POSSIBILIDADES E DESAFIOS NA INTEGRAÇÃO CURRICULAR

Reflexões dos cursistas do Colégio José Busnardo out/2014

1. Integração dos componentes curriculares com enfoque na Educação Alimentar

A alimentação nutricional é de suma importância para o desenvolvimento da humanidade. Em todo o mundo, as diversas culturas são bem marcadas e definidas através da alimentação.
Diversas culturas podem ser observadas no que se refere à alimentação. Hábitos e costumes alimentares podem ser observados nas diferentes regiões de um país. E passam de geração em geração permanecendo como identidade daquele povo. O momento da refeição é também um momento sagrado para algumas famílias que veem neste ato um momento simbólico de união e comunhão entre os povos.
Os hábitos alimentares influenciaram e continuam influenciando o cotidiano dos povos e suas relações sociais com o meio. Os primeiros povos eram nômades, porque tinham que se mudar constantemente em busca de alimento. A partir do momento em que aprenderam a cultivar a terra, obtendo seu próprio alimento, passaram-se a se fixar em certos lugares, dando início às primeiras comunidades, mudando as relações sociais, ou seja, passaram a ter maior interação com o próprio grupo, por outro lado, acirraram-se as disputas pelas terras mais férteis, pela sobrevivência, mas também como forma de adquirir a força e a coragem do seu adversário.
Ao longo do tempo a convivência com outros povos e culturas propiciou a descoberta e o uso de variados alimentos.  Devido à disponibilidade do alimento ou de acordo com os preceitos religiosos, alguns hábitos alimentares se regionalizaram, por exemplo, os judeus não comem carne de porco por considerá-lo um animal impuro, e os indianos não comem a carne de vaca, por considerá-la um animal sagrado.
Atualmente, vivemos realidades distintas. Uma dos países desenvolvidos em que há uma abundância na área de alimentação, com uma variação de cardápio. Em alguns desses países, boa parte da população sofre com o excesso de peso e as enfermidades por ele causadas levam o governo a gastar grandes somas nos tratamentos, quando poderiam promover uma política de prevenção e estimulo de alimentação saudável e há aqueles países subdesenvolvidos em que os povos vivem na miséria; lugares onde a fome prevalece e muitas crianças morrem por desnutrição. Portanto, os governos deveriam criar uma iniciativa para acabar com essa desigualdade social e suas implicações.
Por outro lado, também existe uma grande diferença entre os hábitos alimentares dos povos ocidentais e orientais. Muitos ocidentais teriam repulsa em se alimentar de insetos, répteis, cachorros e outros. Quando para os orientais, essas práticas são completamente aceitáveis. Devido à alta densidade populacional precisam se utilizar de todos os tipos de alimentos para a sobrevivência.
Desse modo, os hábitos alimentares variam de acordo com cada civilização e com o momento histórico; porém se globalizam quando se trata de unir e confraternizar, amigos, familiares e diferentes povos.
Desde a segunda metade do século XX, com a Nouvelle Histoire, os historiadores tem buscado o uso de novas fontes, novas metodologias e novos objetos. A historiografia recente tem se debruçado com temas antes considerados “secundários” como a  História das Mulheres, a História das Mentalidades, a História dos excluídos. Neste sentido, a História da Alimentação constitui um campo relativamente recente e bastante profícuo e tem despertado a atenção não apenas do público especializado, uma vez que a comida, a alimentação e os hábitos alimentares constituem uma chave de entrada privilegiada para o estudo da História e da Cultura de diferentes sociedades. Em sala de aula, para se discutir o tema História da Alimentação o filme Vatel, Um Banquete Para o Rei (1999), é uma atividade bastante sugestiva, pois o filme trata dos bastidores da organização de um banquete para o rei Luís XIV, feita pelo cozinheiro François Vatel. Do sucesso desse banquete depende o destino social e econômico da França. Os diferentes hábitos alimentares em nível nacional ou regional podem, neste sentido, serem entendidos como peças centrais de uma herança cultural.
O ato de comer, além de ser algo vital para a vida dos indivíduos, é uma forma de construto social em que indivíduos se reúnem e trocam experiências. No entanto, a questão alimentar pode ser problemática, pois o processo de produção também gera impactos ambientais, sociais, econômicos e políticos. Assim, as questões alimentares exigem uma abordagem multidisciplinar. Pelo fato de fazer parte do cotidiano de cada cidadão, a escola deve se comprometer a discorrer de forma contundente sobre a relação do homem com o alimento, frisando que essa relação quando feita de forma errônea pode gerar posições conflitantes que ferem os direitos individuais e coletivos. As questões sociopolíticas, assim como a educação alimentar e nutricional, quando exploradas em sala de aula podem levar o aluno a compreender que a alimentação vai além do entendimento anatômico e fisiológico; e que é preciso ter conscientização sobre como manter uma nutrição saudável e sustentável a partir da escolha correta dos alimentos.
