PRÁTICA PEDAGÓGICA REFLEXIVA EM CURSOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA: UM ESTUDO CRÍTICO ETNOGRÁFICO

 

     As experiências realizadas com esta pesquisa, na Escola Meninos do Futuro permitiram-me, enquanto pesquisadora, compreender que a formação continuada no contexto da escola é condição básica para a reflexão crítica da prática pedagógico do professor e, consequentemente, para o seu aperfeiçoamento profissional. São reflexões que levam o educador a repensar e aprimorar as ações didático pedagógicas no cotidiano escolar. Em especial, no que tange aos processos de ensino aprendizagem da leitura, letramento crítico e preparação dos jovens a (re) inserção à sociedade.
    Os professores participantes da pesquisa demonstram valorizar a sua formação, uma vez que esta contribui para promover reflexões relacionadas à prática de sala de aula. A ‘reflexão na ação’ e ‘reflexão sobre a ação’ instigam a buscar novas práticas para o processo de ensino aprendizagem. Ao mesmo tempo fazem referências a vários métodos que aplicam em sala de aula. Esse processo de reflexão é concretizado pelas ações dos professores, através de seus enunciados, expressando comprometimento/obrigatoriedade em suas ações.
     Ao relatarem sobre suas experiências na escola, com os alunos e colegas, esses educadores me fizeram refletir acerca de conceitos teóricos que balizaram estudo. Percebi uma conexão entre as teorias do professor crítico reflexivo, bem como sobre o conhecimento na ação e sobre a ação. Esses professores mostraram que é necessário conhecer o contexto ao qual está inserido, ter domínio do conteúdo a ser ensinado e estar preparado para a prática do dia a dia. A formação continuada privilegia a teoria e a prática, o que implica a relação da produção do conhecimento à organização do curso, pautando no professor como elo para o crescimento profissional dele e desenvolvimento sócio-cognitivo de seus alunos.
    No curso de formação continuada, envolvendo o de letramento crítico, por exemplo, ressalto a sua relevância à medida que possibilitou aos professores um espaço de formação com vistas a proporcionar troca de experiências entre os professores, voltadas à valorização do próprio professor como mediador no processo de ensino aprendizagem. Além disso, o curso ofereceu oportunidade de os professores serem agentes da sua própria formação, contribuindo para fortalecer relações coletivas e duradouras, melhorando sua prática pedagógica no exercício da docência. É relevante destacar que os cursos de formação não privilegiam apenas os saberes específicos de cada disciplina, mas também considera o contexto da instituição e dos alunos. O que permite ao professor articular seus saberes didáticos aos disciplinares, na construção do trabalho de criações e (re) construção de sua prática pedagógica.
     No curso (Sala de Professor), os professores vislumbraram a oportunidade de discutir, coletivamente, as dificuldades vivenciadas na escola e na sala de aula, tecendo comentários e reflexões que puderam auxiliar a própria organização do curso, pautados na construção de um trabalho conjunto, bem como fomentando contribuições acerca do trabalho de toda equipe. Possibilitou aos professores melhor compreensão de sua pratica pedagógica, ancorada em teorias que se relacionam ao seu trabalho. Os professores afirmaram que, antes da teoria, eles procuram trabalhar com amor. A partir das teorias, os professores usaram-nas para auxiliar a preparação de suas aulas, perceber suas falhas e, assim, melhorá-las.

Dissetação de Mestrado defendida em Março de 2012, pela professora Maria Antônia Correa (UFMT)

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