PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
Caderno 01 - Ensino Médio e a Formação Humana Integral
O trabalho é uma questão histórica, o individuo é fruto desse resultante, nos diferenciando na obtenção de uma sociedade humanizada, em cada momento histórico o trabalho teve papéis diferentes da sociedade dos animais . Exemplo: sociedade das abelhas, formigas, etc.
No fordismo era visto a empregabilidade como processo de industrialização e sinalizava um caminho diferente do atual, pois para a formação humana integral precisa de base nos conhecimentos do trabalho, da cultura, da ciência e tecnologia, incorporando assim ao currículo conhecimentos que contribuam para a compreensão do trabalho como princípio educativo havendo a necessidade de pensar em uma formação que não tenha apenas uma relação com o mundo produtivo, mas que ultrapasse a relação do trabalho, compreendendo no sentido ontológico enquanto elemento constituinte do homem num processo de hominização e humanização na sua relação com a natureza retirando-se do mercado de trabalho o foco e o colocando no sujeitos.
A partir da reconstrução histórica identifica-se que os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira são amplos com ênfase maior na estrutura familiar, como formar o cidadão, a permanência na escola,sucesso do aluno além de falta de funcionários e formação adequada aos professores tendo diversas possibilidades como contratação rotativa,recursos necessários,estrutura diferenciada para o noturno,espaço físico adequado.
Segundo dado referente ao conjunto geral da escola forma-se o aspecto do perfil social,cultural e econômico dos sujeitos matriculados no ensino médio apresentando diversidade de alunos,desigualdades sociais,baixa escolaridade dos pais,falta de opção de renda para as famílias do aluno trabalhador noturno além de um plano docente diferenciado para esse agrupamento de indivíduos.
Tendo como base as DCNEM que afirma o ensino médio em todas as suas formas de oferta e organização ,baseia-se na formação integral do estudante,tendo,dentre outros aspectos,o trabalho como princípio educativo,a pesquisa como fundamento pedagógico e a integração entre educação e as dimensões do trabalho,da ciência,da tecnologia e da cultura como base da proposta e de desenvolvimento curricular.Existem diversos elementos que constituem a proposta de formação humana integral os quais fundamentam práticas pedagógicas que contribuem para a materialização da proposta na escola, classificam-se como potencializadores assim como apresentam dificuldades a serem superadas como:
-Ampliar espaços no calendário escolar para a formação dos profissionais e a busca pela transformação didática.
-Melhoria nas condições de trabalho e permanência de políticas públicas efetivamente onde Educação e trabalho não se choquem.
-Novo modelo curricular para o Ensino Médio.
-Investimento de qualidade e não quantidades onde o conhecimento significa poder levando até aos nossos alunos como processo da formação humana de forma integral, a qual é uma das necessidades sociais.
Contudo a realidade educacional brasileira apresenta grandes desafios, pois a metade dos jovens entre 15 e 17 anos não frequentam o ensino médio e aproximadamente um terço (34,3%) ainda está,como repetente ou por ingresso tardio no ensino fundamental.Os dados da PNAD/IBGE apresenta uma taxa líquida de matrícula para essa população passa de 17,3% em 1991,para 32,7% em 1999,atingindo 44,2% em 2004 e 50,9% em 2009 (IBGE,2010).Os indicadores apresentados são muito importantes na medida em que expressam a exclusão de grande número de brasileiros do acesso à educação e da permanência na escola,assim como outros direitos.A relação entre educação e participação no desenvolvimento social torna inadiável o enfrentamento dos problemas.
Para tanto chegar a universalização do ensino médio é necessário:
-Redução de reprovações e evasões, indiferente de sua modalidade.
-Melhor investimento nos profissionais
-Medidas emergenciais para o ensino médio noturno ou aluno trabalhador
-Proporcionar estrutura familiar com subsídios para manter o aluno do Ensino do Ensino médio fora do mercado de trabalho
-Ampliar demanda para o Ensino Superior voltada a políticos sociais com resultados apresentados no Ensino Médio onde as faculdades sejam voltadas para a tecnologia e preparações para o trabalho.
Comments
Ensino Médio e Formação Humana e Integral
Concordo plenamente com o texto postado pela professora Maria de Jesus Inácio, e acrescento que para a formação humana de modo integral se faz necessário trabalhar a superação das desigualdades de oportunidades e considerar as diversidades dos estudantes ofertando uma aprendizagem significativa de forma integrada e interdisciplinar. Isso importa em dar ao aluno a oportunidade da autonomia para construir sua aprendizagem de forma crítica e reflexiva. Estar motivado não é o único requisito para uma boa formação. Para isso implica uma certa maturidade e que o aluno fixe nos estudos e evite a tão temida evasão escolar, que ocorre com muita frequência no ensino médio. Evasão esta que muitas vezes a escola não consegue evitar por se tratar de cansaço do trabalho, conciliação dos horários, entre outras alegações. Enfim, o grande desafio é construir uma aprendizagem que tenha como objetivo o saber científico, humanístico e cultural pautado pela transformação social, política e cultural. Formar é construir e reconstruir quantas vezes forem necessário transpondo o imaginário e tornando reais as ações reconhecendo limites e desigualdades desde o acesso do estudante até suas múltiplas hierarquias socioeconômicas. Proporcionar um ensino médio com qualidade de referência e tendo como eixo estruturante o trabalho, ciência, tecnologia e cultura é um direito do estudante.
O jovem do Ensino Médio e seus desafios
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A falta de interesse dos jovens pelo ensino médio e o alto índice de evasão dos alunos estão entre os principais problemas da educação brasileira nesta etapa da escolarização. O jovem parece querer pular essa etapa e buscar direto o mercado de trabalho, resolvendo a questão da escolaridade mais tarde, com cursos supletivos. É preciso que o País discuta como fazer para que o ensino médio possa a exercer efetivamente o seu papel de formar cidadãos plenos, que a sociedade tanto precisa. O desafio maior do ensino médio, assim como o da educação como um todo, é sermos responsavelmente ousados, acabar com a segmentação. O trabalho do professor, é criar condições para essa educação. É preciso que a educação tenha compromisso de dar ao jovem uma agenda mínima de competências, como saber ler, escrever, comparar, interpretar.