O desafio lançado no caderno III é repensar o currículo. Fazendo uma análise crítica sobre o mesmo, concluímos que é necessário realizar uma seleção democrática dos conteúdos, que sejam compatíveis com a realidade da comunidade. Deve ser uma ação que promova a articulação desses conteúdos com todas as áreas do conhecimento e a integração com o trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Iniciamos essa etapa do curso nos questionando sobre o nosso fazer pedagógico, buscando pontuar relações entre o que estamos ensinando com todas essas dimensões.
Durante muito tempo, a educação no Brasil baseou-se em metodologias que priorizavam o domínio de conteúdos científicos e a sua transmissão, valorizando a avaliação quantitativa e excludente. O objetivo era acumular conceitos que possibilitassem o ingresso na universidade ou no mercado de trabalho. Porém o mundo moderno tem exigido mais do que isso. As famílias já não têm o mesmo perfil, a dinâmica da escola não acompanhou a evolução natural da sociedade e houve o avanço frenético da tecnologia, que aumentou, infinitamente, as possibilidades e experiências de aprendizagem dos alunos, que têm se mostrado desmotivados e insatisfeitos com a escola. Disponibilizamos conteúdos que, muitas vezes, não têm relação com outras áreas do conhecimento ou ligação com o cotidiano, reforçando o ensino fragmentado e sem significado.
Isso explica o que temos visto e ouvido nas escolas: o aluno não aprende e o professor não ensina. Esse mal estar nos leva a repensar o que estamos ensinando, como temos feito isso e porquê o fazemos.
A nova proposta curricular apresenta uma perspectiva inovadora, ampla, complexa e que prima pela formação humana em sua plenitude, desenvolvendo a autonomia do indivíduo, permitindo assim, que ele seja capaz de fazer escolhas, intervindo no seu cotidiano, conhecendo seus direitos e deveres. Formar cidadãos é o seu objetivo.
Essa reflexão vem de encontro com as dificuldades que temos enfrentado na escola. O que temos constado, há tempos, é que os alunos saem do ensino médio sem conseguir integrar os assuntos, sem autonomia e sem pensamento crítico. Todas essas mudanças se fazem necessárias, todavia, há que se admitir que é uma tarefa árdua e nem sempre grata, levando-se em conta que envolve todos os agentes do processo de ensino-aprendizagem: alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, gestores e comunidade.
Para isso, o primeiro passo, seria conhecer os sujeitos do ensino médio da nossa comunidade e encontrar estratégias de aproximação, para podermos construir uma relação de confiança. Eles devem entender nossas verdadeiras intenções e perceber que somos seus aliados. Nossas atitudes devem mostrar isso. Refletir, buscar novas estratégias e ações que permitam uma mudança significativa na educação, exige tempo, coragem e muito trabalho. Nem todos estão dispostos. Um curso, apenas, não basta. Precisamos de formação continuada. Estaremos desconstruindo paradigmas e construindo novos, sem esquecer que a escola é o instrumento mais importante para a transformação social.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I – caderno III: O currículo do ensino médio, seus sujeitos e o desafio da formação humana integral/Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [ organizadores: Paulo Carraro Juarez Dayrell...et al.] . – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.
C. E. LA SALLE – EFM – CURITIBA/PR
Coordenação pedagógica e Orientadoras de Estudos:
LEILA REGINA SANCHES e CLARICE PRECIDINA DE SIQUEIRA.
Texto produzido pelos seguintes integrantes:
ANTONIO CARLOS MOREIRA
CRISTIAN MALVINA DA SILVA GUERRA
CLAIRE CRISTINA DE OLIVEIRA
ELIANE THOMAZ
ELI MAZUR
GERVASIO ROCHA
JONAS JOSE BERRA
JOSELIA PEREIRA DA SILVA
MARIA APARECIDA DOS SANTOS MACHADO
ROSANE BRUM ALISON
TELMA CANATO
VANESSA TRUBER SUMBACH