AS CIÊNCIAS HUMANAS EM SALA DE AULA

Discutindo ciências humanas em sala de aula, nos deparamos com um processo interdisciplinar, recorrente da prática escolar que está sendo aplicada aos educandos com enfoque de encontrar soluções para problemas advindos dentro da comunidade escolar.

A interdisciplinaridade ocorre por meio natural e indissociável da realidade, diferentemente do cronograma escolar onde as disciplinas e seus conteúdos são tratados de forma isolada. Quando se fala em ciências humanas, fala-se em humanidade, conforme o texto leva a refletir. Para construirmos práticas pedagógicas de natureza interdisciplinar deve-se considerar a história e o legado da humanidade.
Ao longo dos tempos houve diversos debates na busca constante de um projeto político pedagógico que atendesse às necessidades da integração escolar, enfrentando os impasses da sociedade a cada momento. Atualmente há um contexto desafiador para a criação de práticas curriculares promotoras da interdisciplinaridade nas ciências humanas, e dessas com outras áreas do conhecimento.
O ensino das Ciências Humanas deve começar a partir do saber que o aluno tem através de suas experiências de vida, ou seja, estabelece uma relação com o saber popular e o científico através de pesquisas, diálogos, etc.
O professor deve estimular e criar situações para que os alunos sejam envolvidos pelo tema abordado passando assim a serem participativos e ampliando seu conhecimento, pois o Estudo das Ciências Humanas reflete as transformações sofridas pela sociedade moderna, com o objetivo de formar cidadãos críticos, sujeitos de suas ações e construtores de suas próprias histórias.
Diante do contexto atual é preciso que a organização do trabalho pedagógico, nas instituições de ensino, esteja voltada para um replanejamento coletivo, onde se busque estratégias do trabalho educativo, visando à formação humana integral.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996) trouxe mudanças fundamentais no campo educacional. O ENEM também sofreu transformações passando a valer como ingresso nacional para o ensino superior, em 2008, substituindo, os exames de vestibular das instituições federais porque o mesmo em 1998, ano de sua criação, tinha caráter diagnóstico, do desempenho escolar de estudantes do Ensino Médio.
As DCNEM e o ENEM vieram reforçar a atuação das áreas das Ciências Humanas como dimensão norteadora de ações curriculares para o Ensino Médio, fomentando abordagens que buscaram ampliar diálogos entre seus componentes, através de práticas pedagógicas e premissas avaliativas focadas na interdisciplinaridade e na integração curricular.
As DCNEM se instituem na dependência direta da efetivação de ações curriculares dispostas a lidar, democraticamente, com uma escola que possua “gente de verdade” onde a formação humana integral se caracteriza em ações que busquem articular as vivências e experiências dos estudantes, seus saberes e expectativas, ao aprendizado de conhecimentos significativos e integrados, do exercício democrático da cidadania, do desenvolvimento de posturas éticas quanto à diversidade cultural e às questões ambientais, da compreensão crítica do mundo e da universalização de direitos sociais.
As Humanidades permitem construir práticas pedagógicas de natureza interdisciplinar para as Ciências Humanas entendidas pelas disciplinas de História, a Geografia, a Filosofia e a Sociologia que visa a prática investigativa de finalidade pedagógica, cujo objetivo é, fundamentalmente, a aprendizagem de um dado conhecimento seja ela de natureza científica ou escolar.
Nessa perspectiva, a pesquisa é tomada como um princípio pedagógico (DEMO, 2011) e, dessa forma, as ações envolvidas devem privilegiar a aprendizagem de objetos de ensino.
O processo ensino-aprendizagem terá como eixo condutor a pesquisa desenvolvida a partir de um problema inerente ao contexto em que se encontram inseridos a escola e/ou os sujeitos da comunidade escolar. A iniciação à pesquisa científica na escola deve ser entendida, portanto, enquanto proposição de atividades de pesquisa como prática pedagógica nas quatro áreas de conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.
A pesquisa desenvolvida no âmbito escolar deve atender às especificidades de ensino-aprendizagem. Ela deve oportunizar a articulação entre teoria e prática com a finalidade de dinamizar os processos de ensino e aprendizagem, propiciando uma compreensão da natureza da ciência em seus aspectos humanos e históricos.
A Educação Básica exige uma prática pedagógica fundamentada numa visão epistemológica em que o professor age não apenas como mediador, mas também como pesquisador, atuante no processo de produção do conhecimento escolar e os estudantes como sujeitos do processo devem estar imersos no contexto da investigação, problematizando, realizando leituras, afim de também produzir tal conhecimento.
Tal prática pode ser aplicada em três momentos pedagógicos específicos, metodologicamente diferenciados entre si, a problematização inicial, a organização do conhecimento e a aplicação do mesmo, e devem estar associadas ao desenvolvimento de planos de trabalho, que integrem os diferentes saberes, frente a um currículo que contemple as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura (BRASIL, 2012).
É de suma importância discutir e ampliar essa prática, como produção de conhecimento, nas escolas públicas.
Com tantas heranças e tradições disciplinares, propor e realizar a integração e a interdisciplinaridade entre as Ciências Humanas como projeto pedagógico no Ensino Médio brasileiro, na atualidade, não é tarefa simples, envolvendo desafios, dilemas, mas também possibilidades.
Entre as controvérsias, destacam-se: os tempos de aula destinados a cada um desses componentes curriculares, a seleção e didatização de conteúdos significativos, em especial, mas não exclusivamente, para o caso da Filosofia e da Sociologia.
Não podemos nos esquecer de demarcar o quanto a inclusão da Filosofia e da Sociologia como componentes curriculares das Ciências Humanas aponta como um elemento inovador, exigindo de nós, professores e gestores, respostas e possibilidades criativas, como esse curso procura fomentar.
Partindo do princípio que a "Formação Humana Integral" visa à pesquisa, reflexão e participação dos educandos, tornando os mesmos, sujeitos da realidade social onde estão inseridos. É preciso refletir sobre a "Prática Pedagógica" no dia a dia contribuindo para a "Formação Humana Integral" dos educandos, e buscar conhecimentos para melhor aplicação dessa nova "Proposta Curricular".
A educação-formação consiste no processo de formação pedagógica de conscientização da razão de ser das coisas, transformando o indivíduo como pensador ético, político e socialmente assumido com a realidade do sistema como um todo.

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imagem de nair dalmas rodrigues

Grupo de Cursistas Col. Est. Carlos Drummond de Andrade

Artigo Ciências Humanas em sala de aula, realizado pelo grupo de cursistas:

Coordenadora: Nair Dalmas Rodrigues.

Cursistas:

Aparecida R. dos Santos

Eliane Maria Giacobo

Jeferson Hendrickson

Mauricéia de Araujo

Osvaldo Marques da Silva

Otalio Renato Severo Costa

Rosania José de Souza Alves

Sidnei Vargas

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