Visando um entendimento crítico das implicações do consumo alimentar e seus impactos tanto no homem quanto no meio ambiente, a disciplina de Língua Portuguesa pode explorar textos e dados estatísticos que tratam das questões nutricionais e seus efeitos no corpo e na sociedade em forma de seminários temáticos e debates. Existem muitos gêneros textuais que contemplam temas relacionados à história, literatura, cultura e comida. O professor também pode incluir em sua metodologia lendas, poemas, contos, músicas e romances – todos esses, quando explorados servem para mostrar as tradições culturais, as disparidades sociais e econômicas de determinada época.
A escola precisa pensar em como praticar ações voltadas para a educação alimentar. Dessa forma, intervir nos hábitos alimentares é auxiliar nossas crianças e jovens a repensar a perspectiva individual de comer e passar analisá-la como um ato que em muitos aspectos gera efeitos negativos a nível global, como se pode evidenciar no filme “Ponto de Mutação” (1990), quando a personagem Sonia Hoffmann tenta, a partir de seus argumentos, comprovar que os seres humanos evoluem com o planeta e que qualquer dano gerado impacta o ambiente como um todo.
Numa era em que o fast food tornou-se uma epidemia em escala mundial, devido a sua praticidade; um entendimento crítico e urgente sobre a nutrição é cada vez mais requerido. Nessa perspectiva, a disciplina de Língua Portuguesa de maneira articulada deve olhar cuidadosamente para os diferentes aspectos do tema com o intuito de relacioná-lo com outras disciplinas. Para que esse diálogo seja satisfatório, o professor precisa estar preparado para instigar os alunos a se questionarem e formarem opiniões saudáveis.
O valor de uma refeição está intimamente ligado ao contexto em que ela acontece. Vai além de simplesmente suprir as necessidades físicas de nosso corpo. A refeição é o momento de celebração, o momento de reunião da família, o momento de repartir. Valorosa no cotidiano das famílias que têm o privilégio de almoçar juntos, por exemplo.
Intimamente ligada ao meio ambiente, pois é dele que se extrai o alimento, a culinária é um dos aspectos que compõem a identidade cultural de um povo ou comunidade. Na disciplina de Arte, a forma de alimentação é abordada ao estudar as diversidades culturais, através dos pratos típicos de cada cultura estudada. Ao estudar e construir a própria identidade cultural, o educando fará a análise de sua alimentação.
A alimentação pode ser abordada na produção de imagens com o tema "Natureza Morta".
Ao estudar a vida dos artistas, o cuidado com a saúde, os hábitos alimentares, os padrões de beleza estabelecidos, entre outros; o aluno verificará que esses temas necessitam de uma reflexão. Quando o conteúdo é "Mídias", na publicidade ou no design das embalagens, pode-se abordar sobre os alimentos industrializados versus os alimentos naturais. Nas atividades de produção de campanhas publicitárias, a alimentação pode ser o tema definido.
O tema Educação Alimentar e Nutricional é uma excelente forma de abordar conexões entre as disciplinas. E pode sim ser realizada de forma articulada. Na disciplina de Biologia pode-se começar com um questionamento: De que maneira absorvemos os alimentos que ingerimos?
A partir dessa indagação, os alunos podem mostrar os conhecimentos prévios sobre o tema. E a partir dos conhecimentos trazidos o professor pode articulá-los com o conhecimento científico, através de debates, auxílio de retroprojetores e livro didático. Nesse momento, além de abordar como cada alimento é aproveitado pelo corpo, os seguintes temas podem ser abordados:
• Para que serve cada componente nutricional?
• O que causa seu excesso ou carência?
• Assim como, temas que levam à obesidade (doença preocupante do século), dietas miraculosas, entre outras doenças nutricionais.
Como aula prática, cada aluno pode trazer para a sala de aula o alimento que mais gosta. E após sua experimentação, descrever o que esse alimento contém em termos nutricionais, destacando o que está em excesso. Nesse mesmo sentido das aulas práticas, pode-se fornecer aos alunos uma tabela calórica e eles com esse material em mãos anotariam todas as calorias consumidas durante um dia. Essa atividade pode servir de base quando se tratar o assunto obesidade e as doenças nutricionais.
Outra abordagem sobre educação alimentar é fazer com que os alunos percebam quanto cada alimento ingerido produz de embalagem e qual o destino das mesmas. Nessa linha de produção de embalagens dos alimentos também se pode solicitar que os alunos tragam para a sala de aula a quantidade de embalagens alimentares descartadas por eles durante uma semana. Essa atividade pode promover uma reflexão da quantidade do alimento ingerido, bem como a quantidade de material que é utilizado para acondicionar os alimentos e o descarte inapropriado.
Diante do exposto, o gosto pela comida não é apenas o produto de uma necessidade fisiológica, mas é um ato social e cultural. A ideia de se alimentar não se encerra unicamente no suprimento das necessidades físicas do ser humano, mas está inserido numa teia mais ampla de significados. Comer nunca é “só comer”. Comer é um ato social dotado de significado, pois depende de uma série de protocolos, rituais, costumes e regras de conduta que são socialmente aceitos.  Neste sentido, estudar a alimentação e os hábitos alimentares não apenas nos permite investigar o que se come, mas quais os significados e representações que encontram-se intrinsecamente ligados ao ato de se alimentar. Perante tantas mudanças que nos são impostas pela sociedade e aquelas que o homem gera em si mesmo e no planeta pela falta de conhecimento e instruções adequadas, a escola precisa repensar com cautela a relação do homem com o alimento. 

