Enviado por Paulo Carrano em qui, 18/06/2009 - 21:41.
Foi muito estimulante nosso início com o bate-papo de hoje. Em pouco tempo de conversa conseguimos passar muitos dos assuntos, problemáticas e possibilidades que fazem a complexidade da escola. Participaram estudantes do Ensino Médio, professores, pesquisadores, estudantes de graduação e anônimos interessados. Falamos da relação da família com a escola, de preconceitos, da ética que deve nortear as produções dos estudantes que serão hospedadas no portal, acessibilidade, grêmios estudantis. Minha impressão é que o diálogo fluiu muito bem. Enfim, uma pequena amostra de temas que poderão se transformar em tópicos do fórum permanente DIALOGUE que abrimos agora e também pautas para nossas entrevistas e reportagens (seção "feito em diálogo") e também para o trabalho da rede de observadores das escolas.
Tenho certeza que este foi o primeiro de muitas conversas que faremos na busca de rumos coletivos para o Ensino Médio brasileiro.
O fórum está aberto para quem quiser seguir a conversa.
Um dos tópicos que gerou grande discussão no primeiro chat foi a participação (ou não) das famílias na vida escolar. Muitos professores estão reclamando que a família não participa ou não se interessa pela vida escolar de seus jovens. Ao mesmo tempo alguns alunos argumentam que suas famílias só são chamadas para conversas na escola quando existem problemas. Como a família se encaixa na escola hoje em dia? Existe espaço para diálogo com os pais?
Enviado por profabiolennon em Fri, 19/06/2009 - 15:04.
{\begin}
Não podemos analisar a interação (escola; professor; aluno; família) desprezando certas variáveis sócio-políticas que ultrapassam os muros das escolas. Esta interação, por si só, é tão complexa e imprevisível que seria impossível tratá-la de maneira trivial.
É fato, como pontuou o Marcos, que as famílias- em geral - só passam a interagir com a escola após a ocorrência de "problemas", como, por exemplo, a não realização de tarefas ou ainda ao apresentarem um comportamento agressivo ou desrespeitoso (do aluno) com professores, amigos ou funcionários. Também é fato que muitos responsáveis não investem seu tempo com às reuniões e debates promovidos pelas escolas e, assim, acabam delegando à esta instituição social toda a reponsabilidade em educar (e não apenas dar instrução escolar) aos seus filhos. Buscamos (as escolas) resolver os problemas a partir de seu surgimento mas, de forma inequívoca, não temos controle sobre os fatos que o precederam e que são externos à escola.
Sentimos no dia-a-dia uma onda crescente de desvalorização dos professores, desvalorização da vida humana e a banalização da violência. Buscamos culpados, procuramos os vilões. Atacamos a instituição "família", dizendo que está falida e desestruturada, também voltamos nossas atenções à falta de competência dos governantes e da administração pública e, ainda, culpamos a criminalidade que cerca os jovens em seu cotidiano. Por outro lado, segmentos do governo e sociedade afirmam que o problema está na falta de formação dos professores e na baixa qualidade do ensino, mesmo tendo estes professores sido aprovads em provas de seleção (muito disputadas) e também feito cursos de atualização, capacitação e até mesmo pós-graduação. Variáveis e mais variáveis vão se somando, variáveis que se multiplicam e assim extrapolam nossa capacidade de prever e modelar situações a respeito da interação (escola; professor; aluno; família).
De certo, tenho apenas a convicção que a questão da valorização do ser humano e de sua educação (escolar e não escolar) são fatores comuns nesta discussão.
Existe sim o espaço para o diálogo, questiono se existe espaço para a aceitação das críticas ou a percepção de que podemos - Juntos - lutar por melhorias em meio ao caos. Questiono a vontade sincera e o comprometimento dos diferentes agentes desta intrincada equação, pois, no fim das contas, é com a natureza humana que estamos lidando.
Ainda há muito o que falar, mas deixo para depois...
Enviado por paulo lima em Sat, 20/06/2009 - 09:46.
Galera, tô conhecendo agora a proposta do Diálogo e tô amando. Trabalhamos com educomunicação com a galera do ensino médio em são paulo e outros 20 estados. Vamos ver como fazer uma parceria pra publicar parte do conteúdo do portal também na nossa edição impressa da Revista Viração. Com quem devo falar? Para conhecer nossa proposta: www.revistaviracao.org.br
Enviado por Paulo Carrano em Sat, 20/06/2009 - 11:07.
