Diretrizes em Roda - Roda de Diálogo sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio
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Conceito de Tecnologia
Sobre a dimensão da tecnologia, o conceito indicado nas Diretrizes dá margem a duas interpretações controversas de tecnologia:
1. A visão da tecnologia como artefato material ou artefato tecnológico que tem uma marca social - essa definição parece englobar apenas uma parte do que se conceitua como Tecnologia nos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT). Segundo esses estudos, a tecnologia compreende o artefato tecnológico e também as redes sociotécnicas que configuram socialmente a tecnologia. Nesse sentido, podemos questionar: o que se entende por tecnologia “marcada pelas relações sociais”? Seria uma influência externa sobre a tecnologia ou uma relação orgânica na constituição da tecnologia? Eu diria que, mais do que “marcada” socialmente, a tecnologia é construída e configurada socialmente por um conjunto de atores sociais que possuem diferentes interesses relacionados ao desenho da tecnologia.
Nessa perspectiva: a) no plano das políticas públicas, os grupos sociais podem se organizar e incidir no direcionamento da tecnologia, ou seja, participar da sua construção; b) no plano curricular, o processo de ensino-aprendizagem da tecnologia incorpora a análise dessas relações sociais que configuram a tecnologia, para além ddo estudo da transformação da ciência em força produtiva ou artefato material. Desse modo, a tecnologia, por exemplo, a nanotecnologia, pode ser conceituada de diferentes formas dependendo dos grupos sociais que influem na construção das definições, evidenciando que elas não são neutras.
2. A visão de que “+ ciência = + tecnologia” pode ser associada à visão linear de ciência e tecnologia que em sua versão completa resume-se na fórmula: “+ ciência = + tecnologia = + riqueza = + bem-estar social”, amplamente combatida pelos ESCT. A tecnologia não só surge do desenvolvimento da ciência, como também possibilita o desenvolvimento dela. Por exemplo: o Projeto Genoma foi possível com o desenvolvimento da computação; a nanotecnologia só foi possível com o desenvolvimento de microscópios especiais, como o microscópio de força atômica, e assim por diante. Portanto, ciência e tecnologia se retroalimentam, de modo que poderíamos reformular a equação como “ciência tecnologia”, um movimento de dupla via entre ciência e tecnologia.
Considero essas ponderações importantes para que os sujeitos do Ensino Médio se sintam partícipes da construção da tecnologia.
Clecí Körbes
Doutoranda em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Membro do Grupo de Pesquisa Ensino Médio Inovador (UFPR)
Parabéns!
Acompanhamos daqui da UFPR, reunidos, e queremos parabenizar o Prof. Carrano e toda a equipe pela realização do evento.
Presença paranaense na roda
Foi uma alegria muito grande para mim e toda a equipe do Portal EMdiálogo na UFF poder contar com da equipe EMdiálogo da UFPR em nossa primeira Roda de Diálogo sobre as DCNs do Ensino Médio. Agradeço a professora Mônica Ribeiro e todo o grupo do Paraná pelo deslocamento, participação e importantes questões colocadas para o diálogo. Que venha a Roda de Diálogo do Paraná!
Forte abraço,
Paulo Carrano