EVERLI ANDRIOLI
LUCIANA TAVARES DE MIRANDA
MARISA CELESTINO
MARLY SERAFIM
NÁDIA REGINA TEIXEIRA
TATIANI ERMELINA ALVES
A sociedade brasileira almeja uma formação humana integral, baseada em um conceito de omnilateralidade, defendida por Max, na qual o homem deve desenvolver todas as suas potencialidades e libertar–se da ignorância e da dominação.
"Sendo a sociedade capitalista desigual devido à exploração de uma classe social por outra, o processo educativo que se dá dentro da escola é a instituição sob controle da classe dominante, reprodutora das desigualdades sociais."
Contudo, toda essa plenitude educacional esbarra–se no Ensino Médio, que é afetado pelas desigualdades sociais existentes. Segundo o autor Carlos Roberto Jamil Cury, “a distribuição de renda e da riqueza no país determina o acesso e a permanência dos estudantes na escola”. Essa afirmação é fomentada através de pesquisas que demonstram a significativa evasão dos bancos escolares do ensino público.
No Litoral Paranaense, tal situação também é encontrada, onde através de pesquisas in loco, pode–se perceber que a grande maioria dos alunos que desistem dos estudos é por necessidade.
A pesquisadora Maria Carla Corrochano afirma que, a inserção dos jovens no mundo do trabalho ocorre não como uma opção para que se desenvolvam profissionalmente, mas sim por uma questão financeira.
Essa inserção abrupta se dá por vários motivos, sendo a baixa renda familiar principal motivador, o que culmina na evasão escolar. Para aumentar a renda da família, os jovens se obrigam a ir trabalhar cedo, deixando de lado a escola. Com tal atitude, o atraso nos estudos acaba gerando profissionais sem formação; ou mesmo àqueles que têm que recorrer a EJA para obter um emprego digno e condizente.
Quando esses profissionais retornam ao ensino noturno, por força do empregador, não ocorre um melhoramento no ensino, pois o cansaço e horários alternados da jornada de trabalho afetam o rendimento educacional.
Sendo a cidade de Paranaguá uma região portuária, muitos alunos do ensino noturno precisam trabalhar em escalas, tornando a escola algo exaustivo.
Outro problema encontrado é a taxa de escolarização líquida, na qual muitos dos alunos do Ensino Médio estão inadequados nas séries freqüentadas. Através dos resultados das pesquisas, a grande maioria é reprovada ou evadida, demonstrando a falta de interesse pelo ensino. Tais problemas ressaltam a carência de Políticas Públicas direcionadas ao público jovem.
Nessa faixa etária, muitos problemas são encontrados como: drogadição, gravidez precoce, abandono da família, evidenciando uma necessidade de implantar tais políticas para esses problemas sociais serem combatidos. A autora Marília Pontes Sposito afirma que se necessita de estratégias de enfrentamento dos problemas da juventude, se expressando, por exemplo, na criação de programas esportivos, culturais e de trabalho orientados para o controle social do tempo livre dos jovens.
Dessa forma, a evasão não é somente um problema da escola. O autor Carlos Cury diz que: “não se deve exigir da escola o que não é dela, superando a concepção de uma educação salvífica redentora”.
Porém, é na escola que esses problemas se encontram e são mensuráveis através das avaliações governamentais. E, apesar dos protestos de muitos educadores a escola é um resgate social. O autor Luiz Fernandes e João Ferreira afirma que “é fundamental ressaltar que a educação se articula a diferentes dimensões e espaços da vida social sendo ela própria, elemento constitutivo e constituinte das relações sociais mais amplas”. O termo educação está inteiramente ligado a todos os fatores que compõem uma sociedade, e sua analise de sucesso e fracasso está inteiramente ligada a esses componentes sociais.
A partir do momento que houver uma formação sólida do processo pedagógico, implantação de políticas públicas que atendam as necessidades juvenis e, principalmente aplicar o que diz a Constituição Federal no Art. 205 a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A sociedade brasileira já conseguiu estabelecer todo o conceito sobre a Formação Humana Integral, basta concretizá-la.
REFERÊNCIAS:
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno I: ensino médio e formação humana integral / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Carmen Sylvia Vidigal Moraes... et al.].– Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.
Comments
O que não é problema da escola
Parece realmente que a escola, e somente ela, é responsável por solucionar todos os problema e as mazelas sociais. Quando vocês citam Carlos Cury , lembramos que na contramão do seu pensamento está a sociedade , que julga e condena a escola por não solucionar conflitos, os quais não são de sua responsabilidade. Muito bem lembrado , professores.