Filme batismo de sangue

Batismo de Sangue é um filme brasileiro realizado em 2006 e lançado em 2007, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton. O filme é baseado no livro homônimo de Frei Betto que foi lançado originalmente no ano de 1983, e vencedor do prêmio Jabuti.Na cidade de São Paulo, no final da década de 1960, o convento dos frades dominicanos torna-se uma das mais fortes resistências à ditadura militar vigente no Brasil. Movidos por ideais cristãos, os frades "Tito", "Betto", "Oswaldo", "Fernando" e "Ivo", passam a apoiar logistica e politicamente o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado à época por Carlos Marighella. O grupo dissocia-se após uma conversa entre Frei Diogo e seus frades, de onde se conclui a necessidade de dispersão do grupo a partir de então.Frei Ivo e Frei Fernando partem para o Rio de Janeiro, onde são surpreendidos e torturados por oficiais brasileiros que, acusando-os de traidores da igreja e traidores da pátria, perguntam por informações sobre o local de reunião do grupo para a posterior captura e execução de seu líder, Carlos Marighella. Após sofrerem tortura, os frades informam aos policiais o horário e o local de reunião do grupo, onde Marighella costumava receber recursos oriundos dos frades. Marighella foi então surpreendido e executado por policiais do DOPS paulista, sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Frei Betto, refugia-se no interior do Rio Grande do Sul onde é encontrado, preso, e une-se ao restante do grupo no presídio de Tiradentes, em São Paulo, em 1971. Os frades são posteriormente julgados e sentenciados a quatro anos de reclusão em regime fechado.A única exceção é Frei Tito, que é libertado em troca do embaixador suiço Ehrefried von Holleben, juntamente com outros presos políticos, em 11 de junho de 1970, e se exila na França. Frei Tito não consegue superar as sequelas psicológicas sofridas após ser preso e torturado e acaba suicidando-se.

 

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imagem de Márcio Kleber Morais Pessoa

Direitos Humanos

Esse filme é excelente para o debate acerca dos Direitos Humanos (DH), que são geralmente criticados em nosso país a partir de argumentos superficiais. Enquanto muitos apresentadores de televisão irresponsáveis (e interessados) responsabilizam os DH pela morosidade da justiça em julgar suspeitos de crimes, esses direitos essenciais buscam se consolidar no país a fim de garantir direitos que são desrespeitados diariamente nos quatro cantos do Brasil. Um dos direitos considerado humano é o de não ser submetido à tortura, prática ainda comum nas delegacias brasileiras; basta lembrarmos do caso do Amarildo, no Rio. Ele é apenas um exemplo que ganhou notoriedade pela conjuntura em que aconteceu. Quantos Amarildos não "desaparecem" todos os dias nesse país? Infelizmente, nossa mídia interessada não faz uma ligação entre a nossa tortura diária e o desrespeito aos DH. O caso do Amarildo é um reflexo de nosso passado, das práticas ocorridas durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e que demonstra que ainda vivemos em um país autoritário, onde a voz vale mais do que a lei, isto é, o que é discutido coletivamente é constantemente desrespeitado por indivíduos que se colocam acima da lei.

 

Abraços!

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