 

2. Análise dos eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura das diretrizes curriculares nacionais no trecho retirado do  livro Cartas  a  Théo,  de  Vincent  Van  Gogh

Eis o que pensamos sobre as dimensões da cultura, do trabalho, da ciência e da tecnologia presentes na Carta N. 195 de Vincent Van Gogh. Certamente ela é bastante pertinente para analisar como tais dimensões convergem para um ponto em comum: o conhecimento e a produção humana.
Analisamos a carta considerando que essas dimensões funcionam como eixo integrador entre os conhecimentos, e que para o seu entendimento é necessário olhar para os dizeres de Van Gogh contextualizando as quatro dimensões citadas à historicidade e ao contexto social.
Na carta, a dimensão cultural refere-se ao resultado da ação de pintar, bem como o conhecimento prévio do artista sobre a utilidade do carvão para se obter intensidades de cores distintas. Esse entendimento também vem acompanhado de uma reflexão crítica, a qual é sempre pautada através do olhar de outros artistas. Dessa forma, a questão cultural bastante enfatizada pelo pintor refere-se ao próprio ato de pintar e a sua estreita relação com o trabalho do carpinteiro, que também usa lápis para seus designs. Filosoficamente Van Gogh relaciona trabalho e cultura, exemplificando que ambos são o resultado de uma ação consciente e transformadora do ser humano. E que, portanto, cultura e trabalho são constantemente produzidos e reproduzidos.
O pintor nos revela que artistas antecedentes já utilizavam lápis semelhantes aos dos carpinteiros, pois visavam intensidades distintas destes finos Faber. Estes finos Faber configuram-se como algo inovador para as artes pictóricas. Mas não necessariamente essenciais, posto que o instrumento pode ser inovador apenas para aqueles que detêm o conhecimento, isto é, sabem manejar as propriedades de determinado objeto ou material. Sendo assim, no que se refere à ciência, o texto nos esclarece como as propriedades foram se inovando tecnologicamente até se obter os diferentes tipos de Faber. Nesse sentido a ciência também é vista como cultura e trabalho, pois ela é uma forma de conhecimento que incorpora diferentes áreas assim como a tecnologia, e ao mesmo tempo informa sobre a produção histórica e social do mundo. Deste modo, tecnológico não é apenas o que transforma e constrói a realidade física, mas igualmente aquilo que transforma e constrói a realidade social. Assim a carta, que vai além de uma simples troca de informações, possibilita que façamos uma leitura direcionada para o processo de criação e do conhecimento. Ela exemplifica como o ser se constitui na sociedade e como é influenciado culturalmente, historicamente e cientificamente. Ademais, mostra como o ser busca construir sua identidade sem negar a tradição e a sua capacidade transformadora dentro de uma dimensão que é histórica e ao mesmo tempo tecnológica.
Visando à compreensão dos alunos, os professores podem propor atividades que partam da atualidade para a historicidade. Explicitando que essas dimensões são integradoras, ou seja, complementam-se em prol de gerar conhecimentos de distintas naturezas, relacionando-os em sua dimensão histórica e ao contexto social contemporâneo.
Eis o que os professores precisam saber relacionar em suas aulas: atrelar a teoria com a prática visando mostrar que cada conteúdo possui uma historicidade e um sentido social e que o conhecimento, além de surgir a partir de materiais e instrumentos peculiares, também é construído pelo indivíduo a partir das dimensões culturais, da ciência e da tecnologia.

