Diante do contexto histórico apresentado no texto, podemos perceber que a educação brasileira esteve e ainda está em constante transformação, atendendo as necessidades sociais, políticas e econômicas do momento. O ensino foi sendo reestruturado e organizado ao longo do tempo, após o surgimento de Manifestos, Movimentos e Reformas até chegarmos as Constituições. Tais reformas e reestruturações foram fundamentais para o sistema atual de ensino, as mesmas também contribuíram para a naturalização das diferenças e das desigualdades sociais entre as classes sociais de brasileiros.
Muitos desafios são encontrados, o alto índice de reprovação, aprovação pelo Conselho de Classe e abandono escolar (evasão). No ensino noturno os alunos apresentam distorção idade/série, consequências negativas, decorrente do mercado de trabalho, o estudante precisa trabalhar para atender suas necessidades, assim chegam cansados a escola e falta “tempo” para a realização de trabalhos e atividades extraclasse. Assim, faz-se necessário além de trazer o estudante, dar-lhe condições para que permaneça e conclua com sucesso o ensino médio, proporcionando-lhe uma educação de qualidade.
Na busca por uma educação de qualidade é preciso um trabalho coletivo e democrático por meio da elaboração do Projeto Político-Pedagógico com a definição de objetivos e estratégias que venham atender as necessidades e as peculiaridades de cada contexto onde a escola está inserida. Políticas Públicas de melhoria das condições de trabalho e valorização dos professores e funcionários de escola.
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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO - ETAPA I - CADERNO II
O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO.Considerando que a juventude é uma categoria socialmente produzida, temos de levar em conta as representações sobre a juventude, os sentidos que se atribuem a esta fase, a posição social dos jovens e o tratamento que lhes é dado pela sociedade ganham contornos particulares em contextos históricos, sociais e culturais distintos. Tomando por base o nosso colégio, não enfrentamos esse problema de “culpabilidade”, haja vista ser uma comunidade pequena, na qual a maioria começa e termina o Ensino Fundamental e Médio na mesma escola. Por outro lado, a maior dificuldade parece estar no jovem, na visão que ele tem da escola: é algo obsoleto, que não traz resultados concretos e, principalmente, imediatos como tudo na vida deles (tecnologia e outros). O nosso desafio está em conseguir fazer com que esse jovem tenha objetivos e metas para alcança-los: aí entra a escola e a disciplina para a aquisição real desse conhecimento.Talvez (certamente), para isso, nós professores, tenhamos que adentrar mais esse universo da “geração Z”, conhecer as tecnologias que usam e trazê-las, também, para o mundo real, onde a formação se dá de maneira mais lenta, porém leva em conta valores ético e morais. A partir da vivência os jovens acumulam diferentes saberes que podem ser explorados dentro da escola e trabalhados por professores de diferentes áreas. A escola tem que ser ponto de encontro de professores e alunos, mas, sobretudo de seres humanos, que, com as devidas diferenças, anseiam por valorização e formação global. A escola é um espaço-tempo de convivência, aprendizado, compartilhar experiências, valores e delinear projetos de vida. A escola não é apenas um espaço de aprendizagem, mas lugar social de vivência e experiência da condição juvenil. O mundo juvenil está repleto de subjetividades estabelecidas através das relações sociais por meio das tecnologias digitais, tornando-se um elemento constitutivo da cultura juvenil. Cabe, então, a nós professores estimularmos neles a propensão ao uso correto dessa ferramenta e não refutá-la.O Diálogo sempre foi o caminho mais curto para a resolução de conflitos e a abertura de um canal permanente, de repente, seja o melhor encaminhamento para isso. Pensamos, além da carta, introduzirmos aqui a rede social, criando uma página para o Ensino Médio, na qual alunos e professores possam “conversar” sobre assuntos comuns e atualidades.
COL. EST. VEREADOR FCO. GALDINO DE LIMA. ETAPA I.CADERNO III
O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL.Ousamos afirmar que quando estamos pensando uma escola com o objetivo de uma formação humana integral para o estudante do Ensino Médio, precisamos contemplar sim as dimensões (trabalho, ciência, tecnologia e cultura), sem nos esquecermos da dimensão socioambiental fundamentada nos direitos humanos, não nos limitando ao interesse imediato, pragmático e utilitário que visa apenas a formação de mão-de-obra barata. Torna-se necessário garantir tanto no currículo quanto no PPP de cada escola, a implementação efetiva dessas diferentes dimensões, articulando trabalho, ciência, tecnologia e cultura na perspectiva da emancipação humana, fazendo com que o estudante se sinta co-autor do modelo socioeconômico e do espaço (meio em que vive) produzidos coletivamente. As tecnologias que criamos podem ser utilizadas para a transformação do espaço e da sociedade, promovendo a justiça, a solidariedade e a sustentabilidade, ou para manter e aprofundar as desigualdades e demais problemas socioambientais que nos afetam. O desafio está em encontrar mecanismos que possibilitem ao estudante ter clareza da realidade vivida e a partir dela, construir uma “nova realidade socioambiental”. O ensino deve estar voltado a despertar no estudante, a capacidade de perceber que há diferentes maneiras de usar o conhecimento científico e tecnológico, o que interfere diretamente no mundo do trabalho. Deve estar ciente de que com sua participação poderemos construir coletivamente, um sistema socioeconômico que esteja a serviço da sociedade e não do capital. Tudo isso demanda em um planejamento e uma estrutura que contemple recursos físicos, humanos e tecnológicos. Vemos o ensino em tempo integral com duração mínima de três (3) anos, para o Ensino Médio do período diurno como a forma de oferta mais conveniente para atingirmos nossos objetivos; Para garantir ao estudante do Ensino Médio Noturno um melhor aproveitamento, pensamos que a grade curricular possa ser alterada para quatro (4) anos com a redução de uma (1) hora por dia, tornando seu cotidiano escolar menos exaustivo e adequado às condições de trabalhador. Componentes curriculares que integram as áreas de conhecimento podem ser trabalhados oferecendo tempos e espaços diferenciados para o estudo. As metodologias devem ser diversificadas, contemplando a interdisciplinaridade, a contextualização e a articulação dos diferentes conhecimentos, promovendo a melhoria da qualidade do jovem na escola, através de recursos tecnológicos nas áreas de informação e comunicação. Outro desafio diz respeito à formação dos professores que passou de quatro (4) anos para três (3) anos, além do que as disciplinas de didática e metodologia deixam muito a desejar. O novo professor chega à escola sem saber, precisamente qual é a sua função, como ensinar e que público terá. O preparo dos professores muitas vezes não acompanha a evolução dos avanços tecnológicos e das transformações sociais, havendo um descompasso entre as duas realidades. Mesmo os profissionais docentes que já atuam há mais tempo, precisam de uma formação continuada mais incisiva, para evitar a dicotomia entre o “mundo do trabalho e dos negócios” e o “mundo escolar”, permitindo-lhes acompanhar as mudanças que ocorrem em um ritmo cada vez mais acelerado na sociedade. Deve existir uma relação intrínseca entre o que se ensina (escola) e o cotidiano (vida), haja vista, não podemos dissociar as duas, pois caso isso ocorra não se promoverá uma aprendizagem significativa. Quando a escola não se insere no cotidiano do estudante ela torna-se inócua na mediação do professor frente ao currículo posto e a vida em sociedade.