Oi Paulo,
muito legal o seu contato! Quem trabalha com responsabilidade o tema da juventude neste país conhece o excelente trabalho da Viração na luta por direitos e no apoio à participação juvenil. Vamos encontrar um jeito de trabalharmos juntos, sem dúvida. A correria para lançar o portal foi tão grande que decidimos dar a nossa contribuição inicial com o portal e seus conteúdos para a partir daí avançarmos nas parcerias. Desde já, sinta-se a vontade para reproduzir o conteúdo do portal nas edições da Viração. No mais, vamos conversar por aqui para ver como poderemos fazer coisas juntos para fortalecer a luta pelos direitos ao Ensino Médio democrático e de qualidade. Forte abraço,
Enviado por paulo lima em dom, 21/06/2009 - 14:33.
paulo, meu xará, super grato pela pronta resposta. Vamos ao trabalho: estamos preparando uma reportagem de capa sobre a conferência nacional de segurança pública e o que isso tem a ver diretamente com os jovens. Nosso gancho é essa medida do toque de recolher que está virando moda. Queremos saber o que os jovens e adolescentes acham disso e como levar a discussão pra sala de aula, com conteúdo, depoimentos de especialistas. Você teria alguma fonte a indicar? A propósito, o que vc acha do toque de recolher pra adolescentes? Posso usar sua resposta já como fonte pra compor a matéria. O que acha?
Enviado por Paulo Carrano em seg, 22/06/2009 - 13:58.
Oi Paulo,
darei meu depoimento com prazer para a revista. Só para adiantar, sou radicalmente contra isso que estão "chamando de toque de recolher" para adolescentes e jovens em algumas cidades. Aliás, a Constituição brasileira que garante o direito de ir e vir para todos os cidadãos também "pensa" assim. Mande um e-mail para que eu possa responder com mais calma sobre o tema.
Enviado por Vivian Ragazzi Bucco em ter, 23/06/2009 - 13:00.
Primeiramente gostaria de me apresentar, sou da Revista Viração aqui em SP, e queria cumprimentar pelo trabalho super bacana que vcs estão desenvolvendo. Sou bem nova aqui na plataforma, ainda tenho que fuçar, mas já adorei o que vi! Contem comigo pra participar dos debates!
Enviado por Paulo Carrano em Wed, 24/06/2009 - 18:35.
Bem vinda! Obrigado pelos elogios. Estamos apenas começando. A página está sendo aprimorada e para isso criamos um tópico no fórum para receber as sugestões de melhorias e conversarmos sobre elas. Em breve teremos uma enquete para saber que temas serão prioritários para nossos diálogos e matérias. Sigamos juntos.
Vivian, aguardo seu contato para a matéria do (ai!) "toque de recolher" .
A questão da valorização do ser humano é muito importante ... vejo que atualmente os professores, e a sociedade em geral, sofrem um processo de desumanização muito grande. O ser humano passa a ser o ser consumidor, o ser produtivo e esse pensamento capitalista é cada vez mais passado por nós, para nós mesmos ! Para o professor é necessário definir qual sociedade deseja alcançar com a formação daqueles jovens seres humanos em sua sala ... se para uma sociedade concentida com as questões econômicas, políticas, sociais e culturais atuais ou para uma sociedade consciente da necessidade de transformação. Para quem está no segundo grupo é fundamental educar para a humanização, compreender o aluno como ser humano construtor do mundo e da história e não como um mero espectador de um filme caótico, desigual e excludente. Como dizia Marx "o homem se faz ao fazer as coisas" e é isso que define o ser como humano ... um ser em permanente transformação pelas suas ações no mundo !
Sandro de Mello Justo, professor de Educação Física
Enviado por Debora ferreira da costa (not verified) em Wed, 17/03/2010 - 17:21.
Acho que as pessoas deveriam dialogar mais, deveriam expor mais as suas ideias, assim melhorariamos mais a escola,os professores e saberiamos o que esta errado com nos mesmos.
Enviado por Lilipalhares em Wed, 24/03/2010 - 17:15.
Realmente Debora, o dialogo é um dos melhores caminhos para entendermos o outro e para sermos compreendidos. Através dele podemos pensar em soluções reais para muitos dos problemas da escola. Você busca dialogar com os professores, diretos, amigos sobre o que acontece na sua escola?
