Educação Alimentar e Nutricional: possibilidades de integração ao currículo escolar

A elaboração do presente trabalho se fixará na primeira reflexão do caderno IV, a qual apresenta o filme Ponto de Mutação, dirigido por Bernt Amadeus Capra como ponto de partida para a elaboração de trabalhos escolares que tenham como tema a Educação Alimentar e Nutricional de forma articulada ao currículo escolar.
Ao longo do curso, percebe-se que os quatros cadernos estudados até aqui apresentam alguns pontos em comuns entre si, dentre os quais pode-se destacar:  a formação humana integral, a interdisciplinaridade e a fragmentação das áreas do conhecimento. Ocorre que estes pontos são os grandes desafios da escola e do professor, uma vez que tais práticas ainda não estão presentes nos cotidianos escolares.
Entende-se como formação humana integral fornecer ao aluno, conhecimento para que este seja capaz de transformar o meio em que vive, adaptando-o de acordo com suas necessidades. Assim, para que seja possível alcançar este objetivo, deve-se amenizar a fragmentação dos conteúdos curriculares, pois da forma como esta sendo ensinado nas escolas, o aluno não consegue perceber a relação que existe entre as disciplinas escolares, bem como sua aplicabilidade no cotidiano.
Outro fator primordial para a formação humana integral é colocar em prática a interdisciplinaridade, pois somente desta forma, o discente perceberá uma unificação na aquisição do conhecimento e, desta forma será capaz que relacionar seus aprendizados às práticas cotidianas a sua volta.
Esboçar os objetivos da formação humana integral se fez necessário, para adentrar na reflexão e ação proposta no caderno IV, ou seja, articular a educação alimentar e nutricional aos componentes curriculares. Ora, se a escola tem o dever de formar o jovem integralmente, por que tantos jovens apresentam doenças como diabetes e hipertensão? Por que os alunos se alimentam de tantas comidas industrializadas? Qual o motivo da obesidade entre jovens?
Diante de tantas indagações, percebe-se o quanto é preciso incluir a Educação Alimentar e Nutricional nas escolas, mas não apenas como um projeto desenvolvido apenas uma vez ao ano, mas sim como uma prática constante, como forma de conscientização para uma vida futura saudável e ativa.
Os jovens devem ter consciência que educação alimentar não beneficia apenas a estética, mas principalmente, saber que a alimentação saudável é uma forma de prevenção para uma vida com saúde e, assim possa atingir o envelhecimento sem as doenças mais recorrentes da idade.
Infelizmente os jovens acreditam que precisam se cuidar apenas quando se tornarem idosos, mais aí o “mal” já está causado, pois é muito difícil conseguir reverter uma situação de anos de alimentação irregular e pior, muitos não terão nem oportunidade de repensar seus hábitos, pois o número de mortes causadas pela falta de hábito de uma vida saudável é muito expressivo.
Desta forma, a inclusão da educação alimentar e nutricional nos bancos escolares é um caso de saúde pública, pois essa “extravagância” dos jovens reflete diretamente na sociedade, pois esses jovens formarão uma sociedade com um número gigantesco de pessoas com problemas de hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidades, entre outras.
Como proposta pedagógica para a implantação da Educação Alimentar nas escolas o ponto de partida é a conscientização de todo o corpo docente escolar de forma muito delicada para não parecer preconceito contra aqueles que estão acima do peso. Os alunos precisam entender que para ter uma alimentação saudável não precisa de sacríficos algum, mas sim moderação na forma de se alimentar. Tudo em excesso é prejudicial.
Esta conscientização poderia se iniciar a partir de uma palestra com um nutricionista e partir daí os professores abordarem este tema em suas aulas, com ênfase maior nas disciplinas de biologia, química e educação física. As demais disciplinas também abordariam o tema, trazendo para o contexto da sua área. Outra medida também muito importante seria a proibição de alimentos industrializados nas escolas trazidos pelos alunos de suas casas, porém esta prática vai contra este projeto de conscientização.
Após todo esse trabalho, no final de cada semestre poderia realizar “a semana da educação alimentar” onde os alunos apresentariam seus trabalhos para toda a escola. Vale ressaltar que os primeiros trabalhos serão difíceis e árduos, mas com o tempo essa prática se incorporaria a rotina escolar, trazendo apenas benefícios para a comunidade escolar.