É um grande desafio pensar em construir um Currículo que contemple o conhecimento científico, a pluralidade cultural, as questões sociais e ainda levar em consideração que estamos lidando com jovens que não tem maturidade para serem tratados como adultos, porém já tem suas visões de mundo e muitos deles até opiniões formadas. Penso que o trabalho deve partir da realidade, afim de superar o senso comum e valorizar os conhecimentos que já trazem de suas vivências, porém não podemos esquecer que o objetivo principal da escola é o trabalho com o conhecimento científico. Para isso é preciso que a escolha dos conteúdos a serem trabalhados sejam de relevância para o aluno, ele deve sentir que estes são importantes para sua vida ou para o seu desenvolvimento intelectual e cognitivo.
Entre os inúmeros desafios que temos no Ensino Médio, percebo que na realidade que atuo sejam estes os de maior relevância:
1. O fato de que nem todos nossos alunos tem acesso as informações, ou seja temos alunos de variados níveis de conhecimento;
2. A Evasão motivada por questão sociais, como trabalho, gravidez na adolescência, falta de perspectiva, mudança de endereço, etc;
3. Uma outra questão que dificulta o nosso trabalho é a acessibilidade, pois devido a distância nem sempre conseguimos mantê-los na escola.
4. A matriz curricular, nem sempre damos conta daquilo que é programado, pelo excesso de conteúdo e número pequeno de aulas;
5. A rotatividade de professores, fazendo com que não ocorra uma continuidade no trabalho
6. A defasagem de idade é serie motivada por reprovações, evasão, etc.
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CURRÍCULO
GLADIMAR TEREZINHA RACOSKIDebater sobre currículo escolar é uma tarefa difícil, primeiramente porque carecemos de muitas leituras, conhecimento dos vários contextos escolares e acima de tudo empenho e vontade para romper com paradigmas que nos acomodam, dando assim, espaço para reclamações e desânimo com relação à prática pedagógica.Um novo currículo para o ensino médio deve ser construído a partir da contextualização dos fenômenos naturais e sociais, de sua significação a partir das experiências dos sujeitos, bem como da necessidade de superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia, sem deixar de lado, é claro, o conhecimento científico. Esta organização deve pressupor, ainda, a ausência de hierarquização entre saberes, áreas e disciplinas, uma vez que o ser humano deve ter uma formação integral, pois este deve ter autonomia com o mundo do trabalho, e que seja capaz de fazer interferências no contexto de sua vivência.Nessa perspectiva o currículo é capaz de atribuir novos sentidos à escola, pois vai dinamizar as experiências oferecidas aos jovens alunos e ressignificar os saberes e experiências com os quais se interagem neste contexto. Dessa forma não há porque reclamar que os educandos estão desinteressados pela escola, pelos conteúdos, pela aprendizagem, pois estes terão voz e vez para interagirem na sala de aula e consequentemente o interesse será visível, uma vez que parte de suas vivências.Fica evidente que o ensino médio precisa promover a compreensão do mundo do trabalho, da cultura e das inter-relações entre esses campos e o do desenvolvimento científico e tecnológico porque esses jovens precisam ter consciência do valor cultural que cada indivíduo necessita ter, tanto no sentido ético pela apreensão crítica dos valores postos na sociedade quanto estético, com vistas a potencializar capacidades interpretativas, criativas e produtivas da cultura nas suas diversas formas de expressão e manifestação.
CURRÍCULO
Temática 3A organização curricular do Ensino médio é caracterizado pela fragmentação do conhecimento nas disciplinas de modo a valorizar algumas áreas do conhecimento, esta deveria estar voltada para a formação humana integral, englobando o trabalho, ciência, cultura e tecnologia.Compreende-se o currículo como seleção dos conhecimentos e das práticas sociais historicamente acumuladas expressa na proposta pedagógica definida coletivamente e nela expressa as intenções de formação, se faz necessário no currículo o conhecimento local e cotidiano.Sendo assim, o currículo deve ser inclusivo e intercultural que proporcione formação motivadora para que haja integração dos eixos trabalho, cultura, ciência e tecnologia para um futuro melhor.No Paraná, as diretrizes também contemplam os eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura tendo como principal objetivo a formação humana e integradora para a compreensão de todos os eixos independentemente da sociedade, fazendo da pesquisa eixo norteador do Ensino Médio.As DCE constituem-se no principal documento orientador do currículo. Estas concebem os fundamentos curriculares para total inserção da função social da escola expressa mediante uma práxis pedagógica determinada e intencional. Segundo as DCE, essa práxis deveria ser orientada para assegurar aos sujeitos da escola pública o acesso pleno e democrático ao conhecimento historicamente construído e sistematizado, assim como aos meios necessários para a elaboração de novos conhecimentos.É necessário, uma articulação entre o fazer pedagógico e as perspectivas ambientais, incluindo ações no Projeto Político Pedagógico, visando ter a sustentabilidade ambiental como meta universal que possibilita uma educação cidadã, responsável, crítica, ética e participativa. É fundamental a interdisciplinaridade entre disciplinas não consideradas afim, com os professores sendo articuladores das atividades exploradas.PARANÁ. SEED. DEB. Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Rede Estadual de Educação do Paraná. (Versão impressa) Curitiba, 2008.