Na escola CEEBJA Paulo Freire onde trabalho com turmas do noturno na grande maioria os alunos voltam a estudar por uma exigência do trabalho ou em busca de novas oportunidades de trabalho, poucos se acham capazes de ingressar nas universidades. Eles têm uma grande expectativa quanto à escola, embora venham de uma jornada de trabalho bem longa, chegam animados e procuram aproveitar tudo. Uma de suas maiores dificuldades é quanto à leitura e interpretação, ficam muito dependentes do professor para ler e explicar tudo para eles. Trabalhamos com alunos das mais variadas idades e diferenças sociais e econômicas. Paulo Freire, 1997 p.152 diz: "é no respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o que faço e o que digo que me encontro com eles ou com elas". Assim construímos e trocamos o conhecimento, é realmente um desafio maravilhoso. Marileia Cavallari
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Reflexão e Ação - Caderno 1
O Ensino Médio passou por várias mudanças e transformações, onde buscava-se a valorização e a participação dos alunos, mas ainda não foi alcançado o desejado.
A meta pretendida ainda não foi atingida devido ao fato dos alunos terem que trabalhar e estudar, tornando o estudo algo cansativo e o trabalho essencial, pois a maioria dos estudantes de escolas públicas provêm de um nível econômico baixo, onde precisam trabalhar desde cedo. Percebe-se que no início do ano letivo o número de alunos matriculados é ideal, mas com o passar dos meses o índice de desistência é muito elevado, sendo necessário algumas vezes o fechamento de turmas.
Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Bom dia à todos os participantes deste projeto... Sou professora Caren, trabalho no Colégio Estadual Hasdrubal Bellegard em Curitiba e estou neste desafio pelo fortalecimento da presença dos alunos no EM. A leitura do caderno 1, fez com que eu lembrasse literalmente da história de vida escolar de minha tia. Hoje com 63 anos de idade, aposentada como professora de Biologia, e ainda em serviços voluntários pela Pastoral da Saúde do município onde mora, minha tia nunca desistiu de estudar. Enfrentou todas as situações apresentadas pelo texto deste caderno, principalmente na parte em que o estudo era eletisado. Sempre com ótimas notas, mas vinda de família carente, ficava na classe dos alunos tachados como " burros ", na época e que por classe social eram salas separadas por Letras A, B, C. Minha tia sempre contava que, mesmo sabendo que suas resoluções em matemática estavam certas, o professor sempre tinha razão! Meu avô não tinha estudo algum, era trabalhador, muito honesto e ótimo em matemática, trabalhava numa empresa de fabricação de papel, qual ainda existe até o momento no mesmo lugar. Embora a humildade fosse tamanha, sempre incentivou a filha para os estudos. Analisando bem a leitura e a comparação que fiz, percebe -se ainda essa eletisação no espaço escolar. Muitos de nossos alunos lutam por uma vida social, pela influência da própria sociedade. Parece ser uma ambição momentânea, não por profissão, ser o melhor. Mas, para que viver o momento. Não vejo perspectiva de vida profissional bem sucedida, nossos alunos não demonstram muita motivação e interesse pelos estudos. Nós, mediadores do conhecimento e também formadores de pessoas para um mundo crítico, não podemos nos acomodar diante desta situação. Penso que, a escola ainda é o melhor e único lugar para a mudança. É uma profissão árdua, exige muito do nosso lado ser humano, mas acredito que fazemos a diferença, sim.