Comments
Começamos!
Foi muito estimulante nosso início com o bate-papo de hoje. Em pouco tempo de conversa conseguimos passar muitos dos assuntos, problemáticas e possibilidades que fazem a complexidade da escola. Participaram estudantes do Ensino Médio, professores, pesquisadores, estudantes de graduação e anônimos interessados. Falamos da relação da família com a escola, de preconceitos, da ética que deve nortear as produções dos estudantes que serão hospedadas no portal, acessibilidade, grêmios estudantis. Minha impressão é que o diálogo fluiu muito bem. Enfim, uma pequena amostra de temas que poderão se transformar em tópicos do fórum permanente DIALOGUE que abrimos agora e também pautas para nossas entrevistas e reportagens (seção "feito em diálogo") e também para o trabalho da rede de observadores das escolas.
Tenho certeza que este foi o primeiro de muitas conversas que faremos na busca de rumos coletivos para o Ensino Médio brasileiro.
O fórum está aberto para quem quiser seguir a conversa.
Abraços,
Paulo Carrano
Famílias.
Um dos tópicos que gerou grande discussão no primeiro chat foi a participação (ou não) das famílias na vida escolar. Muitos professores estão reclamando que a família não participa ou não se interessa pela vida escolar de seus jovens. Ao mesmo tempo alguns alunos argumentam que suas famílias só são chamadas para conversas na escola quando existem problemas. Como a família se encaixa na escola hoje em dia? Existe espaço para diálogo com os pais?
Família/Escola/Valorização
{\begin}
Não podemos analisar a interação (escola; professor; aluno; família) desprezando certas variáveis sócio-políticas que ultrapassam os muros das escolas. Esta interação, por si só, é tão complexa e imprevisível que seria impossível tratá-la de maneira trivial.
É fato, como pontuou o Marcos, que as famílias- em geral - só passam a interagir com a escola após a ocorrência de "problemas", como, por exemplo, a não realização de tarefas ou ainda ao apresentarem um comportamento agressivo ou desrespeitoso (do aluno) com professores, amigos ou funcionários. Também é fato que muitos responsáveis não investem seu tempo com às reuniões e debates promovidos pelas escolas e, assim, acabam delegando à esta instituição social toda a reponsabilidade em educar (e não apenas dar instrução escolar) aos seus filhos. Buscamos (as escolas) resolver os problemas a partir de seu surgimento mas, de forma inequívoca, não temos controle sobre os fatos que o precederam e que são externos à escola.
Sentimos no dia-a-dia uma onda crescente de desvalorização dos professores, desvalorização da vida humana e a banalização da violência. Buscamos culpados, procuramos os vilões. Atacamos a instituição "família", dizendo que está falida e desestruturada, também voltamos nossas atenções à falta de competência dos governantes e da administração pública e, ainda, culpamos a criminalidade que cerca os jovens em seu cotidiano. Por outro lado, segmentos do governo e sociedade afirmam que o problema está na falta de formação dos professores e na baixa qualidade do ensino, mesmo tendo estes professores sido aprovads em provas de seleção (muito disputadas) e também feito cursos de atualização, capacitação e até mesmo pós-graduação. Variáveis e mais variáveis vão se somando, variáveis que se multiplicam e assim extrapolam nossa capacidade de prever e modelar situações a respeito da interação (escola; professor; aluno; família).
De certo, tenho apenas a convicção que a questão da valorização do ser humano e de sua educação (escolar e não escolar) são fatores comuns nesta discussão.
Existe sim o espaço para o diálogo, questiono se existe espaço para a aceitação das críticas ou a percepção de que podemos - Juntos - lutar por melhorias em meio ao caos. Questiono a vontade sincera e o comprometimento dos diferentes agentes desta intrincada equação, pois, no fim das contas, é com a natureza humana que estamos lidando.
Ainda há muito o que falar, mas deixo para depois...
F.L.M.S.
{\end}
Revista Viração está na área
Galera, tô conhecendo agora a proposta do Diálogo e tô amando. Trabalhamos com educomunicação com a galera do ensino médio em são paulo e outros 20 estados. Vamos ver como fazer uma parceria pra publicar parte do conteúdo do portal também na nossa edição impressa da Revista Viração. Com quem devo falar? Para conhecer nossa proposta: www.revistaviracao.org.br
abração!
