REFLEXÕES REFERENTE AO CADERNO I
Colégio Estadual Costa e Silva – Itaipulândia - Foz do Iguaçu
Formação de Professores do Ensino Médio – Etapa I – Caderno I
Texto Coletivo:
Ana Paula Pereira, Ari Ernani Mai, Claudio Vanio Gonçalves, Eliane Neiva Pereira, Geceli Seidler, Ilda Padilha Kroth, Inês Sandrs, Ivanir Pinheiro Manteufel, Lotário Oto Knob, Marinês Terezinha Meith, Neiva Ten Caten , Nilsa Colman Barrios, Pedro Canisio Royer, Rodison José Scarpato,Sergio Bif, Valdair Lange, Vanderli Kollemberg, Vera Lucia Berti.
Coordenação: Vilma Regina Velozo Patricio
A falta de interesse dos jovens pelo Ensino Médio e o alto índice de evasão dos alunos estão entre os principais problemas da educação brasileira nesta etapa da escolarização. O jovem parece querer pular essa etapa e buscar direto o mercado de trabalho, resolvendo a questão da escolaridade mais tarde, com cursos supletivos. É preciso que o País discuta como fazer para que o Ensino Médio passe a exercer efetivamente o seu papel de formar cidadãos plenos, que a sociedade tanto precisa. O ensino médio é um desafio de décadas, e, ainda grandes questões permanecem: a qualidade dos professores, o que envolve a formação na universidade, a oferta de educação continuada, as condições de trabalho, a carreira, incluindo salários, e a dedicação exclusiva e a ampliação do tempo do jovem no ambiente escolar. É preciso que a educação saia do terreno da abstração.
Podemos identificar causas internas e externas para essa sangria. Por um lado, a inadequação da Escola oferecida para a maioria de nossos jovens. Por outro, questões socioeconômicas que os empurram precocemente para o mercado de trabalho. Praticamente não existem alternativas de trabalho e renda associadas à Escola, como projetos de monitoria (trabalho na Escola), estágios remunerados ou programas ligados à Lei de Aprendizagem, que possibilitem o estabelecimento de nexos entre Educação e trabalho e promovam a permanência na Escola, de preferência evitando a optação pelo noturno. Há muitos desafios a serem superados, mas conhecer a realidade que se quer transformar é o primeiro passo para que seja possível adequar o atendimento, planejar e estruturar estratégias de contenção do abandono, avaliar e promover melhorias significativas e eficazes. Para isso, precisamos contar com a sinergia de toda a sociedade na promoção da garantia, às novas gerações, do passaporte mínimo para a inserção no moderno mercado de trabalho – a conclusão e o bom desempenho no Ensino Médio.
Quanto ao perfil social, cultural e econômico dos alunos matriculados no Ensino Médio, fazem parte da nossa realidade estudantes que vivem em uma cidade do interior e, uma grande parte, precisa trabalhar para ajudar no orçamento familiar. Mesmo assim, a grande maioria possui acesso aos aparelhos tecnológicos atuais, porém sem muito interesse por cultura.
Nossos estudantes convivem em um ritmo alucinante com informações das mais variadas esferas da comunicação. Estão sempre utilizando as novas tecnologias, porém a escola não acompanha todas as transformações tecnológicas da sociedade atual. Continua com a mesma infraestrutura para atender estudantes atuais que têm uma construção com o conhecimento bem diferente de antigamente. Além disso, percebe-se uma desvalorização do conhecimento acadêmico por parte dos alunos, uma vez que ele não vê uma ligação, ou uma oportunidade de melhoria em sua situação econômica. Os conteúdos muitas vezes estão completamente fora da sua realidade, representando um abismo entre o que se vivencia e o que se estuda, deixando o estudante sem motivação para os estudos.
Enfim, os desafios são muitos, é preciso reinventar um novo sistema educacional para o Ensino Médio com uma infraestrutura que dê conta do perfil do estudante atual. Professores capacitados, um currículo adequado
É preciso construir escolas de Ensino Médio e deixar a oferta majoritariamente no diurno. Mas não basta construir salas com cadeiras enfileiradas. São necessários novos espaços, equipamentos e materiais para exercícios diferentes. Outra estratégia é garantir a formação de professores não só nas disciplinas do currículo, mas com formação humana para que tenhamos profissionais habilitados para trabalhar com a juventude.
Como o Ensino Médio é uma etapa com alto índice de evasão e repetência, um currículo flexível e mais atrativo, dialogando com outros conhecimentos e outras aprendizagens, se faz necessário. Não se trata de um ensino apenas prazeroso e divertido, mas de transformá-lo em um espaço em que o aprendizado e o conhecimento tenham significado e contextualizado visando a transformação do jovem. O importante é ter um currículo do Ensino Médio que seja contemporâneo, que reconheça nossa juventude, a sociedade em que ela vive e os conhecimentos aos quais tem acesso.
O que queremos é que tanto o Ensino Fundamental como o Médio tenham objetivos e expectativas claras de aprendizagem, para que se possa organizar e estruturar conhecimentos significativos. Com isso, escolas e professores saberão o que, ao final de cada ano, os alunos deverão ter aprendido e de que forma se organizar para que o jovem tenha acesso a esses conhecimentos. Tudo isso, faz parte da autonomia, garantida em lei, de cada escola.
E é muito importante destacar que o Ensino Médio, mais que um preparar para universidade, é um momento de transição da adolescência para a juventude, levando-o a entender melhor os elementos que têm significado para a sociedade contemporânea e para que todas as suas escolhas pessoais e profissionais sejam fundamentadas no conhecimento, uma vez que, o Ensino Médio deve prever a formação de sujeitos autônomos.
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Comments
Olá colega Vilma Regina.
Olá colega Vilma Regina. Concordo plenamente com a sua brilhante refexão. Gostaria de acrescentar algumas observações, que vem desestimulando uma boa parte dos alunos do ensino médio. A revolução tecnológica trousse benefícios fundamentais a todos nós, nos mais variados seguimento da sociedade. Mais também os malefícios, para uma parte dessa geração que não sabe ainda se utilizar desses recursos, a benefícios próprio para construir seu conhecimento. Perde-se, muito tempo na rede social e vão dormir tarde, no dia seguinte estão com a mente cansada sem nenhum interesse com os conteúdos. É uma geração que precisa ser orientada em relação a essa prática. Segundo Paula Felix Palma. Aos contrários á tecnologia e aos defensores da vida simples, como EU, que acreditam que a tecnologia traz mais prejuízos que benefícios, isso pode ser paradoxal.