3. Uma proposta curricular integrada

A estrutura curricular articulada com os projetos de investigação e as diferentes disciplinas estabelecem constante diálogo e redes entre os conhecimentos de cada componente curricular. Parte do princípio que conhecer a realidade atual se faz através de uma investigação a partir do levantamento de temas-geradores a serem trabalhados ao longo do semestre, subsidiados pelas diferentes ciências para sua elucidação.
         Para fins de organização didática, os projetos de investigação estão montados em sintonia com as etapas do método científico assim consideradas: exploração, coleta e de dados, análise e construção de sínteses parciais e conclusões, numa visão não-linear, em que estas etapas ocorrem simultaneamente e retornam a questões iniciais, a fim de garantir sentido e relevância para o conhecimento. Situa a pesquisa escolar como uma metodologia de acesso ao conhecimento socialmente construído, que gera significados e possibilita o pensamento crítico.
O papel do professor nessa perspectiva, é concebido por Freire (2004) como um pesquisador que não dissocia pesquisa de ensino e a incorpora numa relação recíproca na relação professor-aluno. Nesse sentido, o referido autor esclarece: “pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo”.

PLANO DE AULA INTERDISCIPLINAR:
Filosofia, Educação Física e Língua Portuguesa.
TITULO: Como a Filosofia vê a felicidade?
OBJETIVO GERAL:
*Analisar, discutir, refletir e levantar hipóteses sobre o que é a felicidade.
1º ETAPA:
• Na disciplina de língua portuguesa, disponibilizar cópias da entrevista de Oscar Schimit a revista Veja de setembro de 2013 intitulada: “Esse tumorzinho pegou o cara errado”.
• Ler, interpretar o conteúdo, observar o gênero textual selecionando;
• Propor aos alunos que façam entrevistas com funcionários da escola e /ou pessoas da comunidade escolar para que possam ter a possibilidade de criar perguntas e estruturar o texto em duplas
2º ETAPA:
• Na disciplina de Educação Física, pesquisar a história do basquete, seus principais ícones mundiais e nacionais compreendendo a importância de Oscar Schimiti para este esporte
• Possibilitar aos alunos partidas de basquete e suas variações (jogar 21 /duplas /times)

3º ETAPA:
• Na disciplina de filosofia realizar uma aula expositiva sobre: O que é a felicidade para a Filosofia? – citar diversos filósofos (gregos, estoicos, hedonistas, modernos) que abordam esta questão estabelecendo paralelos entre o que é felicidade / tristeza /podemos ser felizes o tempo todo? /prazer é felicidade?
• Retomar a entrevista de Oscar Schimiti e procurar no corpo de texto: momentos de alegria e tristeza do atleta explicitando-os - atividade desenvolvida em equipes de 4 a 5 alunos;
• Levantar os seguintes questionamentos: Ele teve e/ou tem uma vida feliz?
• Solicitar que cada aluno redija seu texto sobre o que é felicidade segundo seu próprio entendimento, exemplificando situações corriqueiras e/ou pontuais que ilustrem o mesmo;

4º ETAPA:
• Na disciplina de Língua Portuguesa, construir cartazes sobre a felicidade utilizando ilustrações, trechos de entrevistas, citações, fotografias do grupo.
• Expor os cartazes por toda a escola socializando os resultados obtidos instigando desta maneira a discussão e o olhar sobre a felicidade.

4. A escola como um espaço permanente de troca, avaliação e produção de conhecimentos.

1ª etapa: Vídeo – Em busca de José Venâncio.

