Sismédio. Ação Reflexão 01 - Caderno I - Etapa II. Colégio Estadual Professora "Maria de Lourdes Rodrigues Morozowski"

line-height:150%">PACTO NACIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

line-height:115%;font-family:"Arial","sans-serif"">          REFLEXÃO E AÇÃO 01 - Caderno I – Etapa II.

Colégio Estadual Professora “Maria de Lourdes Rodrigues Morozowski”.                                          Orientadora: Raquel Tavares Barbosa Moreira. Professores: Antonio Carlos de Oliveira Junior. Claudia Daniele Santos Batista. Francisco Cordeiro. Jeferson Sivek. Luciano Schimitt. Maria Angélica Mantovani Casagrande. Nádia Cristina Sermanovicz. Neila Cordeiro de Carvalho. Nilson Mariano. Rita do Carmo e Vivian Catharina Gomes Rebelo. 

line-height:150%">A diversidade e a pluralidade cons­tituem desafio na organização do trabalho pedagógico escolar? Quais? A pluralidade e a diversidade podem ser mola propulsora de nova organização do trabalho pedagógico? Como? Por quê? Essa reflexão possibilitou um novo olhar sobre a diversidade da sua escola? Registre as conclusões dessa reflexão, destacando os aspectos que a comunidade escolar precisa considerar na reescrita do PPP e na elaboração do Plano de Trabalho Docente. Apresente os registros dessa reflexão ao Conselho Escolar para análise, apreciação e deliberação quanto a mudanças necessárias das práticas pedagógicas e de gestão da escola.

            Organizar o trabalho pedagógico sem levar em conta a diversidade e pluralidade dos seus atores seria o mesmo que prescrever uma receita médica sem saber os sintomas do paciente.  No entanto, o reconhecimento desta diversidade e pluralidade requer dar voz aos sujeitos presentes no contexto social, o que constitui grande desafio no ambiente escolar. Um dos fatores que fortalecem este desafio é a forma como se caracteriza a relação dos sujeitos com o tempo e a comunicação. No ambiente escolar, o tempo é regido pelas determinações legais de cumprimento de um calendário letivo e no ambiente extraescolar o tempo é regido pelas necessidades de trabalho, produção e organização das famílias, sendo que “estes tempos” quase nunca podem se conectar entravando as condições de comunicação satisfatórias entre os sujeitos que compõem a grande diversidade e pluralidade social.

          Esta dificuldade de tempo e comunicação tem interferido diretamente no reconhecimento dos diversos sujeitos que compõem a comunidade escolar do nosso Colégio, que somente em número de alunos matriculados supera a casa dos mil e setecentos, de acordo com a última contagem em abril deste ano. Estes alunos pela sua faixa etária e modalidade de ensino (Regular ou EJA), já compõem por si só uma grande diversidade. Acrescentando-se a região de origem das famílias (muitos não são nascidos na cidade), o bairro onde moram, o nível de escolaridade das famílias e a sua composição, o poder de acesso aos bens culturais e de consumo; já se percebe mais características de diversidade e pluralidade. Desta forma, o grande universo a ser considerado na organização do trabalho pedagógico se amplia sem ser de fato reconhecido antes da organização dos Planos de Trabalhos Docentes. Pois para a elaboração destes planos a referência que se tem é apenas a modalidade e série dos alunos a serem atendidos no período letivo, sendo que outras características vão sendo reconhecidas (ou não) no decorrer do processo, pela maior aproximação do professor, especialmente o que tem maior número de aulas ou quando acontece algum episódio que exija um maior aprofundamento na história do aluno.

          Assim, a organização do trabalho pedagógico obviamente deverá ser modificada diante dos desafios encontrados, que no caso deste Colégio, na grande maioria, são eventos que envolvem a questão de gênero e diversidade sexual, pois é a mais explicita e a que mais se manifesta reivindicando espaços e direitos, seja de forma consciente ou não.  Um exemplo concreto é a polêmica da utilização dos banheiros pelo público LGBT, cuja reivindicação pode ser elaborada em um discurso engajado e consciente ou manifestada através de ações de vandalismo ou violência, quando em muitos casos, a identidade de gênero sequer está construída nestes jovens.

150%">No entanto, em relação a outras diversidades há dificuldade de reconhecimento, pois é onde existe o maior silenciamento dos grupos, como nos alunos vindo de outras regiões que apresentam vocabulário e sotaque diferente, que poderiam agregar conhecimento e novas experiências ao grupo, mas não são percebidos e tampouco encorajados a se manifestar. A imposição ainda que velada das religiões judaico cristãs e o abafamento de outras manifestações religiosas também é outra forma de silenciamento e ainda o próprio reconhecimento das etnias presentes na comunidade escolar, representadas não apenas pelo estereótipo físico da cor da pele, mas pela consciência da sua ancestralidade e história cultural de sua família. Estes silêncios existentes por esta dificuldade de comunicação e espaço de ser visto e ouvido, no nosso entender amplia a distância entre a organização do trabalho pedagógico e o aluno concreto.

150%">Diante deste grande desafio de identificar e entender a diversidade e pluralidade presente no nosso ambiente escolar, o grupo indicou como primeiro passo a realização de uma pesquisa on-line com os alunos e a posterior divulgação dos resultados no formato de gráficos em um espaço privilegiado da escola. Esta pesquisa deverá coletar dados que possam demostrar como nossos alunos se declaram quanto a sua etnia, gênero, classe social, necessidades especiais, religião e como enxerga questões de preconceito e discriminação presentes na escola. Como um trabalho experimental, o Conselho Escolar poderá deliberar a partir dos resultados sobre a sua relevância em constar do PPP do Estabelecimento para balizar inicialmente a organização do trabalho pedagógico, assim como, oferecer referências a toda a comunidade escolar pela exposição dos seus resultados em local de fácil visualização no espaço escolar.