O caminho para ser um cientista pode começar no Ensino Médio

Hoje a matéria vem abordar o tema de pesquisa científca, mas você jovem leitor@ acha que só precisará pensar sobre esse tema lá no futuro? Que isso é algo distante da sua realidade? Não, o caminho para se tornar um cientista pode começar na sua escola!

Ao exemplo de Deise Reis Carvalho que "desde muito cedo, bastava ver um projeto de pesquisa sendo apresentado que já se inquietava. Queria estar lá, mostrar suas próprias descobertas – ainda que incipientes –, desenvolver uma ideia e defendê-la perante ouvintes ávidos por entender como ninguém tinha pensado naquilo antes. Durante a formação, não foi diferente: via nas feiras de ciências um objetivo claro, mostrando que rumo deveria seguir. Foi tentando, lendo sobre vários assuntos, até encontrar seu caminho. E deu certo.

Ela estava no colégio quando decidiu que o futuro estava na pesquisa. Nem sabia como, mas seria cientista. Por quê? Inicialmente eram as feiras da escola e a vontade de participar, mas logo foi também o gosto que tomou por criar projetos pessoais que, de alguma maneira, afetassem a vida das pessoas. Os resultados serviram para motivá-la mais e, somados à visibilidade obtida nessas experiências, culminaram em oportunidades pouco comuns a uma estudante do Ensino Médio."

Deise, hoje aluna do 2º semestre de Farmácia pela Universidade Feevale, em Nova Hamburdo, conta como foi o começo da sua trajetória na pesquisa. "Comecei pesquisando sobre gordura trans, depois algo relacionado à acne, e fui indo até encontrar o caminho. Tentava por conta própria mesmo. Até que minha professora propôs um tema e me perguntou por que eu não investia ali.

Ela investiu: a temática era insetos, e o interesse estava na área da saúde. Leu em artigos internacionais que larvas usavam musgo ao seu redor como forma de camuflagem, e pensou se algo assim não poderia ser aproveitado para o bem dos humanos. Foi atrás de informações, fez testes, e agora está desenvolvendo um estudo sobre como tratar infecções a partir da atividade antiviral do musgo – pesquisa que a levou, no final de julho, a um fórum científico reunindo jovens de diversos países na Universidade de Aveiro, em Portugal.

Ainda diz que - os temas costumam partir do professor, mas depende do aluno dar prosseguimento ao projeto. Para que a iniciação científica dê certo, é fundamental o interesse do estudante – avalia Giancarlo Mocelin Muraro, analista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que apoia diversos projetos de incentivo à pesquisa.

Prêmios e iniciativas escolares incentivam jovens à ciência

"A história de Deise mostra que o caminho para quem deseja ser cientista não precisa começar só na universidade – e tampouco se limitar aos laboratórios. Uma paixão que pode ser despertada nos primeiros anos de vida começa mesmo a ganhar incentivo a partir do primeiro ano do Ensino Médio. É quando as feiras de ciências ganham força nas escolas e o aluno pode aliar o desenvolvimento de projetos e cursos técnicos às disciplinas tradicionais do currículo.
E, se essas oportunidades dependem da estrutura dos colégios, também há espaço para a iniciativa dos estudantes se sobressair. Além dos destinados a universitários e pesquisadores, alguns prêmios também promovem incentivo à iniciação científica, contemplando jovens com reconhecimento, benefícios (alguns até em dinheiro), e estimulando a continuação dos estudos.
Uma dessas iniciativas, o Prêmio Jovem Cientista, há 31 anos busca impulsionar a pesquisa no país – contanto que parta do próprio estudante o interesse de inscrever seus projetos no concurso.

– Quando a escola entra como um todo (no prêmio), o engajamento é muito bom, mas contamos muito com a iniciativa individual – revela o coordenador do prêmio, Felipe Fernandes.

Ele explica que, para seguir na carreira, é necessário aliar curiosidade e metodologia de pesquisa:
– Curiosidade todo mundo tem, o brasileiro não consegue se colocar diante de um problema sem buscar uma solução. Mas é importante colocar isso no papel. Aí, pronto, você tem um trabalho científico.

Uma das vencedoras do Prêmio Jovem Cientista no ano passado, a estudante Izabel Souza Barbosa, fez uma pesquisa de sociologia no Ensino Médio no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira. A partir de um questionário promovido na escola onde estuda, a jovem mostrou como as aulas de educação física e o esporte poderiam combater o bullying – e conseguiu fazer com que a diretoria promovesse ações para combater essa prática.

A sugestão é formular os próprios questionamentos. A inspiração pode surgir de dificuldades do dia a dia, ou obstáculos encontrados na região onde o jovem mora. Há também a opção de conversar com professores e então descobrir temas acessíveis – ou nem tanto – sobre os quais se possa mergulhar em busca de soluções. Com a orientação de um professor, ou mesmo sozinho, a jornada de um cientista não tem hora para começar. Basta colocar em prática o desejo de aprender."

Confira dicas e alguns projetos de iniciação a produção cientifica no site:

http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vestibular/noticia/2014/08/quer-ser-cientista-o-caminho-pode-comecar-ainda-no-ensino-medio-4569192.html