Ler na prisão- Daiane Tavares

A discussão sobre o projeto de remição pela leitura nos faz pensar na  importância de garantir aos privados de liberdade leituras que possibilitem a ampliação dos seus bens culturais por meio de um acervo literário amplo e diversificado que leve esses sujeitos a  questionarem sua concepção de mundo e a compreenderem a relevância do ato de ler.
Mesmo em um espaço de repressão e controle é possível que os apenados percebam na leitura de obras literárias e conhecimento científico a possibilidade de conhecerem e criticarem a realidade que os cerca, buscando melhoria de vida durante e após o encarceramento.
Para que isso aconteça se faz necessário à promoção de um diálogo em torno de regulamentação acerca dos procedimentos referentes à utilização das bibliotecas existentes nos estabelecimentos penais e nos procedimentos de aquisições de obras literárias, tendo em vista a censura de alguns livros e a não utilização das bibliotecas pelos internos e funcionários. É preciso que sejam garantidas propostas de fomento à leitura, garantindo espaço digno para as bibliotecas e salas de leitura com profissionais qualificados para a atuação nesses locais e que a escola possa trabalhar efetivamente com seus alunos a produção de textos e leitura.
É muito importante que os jovens privados de liberdade vislumbrem no ato de ler a busca pelo conhecimento e a possibilidade de encarar com mais preparo e bens culturais as adversidades que a vida extra muros irá lhes impor.
E como se dá esse processo na unidade prisional em que você atua? Essa é, sem dúvida, uma discussão importante para os professores, outros atores que atuam no Sistema Prisional e, sobretudo, para os internos. De que tipos de livros o acervo é composto? Foram realizadas novas aquisições para a biblioteca? E quem escolheu os livros?  Quais são as atividades de fomento à leitura?
Dialoguemos!

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