Após assistir ao vídeo – Em busca de José Venâncio – é possível perceber que a prática da pesquisa de maneira integrada é uma possibilidade extremamente interessante para que os alunos possam encontrar informações, refletir  sobre as mesmas transformando-as assim,  em conhecimento.
Com um planejamento bem organizado cada disciplina pode contribuir de maneira diferente para que o resultado final ganhe tenha um maior significado para os envolvidos.
Dar ao aluno a possibilidade de ser protagonista de seu próprio conhecimento é oportunizar condições para que ele sinta-se corresponsável por seu processo de aprendizagem.
A metodologia de pesquisa leva para muito além do que um simples repasse de informações, pois, é dinâmica e os resultados encontrados ao longo do processo possibilitam novas investidas e/ou novos rumos dentro da própria pesquisa.
Neste processo, o professor é o mediador e o aluno passa a ter a função de pesquisador.
Também cabe ao professor auxiliar os alunos no processo de organização e seleção das informações coletadas estabelecendo paralelos com o que já se sabe com o que se quer saber e por fim, o que fazer com esse novo conhecimento.
Na prática de sala de aula esta é uma estratégia de grande valia para dinamizar o cotidiano escolar. Além das possibilidades que o vídeo aborda, como: entrevistas, pesquisa de campo, filmagem, imagens de arquivos; ainda podemos recorrer às redes sociais e internet.
Dentro desta perspectiva, o planejamento é mola propulsora de todo processo, por isso, precisa ser realimentado oportunizando espaços para que os alunos façam suas descobertas e escolhas.

2ª etapa: Analise da situação das ligações clandestinas: embasamentos legais e morais

§2408. O RESPEITO AOS BENS DO OUTRO. O sétimo mandamento proíbe o roubo, isto é, a usurpação do bem de outro contra a vontade razoável do proprietário. Não há roubo se o consentimento pode ser presumido ou se recusa é contrária à razão e à destinação universal dos bens. É o caso da necessidade urgente e evidente, em que o único meio de acudir às necessidades imediatas e essenciais (alimento, abrigo, roupa...) é dispor e usar dos bens do outro.

§2412. EM VIRTUDE DA JUSTIÇA COMUTATIVA. A reparação da injustiça cometida exige a restituição do bem furtado a seu proprietário: Jesus abençoa Zaqueu por causa de seu compromisso: "Se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo" (Lc 19,8). Aqueles que, de maneira direta ou indireta, se  apossaram de um bem alheio têm obrigação de o restituir ou de devolver o equivalente em natureza ou em espécie, se a coisa desapareceu, bem como os frutos e lucros que seu proprietário legitimamente teria auferido.” (Catecismo da Igreja Católica)“Furto - Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno; § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa; § 3º -Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico; § 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego  de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.” (Código Penal, DL 2.848/1940).

“As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada”. Além de controlar a qualidade na prestação o serviço, estabelecem regras para o setor.

Com embasamento legal e considerando os aspectos de moralidade e comportamento ético, tem-se material necessário e suficiente para estruturar planos de aula nas disciplinas de Filosofia, Sociologia, Matemática e Física, as quais, dentre suas características fornecerão subsídios científicos e filosóficos.
Primeiramente as disciplinas de Filosofia e Sociologia tem bases morais e éticas para uma abertura à discussão e reflexão sobre a ação de realizar ou  não o chamado gato. Com perspectivas da esfera comportamental humana, se esclarece e aprimora a consciência relação virtuosa com o outro e, com o que é do outro. Reflexões e considerações filosóficas e sociológicas. No âmbito da Matemática e da Física, os dados relacionados à prejuízos financeiros e instabilidades nos serviços prestados coadunam o legal de direito e o legal por moralidade. A Física esclarece dos riscos, das inconstâncias e perigos aos sujeitos que assim o fizerem.
Fonte rica para discussões e esclarecimento em diversas áreas do saber, tanto tecnológica e científica, com das de conhecimento, comportamento e conduta humana.

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Editora Martins Fontes, 11/3292-2660, 1232 pg.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica.Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno IV : áreas de conhecimento e integração curricular / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Marise Nogueira Ramos, Denise de Freitas, Alice Helena Campos Pierson]. – Curitiba : UFPR/Setor  de Educação, 2013.
FREIRE, Paulo. Pedagogía da Autonomia. In: Ensinar exige Pesquisa. São Paulo. Editora Paz e Terra. 2004.
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Decreto do Código de Processo Penal, Artigo 395, inciso III.
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Decreto do Código Legal, Decreto-, art. 77.
Lei 9.099/95. Lei dos Juizados Especiais, artigo 89.
VEJA.  Esse tumorzinho pegou o cara errado. Set. 2013, ed. 2337. Disponível em: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx.