a concluí-lo. Esta situação é ainda mais grave e o problema mais visível em programas voltados para a educação de jovens e adultos, onde menos de 30% concluem os cursos nos quais se matriculam.
O documentário "Caminhos que se Bifurcam: Histórias de Permanência na Escola" acompanha o relato da trajetória escolar errática de cinco pessoas pertencentes ao grupo minoritário que chegou ao final de um desses programas. O que faz com que eles abandonem a escola? O que os leva a retornar? Que estratégias empregam para permanecer?
Longe de refletirem apenas o que tradicionalmente reconhecemos como questões próprias a classes menos favorecidas, os percursos escolares aqui registrados — irregulares segundo uma expectativa de progressão linear na educação formal — revelam modos de vivenciar um mundo onde nada é garantido, as oportunidades são fluidas e o tempo um eterno presente sem passado ou futuro que se façam necessários, uma experiência cada vez mais universal entre os jovens contemporâneos.
Direção:
Olivia Silveira
Bruno Saphira
Pesquisa:
Olivia Silveira
Pesquisadores envolvidos:
José Albertino Lordêlo
Adriano Oliveira
Depoimentos:
Alexandre Pedro da Silva
Camila dos Santos Souza
Marineide Cruz Santana
Marliane dos Santos Silva
Valdja Andrade da Silva
Imagens:
Bruno Saphira
Assistência:
Inis Leahy Sala Santos
Edição:
Bau Carvalho (DocDoma Filmes)
Pós-produção:
Adriano Oliveira
Mixagem e Masterização:
Marquinho Carvalho (CesArte Estúdio)
Música:
Emoriô (João Donato - Gilberto Gil)
Execução: Candyló
Comments
Caminhos que se bifurcam
Achei o vídeo bem esclarecedor e inquietante. O que faz com que os/as jovens abandonem as escolas? O que faz com que eles voltem?
Os depoimentos nos dão algumas pistas. O ser adolescente, relação com o trabalho, amizades, projetos de futuro, expectativa de vida, bons e maus professores, entre outros.
Muitos aspectos vieram a minha mente para responder esses fenomenos, mas um deles permaneceu e ainda permanece no meu pensamento: os currículos escolares.
Li um texto essa semana da professora Marlucy Alves Paraíso, chamado "Um currículo entre formas e forças: diferença, devir-artista da contadora de filmes e possibilidades de alegrias em um currículo." Ela diz que um dos problemas encontrados é que as formas de um currículo despontencializam as ações de professores/as e alunos/as. E não é porque o currículo não tem nada para ensinar, muito pelo contrário, ele aprisiona, imprime rotinas, repetições do mesmo "exigem organizações e ordenamentos, priorizam o ensino, enquadram, limitam, impedem o escape e a expansão, dificultam as conexões."
Logo, vem a dúvida: como tranformar encontros tristes, que despontencializam as ações, em grandes contribuições para práticas de professores/as e alunos/as? Como tranformar o ambiente escolar em um lugar prazeroso, aconhegante? Como o desânimo pode se tranformar em força de vontade? O que tem na escola que não queremos mais? O que tem na escola que queremos que continue?