Já pensou o que fazer no recesso escolar?

Ler, trabalhar, dormir... o que está nos seus planos?
Grande parte das escolas públicas encerra o primeiro semestre nesta semana. Mas como os professores e estudantes podem aproveitar esse período?

Para a professora de filosofia da Escola Estadual Guiomar de Melo (Patos de Minas/MG) Sônia Maria Porto, o período é uma oportunidade para se dedicar a prazeres como o cinema e a leitura. “Quando o aluno tem o hábito de leitura é muito mais fácil você trabalhar qualquer conteúdo com ele, então, a minha dica é essa redescoberta do prazer da leitura, do cinema, porque isso ajuda demais na compreensão de todas as disciplinas”.
 

Em Patos de Minas, cidade onde fica a Escola Guiomar de Melo, há uma biblioteca pública municipal, na qual a professora Sônia sugere que os estudantes procurem os livros para lerem durante as férias.
 

A professora indica algumas leituras: “Na literatura brasileira, Jorge Amado é fundamental para os alunos entenderem a própria realidade do Brasil e o último que li agora e que estou apaixonada é A Menina que Roubava Livros (Markus Zusak) que é ligado a questão da história, da Alemanha nazista. O livro me tocou muito”.
 

O professor de matemática Rui Martins, também da Escola Estadual Guiomar de Melo, sugere aos alunos que façam atividades como trilhas, por exemplo, para que fiquem próximos à natureza.
 

O estudante Tayron Carlos, do Colégio Municipal Francisco Porto de Aguiar, em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, diz que as férias é um momento de repor as energias. “Meu plano é descansar, curtir bastante as férias e voltar mais focado nos estudos na reta final”, diz.
 

Professor nem sempre pode descansar
 

O recesso também é o momento para o professor descansar. Mas nem sempre isso é possível. O professor Rui Martins, por exemplo, vai trabalhar no recesso. Ele critica a pouca valorização dos professores e diz que para ele o recesso é hora de “fazer bico”, ou seja, arrumar um trabalho extra para complementar o salário. “Eu vou dar aula particular, de reforço, porque o salário que o professor ganha no estado não dá para ele sobreviver dignamente”, acentua.
 

O professor Rui Martins explica que a escola passou a trabalhar com o modelo de bimestres e não mais com trimestres no ano de 2009. Para ele, a organização dessa forma é pior, porque a matéria é dada muito apressada por causa da quantidade excessiva de provas. “Uma boa parte do tempo é perdida com avaliação, reunião, conselho”, diz.
 

Para além do modelo bimestral, Rui acredita que não deveria sequer haver provas. “O aluno teria contato com o conteúdo, trabalharia todas as vertentes desse conteúdo e depois seria lançado no histórico dele que ele trabalhou aquele conteúdo. A prova leva o nome de método de avaliação, mas não avalia, o aluno que tira zero, não significa que ele não aprendeu nada e nem o que tira total não significa que ele aprendeu 100%”, argumenta.
 

Para quem pode dispor de tempo livre, a professora Sonia Porto ressalta que o ideal é fazer coisas que garantam prazer. “Eu já estou com uma coleção de filmes para poder assistir, é uma oportunidade até para ampliarmos nossa visão de mundo”, conta.
 

Na foto, a professora Sônia Porto e estudantes da Escola Estadual Guiomar de Melo.

E você, professor, como aproveitará o seu recesso?