Paulo Lima
Parceria para fortalecer o diálogo
Oi Paulo,
muito legal o seu contato! Quem trabalha com responsabilidade o tema da juventude neste país conhece o excelente trabalho da Viração na luta por direitos e no apoio à participação juvenil. Vamos encontrar um jeito de trabalharmos juntos, sem dúvida. A correria para lançar o portal foi tão grande que decidimos dar a nossa contribuição inicial com o portal e seus conteúdos para a partir daí avançarmos nas parcerias. Desde já, sinta-se a vontade para reproduzir o conteúdo do portal nas edições da Viração. No mais, vamos conversar por aqui para ver como poderemos fazer coisas juntos para fortalecer a luta pelos direitos ao Ensino Médio democrático e de qualidade. Forte abraço,
Paulo Carrano
www.uff.br/obsjovem
reportagem sobre toque de recolher e escola
paulo, meu xará, super grato pela pronta resposta. Vamos ao trabalho: estamos preparando uma reportagem de capa sobre a conferência nacional de segurança pública e o que isso tem a ver diretamente com os jovens. Nosso gancho é essa medida do toque de recolher que está virando moda. Queremos saber o que os jovens e adolescentes acham disso e como levar a discussão pra sala de aula, com conteúdo, depoimentos de especialistas. Você teria alguma fonte a indicar? A propósito, o que vc acha do toque de recolher pra adolescentes? Posso usar sua resposta já como fonte pra compor a matéria. O que acha?
abração,
paulo lima
Contribuição sobre a reportagem
Oi Paulo,
darei meu depoimento com prazer para a revista. Só para adiantar, sou radicalmente contra isso que estão "chamando de toque de recolher" para adolescentes e jovens em algumas cidades. Aliás, a Constituição brasileira que garante o direito de ir e vir para todos os cidadãos também "pensa" assim. Mande um e-mail para que eu possa responder com mais calma sobre o tema.
Abraços,
Carrano
paulo, desculpe, mas não
paulo, desculpe, mas não tenho seu endereço eletrônico. Se não quiser se expor, mande-o para mim: paulo@revistaviracao.org.br
abs,
paulo
Olá a todos/as!
Primeiramente gostaria de me apresentar, sou da Revista Viração aqui em SP, e queria cumprimentar pelo trabalho super bacana que vcs estão desenvolvendo. Sou bem nova aqui na plataforma, ainda tenho que fuçar, mas já adorei o que vi! Contem comigo pra participar dos debates!
Olá, Vivian!
Bem vinda! Obrigado pelos elogios. Estamos apenas começando. A página está sendo aprimorada e para isso criamos um tópico no fórum para receber as sugestões de melhorias e conversarmos sobre elas. Em breve teremos uma enquete para saber que temas serão prioritários para nossos diálogos e matérias. Sigamos juntos.
Vivian, aguardo seu contato para a matéria do (ai!) "toque de recolher" .
Abraços!
valorização do ser humano
A questão da valorização do ser humano é muito importante ... vejo que atualmente os professores, e a sociedade em geral, sofrem um processo de desumanização muito grande. O ser humano passa a ser o ser consumidor, o ser produtivo e esse pensamento capitalista é cada vez mais passado por nós, para nós mesmos ! Para o professor é necessário definir qual sociedade deseja alcançar com a formação daqueles jovens seres humanos em sua sala ... se para uma sociedade concentida com as questões econômicas, políticas, sociais e culturais atuais ou para uma sociedade consciente da necessidade de transformação. Para quem está no segundo grupo é fundamental educar para a humanização, compreender o aluno como ser humano construtor do mundo e da história e não como um mero espectador de um filme caótico, desigual e excludente. Como dizia Marx "o homem se faz ao fazer as coisas" e é isso que define o ser como humano ... um ser em permanente transformação pelas suas ações no mundo !
Sandro de Mello Justo, professor de Educação Física
Dialogo nas escolas
Acho que as pessoas deveriam dialogar mais, deveriam expor mais as suas ideias, assim melhorariamos mais a escola,os professores e saberiamos o que esta errado com nos mesmos.
Resposta à Debora
Realmente Debora, o dialogo é um dos melhores caminhos para entendermos o outro e para sermos compreendidos. Através dele podemos pensar em soluções reais para muitos dos problemas da escola. Você busca dialogar com os professores, diretos, amigos sobre o que acontece na sua escola?