O USO DE APARELHOS DE TELEFONIA PORTÁTIL COM ACESSO A INTERNET NA ESCOLA: DESAFIOS DE INTEGRÁ-LOS A APRENDIZAGEM

COLÉGIO ESTADUAL VEREADOR OSNY DAVID FRAGA

Francisca Germiniano Pereira
Jozemar Robassa Júnior
Lucilene Santana da Silva

O USO DE APARELHOS DE TELEFONIA PORTÁTIL COM ACESSO A INTERNET NA ESCOLA: DESAFIOS DE INTEGRÁ-LOS A APRENDIZAGEM.

O presente artigo se pauta na segunda reflexão do caderno 2, o qual estabelece uma relação do jovem com as tecnologias. Assim para o desenvolvimento deste trabalho foi empregado um questionário para todos os alunos do ensino médio do Colégio Estadual Vereador Osny David Fraga da Rede Pública de Educação do Estado do Paraná – Núcleo Regional de Educação de Paranaguá, localizada no Município de Morretes.
Vale ressaltar aqui, que referido questionário foi de grande valia para que se pudesse conhecer diversos aspectos dos nossos alunos, os quais encontramos as seguintes respostas objetivas: temos mais meninos que meninas; a maioria se encontra nas faixa etária de 16 a 17 anos, porém numa porcentagem bem próxima temos muitos alunos maiores de 17 anos, isto posto, concluímos que a escola atende uma clientela com faixa etária bem diversificada e de trabalhadores. 
Ainda ficou comprovado que a maioria realmente exerce atividades rurais, mas um dado surpreendente é que estes alunos trabalham para adquirir sua independência financeira e não para ajudar sua família. Tal fator surpreendeu, pois diferentemente do que se imaginava, ou seja, que os alunos da zona rural são extremamente carentes e precisam trabalhar para ajudar os pais, percebe-se que está é uma visão extremamente equivocada. Eles trabalham para manter sua independência e assim, diminuir ou aniquilar as “diferenças sociais” que poderiam existir entre jovens urbanos e rurais.
Como acima citado este trabalho se fixa no “relacionamento” do jovem com as tecnologias, o parágrafo acima fora empregado somente para levar o leitor a conhecer um pouco da realidade da referida escola.
Os jovem possuem uma relação intensa com as tecnologias portáteis e o celular já se tornou parte integrante do “corpo” e, junto com este, está a internet que permite a conexão com o mundo.
Graças à internet os jovens da nossa escola, mesmo vivendo num ambienta rural, possuem o mesmo acesso às informaçõs e, consequentemente, não se diferem dos jovens da área urbana, tendo os mesmos hábitos e costumes propícios da idade, inclusive mantendo relacionamentos em diversas redes sociais com jovens do meio urbano, isso sem falar de outras regiões.
Ocorre que os jovens demonstram não saber muito bem para que serve a internet, resumindo para eles apenas nas rede sociais como facebook e whatsapp. Não se importam com o fato da internet ser uma fonte de busca por informações que possibilitem o acesso ao conhecimento e, seu uso requer maturidade e responsabilidade para saber que no espaço virtual também poderá ter consequências do uso inadequado ou indevido que fizer.
De acordo com o questionário empregado, a maioria dos alunos consideram normal à exposição nas redes sociais. Desta forma, percebe-se que os jovens acham que não há consequência de suas atitudes nas redes sociais e  que seus atos não refletirão na sua vida social e familiar.
Outro dado preocupante foi chegar ao resultado que do total de 98 alunos, 56 alunos consideram as conversas ditas nas redes sociais tem menos importância que as ditas presencialmente. Percebe-se aí, que os jovens quando estão nas redes sociais “vestem” uma máscara para si mesmo, mas se esquecem que há outras pessoas observando-os e julgando-os por seus atos.
Além das exposições de sua vida pessoal nas redes sociais, muitos alunos não conseguem controlar a ansiedade para estar online e acabam infringindo as regras do ambiente escolar, pois querem estar o tempo todo conectados e deixam de focar sua atenção na matéria que está sendo ministrada, se tornando desta forma, jovens alheios aos conteúdos ensinados nas salas de aula.
Percebe-se desta forma, que os jovens da nossa escola ainda devem aprender a utilizar de forma responsável as redes sociais, bem como ter em mente que a internet não serve apenas para conversar, mas sim para agregar conhecimento, e que, fazer pesquisas é sim uma alternativa na rede, buscando informações e construindo conhecimento colaborativo, ou seja, construindo a partir da interação entre o que se busca encontrar na rede e trazendo essas informações para a sala de aula, ampliando o debate e reconstruindo o que se está aprendendo.
O que seria dos jovens sem as redes sociais? O que buscam nesse espaço? Quais liberdades querem exercer? O que podemos fazer para utilizar as redes em processos de aprendizagem? Como podemos inverter a situação em que se encontra o uso dessas tecnologias em favor da produção de conhecimento?
Este trabalho não pretende suspender o uso das redes, mas sim propor aos jovens alternativas para usar as redes sociais e outras ferramentas da internet em proveito do ambiente escolar positivo: aquele que propicia aprender. Podemos colocar os alunos de uma sala de aula em uma roda de conversa e sabatiná-los e descobrir que o que buscam no espaço virtual é diverso muito mais do que se pensa. Então, o espaço virtual faz parte do contexto da sua vida, complementa a realidade. O espaço virtual não está desconectado da sobrevivência.
O desafio para nós professores está nas medidas que tomaremos para tornar o uso desses equipamentos e tecnologias na aventura do saber. Assim, se não podemos suspender o uso e não queremos isso, pois acesso a informação é base das sociedades democráticas e, a escola é redentora desta proposta libertária que usa informações para disseminar conhecimento, então, invertermos a lógica fazendo uso dessas novas tecnologias como ferramentas de aprendizagem.
Em nossa escola composta por alunos da área rural, muitos independentes financeiramente a ponto de recarregarem seus créditos no celular cotidianamente, a maioria trabalhadora e uma parcela que atingiu a maioridade, detectamos o celular como porta de entrada à rede mundial de computadores – a internet. Nossa pergunta é como podemos agregar o celular na nossa caixa de ferramentas e juntá-las ao giz, quadro, televisão, livros, aparelhos de DVD, projetor de vídeo e outros?

Podemos exercitar algumas possibilidades:

1. Criar páginas nas redes sociais da turma e das disciplinas cursadas;
2. Criar grupos específicos de debatedores por assuntos;
3. Elaborar projetos pela rede, inclusive multidiciplinares;
4. Receber trabalhos e atividades na forma escrita, visual e quem sabe em áudio;
5. Compartilhar conteúdos instantaneamente no âmbito da sala de aula;
6. Integrar a escola a comunidade;
7. Criar o grupo de trabalho em rede da escola, inclusive interconectar os programas institucionais como Brigada Escolar, Jogos Escolares, etc...
8. Usar as redes sociais no desafio da sustentabilidade e usar cada vez menos materiais;
9. Criar uma biblioteca virtual dos livros que são usados pelas disciplinas e não temos acesso físico a eles;
10. Fortalecer pelo uso das redes sociais o Grêmio Estudantil e a Associação de Pais e Mestres.
Desta forma, o que não podemos fazer nos dias atuais e na situação de escalagem sem freios da tecnologia sobre nossas vidas é ignorá-la, pois, é claro que as tecnologias estarão sempre presentes e cabe a nós professores descobrirmos métodos para alia-las às práticas de ensino.
 

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imagem de Cassio Adriano Lombardo

Parabéns pela produção do

Parabéns pela produção do texto, muito bem elaborado e coerente.

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