Quebra-cabeça ajuda a tornar conteúdo de Biologia mais concreto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interessado na construção do conhecimento e na formação e desenvolvimento integral dos jovens o professor pode se tornar um mediador e facilitador no desenvolvimento do pensamento crítico, interpretação, e interação do estudante. 

No ensino das Ciências, os conceitos devem ser apresentados aos estudantes da forma mais dinâmica possível a fim de que os alunos possam relacionar os conceitos, compreendendo o complexo sistema que envolve, por exemplo, os componentes de uma célula, e assim, possam iniciar o processo de ensino-aprendizagem, rompendo muitas dificuldades inerentes ao processo.  

O projeto foi realizado a partir do protótipo de um quebra cabeça didático desenvolvido a partir do software AutoCAD. 

O CAD - computer aided design – uso do computador para fazer um desenho ou projeto é uma ferramenta utilizada para o desenho de diversos produtos em inúmeras áreas, como a indústria automobilística, engenharia, construção civil, arquitetura, informática, etc.

A iniciativo foi do professor Antonio dos Santos Júnior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) que tem realizado com sucesso esse trabalho.

"Ao perceber que seus alunos tinham dificuldade para compreender os componentes da estrutura de uma célula, por mais que explicasse, o professor Antonio dos Santos Júnior constatou que seria necessário tornar esse conteúdo mais concreto. “Usei aulas práticas, vídeos, imagens, sem resultado. Eles não conseguiam visualizar”, relata.

Segundo Antonio, que leciona biologia em todos os cursos técnicos oferecidos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro), campus Porto Velho Calama, até mesmo o recurso de confeccionar maquetes, geralmente utilizado por professores, era problemático nesse caso, devido à impossibilidade de representar o citoesqueleto. “Os alunos não conseguiam entender e achavam que os componentes ficavam boiando dentro da célula”, diz. Foi então que pensou em criar um quebra-cabeça, a partir do desenho de uma célula.

O professor levou o primeiro protótipo do projeto Quebra-cabeça didático de uma célula, suas organelas e seu citoesqueleto para a exposição da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada de 13 a 19 de outubro, no Pavilhão de Eventos do Parque da Cidade Sara Kubitschek, em Brasília. A peça, colorida, atraiu bastante atenção no estande do Ministério da Educação.

O protótipo foi desenvolvido com a colaboração de alunos de Antonio, que para isso utilizaram o software AutoCAD, bastante usado para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões e criação de modelos tridimensionais. “Após a impressão em 3D, foi feita a montagem e o aparafusamento das peças. Assim, eles nunca mais vão esquecer os componentes de uma célula”, ressalta o professor.

De acordo com Wellisson Oliveira, estudante do terceiro ano do curso de eletrotécnica, ele e seu colega Rafael Pissinati ajudaram a fazer o protótipo. “Sempre gostei de desmontar coisas, a fim de tentar entender seu funcionamento”, explica o jovem, que acompanhou o professor durante a realização da SNCT.

O estudante destaca que sempre gostou das aulas de biologia e esse projeto foi o segundo em que trabalhou com o professor Antonio. “Na primeira vez, o assunto foi uma pesquisa sobre as árvores de Rondônia – Porto Velho precisa ser mais arborizada”, conclui.

O quebra-cabeça já foi patenteado por Antonio. Agora ele procura uma empresa interessada em produzir e vender esse produto para escolas, bem como alunos e professores que queiram testar o material.

Biólogo com doutorado em ecologia, Antonio leciona desde 2010. Sua experiência no magistério começou na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

Atualmente, além de dar aulas nos cursos técnicos em edificações, informática, eletrotécnica e em química, também é professor nos cursos de pós-graduação em gestão ambiental e educação profissional, científica e tecnológica oferecidos pelo Instituto Federal de Rondônia.

Fátima Schenini

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