A educação brasileira mudou bastante nós últimos anos, mais ainda está longe de ser satisfatória. Até pouco tempo atrás, parecia existir consenso ao fato de que os problemas do ensino brasileiro eram a falta de escolas, a evasão escolar de muitas crianças em idade precoce e a carência de verbas governamentais para educação. Mas em um país que se alinha às principais economias emergentes do mundo, com influência crescente no panorama político , econômico e social, os problemas sociais só se explicam pelos ainda altos níveis de desigualdade nenhum outro fator influencia tanto essa questão quanto a Escolaridade, que guarda relação direta com as condições de emprego e renda, o que por sua vez implica oportunidades educacionais de mais baixa qualidade para as novas gerações, alimentando um processo de reprodução da pobreza e da desigualdade. Desvendar esse círculo vicioso requer políticas que garantam, ao filho do pobre, condições para que conclua sua Educação Básica e média, pré-requisito essencial para a inserção no moderno mercado de trabalho.
E o nosso Ensino Médio tem um currículo enciclopédico, em outras palavras, mais de 90% de nossos jovens estão sendo “preparados” para uma universidade na qual a maioria não pisará, por meio de uma enxurrada de conteúdos superficialmente tratados, e sem nenhuma adequação a seus interesses. Praticamente quase não existem alternativas de trabalho e renda associadas à escola, como projetos de monitoria (trabalho na Escola), estágios remunerados ou programas ligados à Lei de Aprendizagem, que possibilitem o estabelecimento de nexos entre Educação e trabalho e promovam a permanência na escola, de preferência evitando a optação pelo noturno. Felizmente, podemos observar que nos últimos anos, há uma conquista da universalização do acesso ao ensino fundamental, o ensino médio começa a entrar na agenda pública. Como fruto de preocupação, que amplia a obrigatoriedade de Escolarização entre 4 e 17 anos de idade as novas diretrizes não enfrentam o problema do excesso de componentes curriculares obrigatórios, mas propõem alternativas de flexibilização, mediante a oferta de diferentes formas de organização curricular no âmbito da Escola, com a proposta do exame universal e obrigatório ao final do Ensino Médio, hoje existente (o Saeb é amostral e o Enem é facultativo). Há ainda muitos desafios a serem superados, mas conhecer a realidade que se quer transformar é o primeiro passo para que seja possível adequar o atendimento, planejar e estruturar estratégias de contenção do abandono, avaliar e promover melhorias significativas e eficazes. Para isso, precisamos contar com a sociedade na promoção da garantia, às novas gerações, do passaporte mínimo para a inserção no moderno mercado de trabalho e a conclusão e o bom desempenho no Ensino Médio.
Colégio Estadual Vital Brasil-EFMN da Cidade de Vera Cruz do Oeste do Núcleo Regional de Cascavel - 27/07/2014
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Reflexão e Ação
A educação brasileira mudou bastante nós últimos anos, mais ainda está longe de ser satisfatória. Até pouco tempo atrás, parecia existir consenso ao fato de que os problemas do ensino brasileiro eram a falta de escolas, a evasão escolar de muitas crianças em idade precoce e a carência de verbas governamentais para educação. Mas em um país que se alinha às principais economias emergentes do mundo, com influência crescente no panorama político , econômico e social, os problemas sociais só se explicam pelos ainda altos níveis de desigualdade nenhum outro fator influencia tanto essa questão quanto a Escolaridade, que guarda relação direta com as condições de emprego e renda, o que por sua vez implica oportunidades educacionais de mais baixa qualidade para as novas gerações, alimentando um processo de reprodução da pobreza e da desigualdade. Desvendar esse círculo vicioso requer políticas que garantam, ao filho do pobre, condições para que conclua sua Educação Básica e média, pré-requisito essencial para a inserção no moderno mercado de trabalho. E o nosso Ensino Médio tem um currículo enciclopédico, em outras palavras, mais de 90% de nossos jovens estão sendo “preparados” para uma universidade na qual a maioria não pisará, por meio de uma enxurrada de conteúdos superficialmente tratados, e sem nenhuma adequação a seus interesses. Praticamente quase não existem alternativas de trabalho e renda associadas à escola, como projetos de monitoria (trabalho na Escola), estágios remunerados ou programas ligados à Lei de Aprendizagem, que possibilitem o estabelecimento de nexos entre Educação e trabalho e promovam a permanência na escola, de preferência evitando a optação pelo noturno. Felizmente, podemos observar que nos últimos anos, há uma conquista da universalização do acesso ao ensino fundamental, o ensino médio começa a entrar na agenda pública. Como fruto de preocupação, que amplia a obrigatoriedade de Escolarização entre 4 e 17 anos de idade as novas diretrizes não enfrentam o problema do excesso de componentes curriculares obrigatórios, mas propõem alternativas de flexibilização, mediante a oferta de diferentes formas de organização curricular no âmbito da Escola, com a proposta do exame universal e obrigatório ao final do Ensino Médio, hoje existente (o Saeb é amostral e o Enem é facultativo). Há ainda muitos desafios a serem superados, mas conhecer a realidade que se quer transformar é o primeiro passo para que seja possível adequar o atendimento, planejar e estruturar estratégias de contenção do abandono, avaliar e promover melhorias significativas e eficazes. Para isso, precisamos contar com a sociedade na promoção da garantia, às novas gerações, do passaporte mínimo para a inserção no moderno mercado de trabalho e a conclusão e o bom desempenho no Ensino Médio.Colégio Estadual Vital Brasil-EFMN 23/07/2014